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The Travellight World

Inspiração, informação e Dicas de Viagem

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Sex | 05.11.21

Viagem numa chávena de café: Descubra os segredos de Timor

Sentimento, história, natureza exuberante, assim é Timor-Leste. Uma terra de sorrisos abertos e gente acolhedora, que esconde numa chávena de café um segredo muito especial — o Timor Hybrid.

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Nação jovem, independente desde 2002, Timor-Leste foi uma colónia portuguesa por cerca de quatro séculos e tem uma história recente marcada por episódios de violência que opuseram o povo timorense às forças militares indonésias que ocupavam o país desde 1976.
Está geograficamente distante, mas mantém-se próxima do coração português, que hoje é uma das duas línguas oficiais do país.

A sua capital, Dili, tem uma vibração descontraída e proporciona um olhar sobre o dia a dia dos timorenses. Pode não ser a mais bonita das cidades, mas é real e verdadeira, e tem o melhor de tudo: um povo generoso e acolhedor, sempre com um sorriso aberto, apesar das suas muitas dificuldades económicas.

A natureza é outro ponto alto de Timor-Leste, com a praia de Akrema a deslumbrar os visitantes com os seus recifes cheios de vida marinha e a ilha de Jaco a conquistar todos com as suas bonitas praias e ambiente tranquilo.
Tasitolu, uma área protegida e preservada na costa do país abriga importante fauna e flora local e o Monte Ramelau — considerado durante a colonização o ponto mais alto dos territórios de administração portuguesa — proporciona caminhadas incríveis e maravilhosas vistas panorâmicas.
O Monte Ramelau é conhecido localmente como “Tatamailau” ou “avô de todos os montes” e tem um profundo significado cultural. A sua silhueta tem a forma de um crocodilo que, segundo a lenda, deu origem à ilha.

As fazendas de café também são uma paisagem que se destaca no país e se, entre os países do sudeste asiático que cultivam este produto, Timor não é o mais famoso, a qualidade única do que aqui é produzido não passa despercebido aos verdadeiros conhecedores e entusiastas do café.

O café chegou a Timor-Leste no início de 1860, pela mão dos portugueses e rapidamente ganhou importância na economia do país. O período de ocupação indonésio viu muitas fazendas a serem abandonadas e o negócio a decair, mas em 2002, com a independência e a ajuda internacional, o sector recuperou e hoje o café representa cerca de 80% do total das exportações de Timor-Leste.

A Campanha da Delta “Um café por Timor, que visou a construção de infra-estruturas e escolas para a população, é um bom exemplo da ajuda internacional prestada para capacitar os produtores de café, valorizar o café timorense e promover o desenvolvimento sustentado das comunidades — A campanha foi até reconhecida pelo Social Accountability International com o “Positive Community Impact Award" em 2003.

Produzir café em Timor, é de facto um desafio. O clima árido marcado por uma curta estação chuvosa, torna os solos pobres, mas por sorte, o país tem regiões altas com árvores de sombra abundantes o que favorece a qualidade e permite cultivar café de forma orgânica, sem usar produtos químicos.

Mas há mais uma coisa importante que distingue o café timorense — O Timor Hybrid.

A origem desta variante remonta ao início do século XX, quando ocorreu algo raro e fortuito: o cruzamento espontâneo de duas espécies diferentes de cafeeiro — uma variante arábica, cheia de sabor, mas frágil, e uma robusta, resistente a doenças.

A espécie arábica delicada é aromática, tem um gosto doce e açucarado, muitas vezes com notas de chocolate e florais, mas também é muito frágil e propensa a doenças. A sua planta exige dias quentes e húmidos e noites frias em terras altas — idealmente 1.300 a 1.400 metros acima do nível do mar. 
A espécie robusta, por outro lado, é tal como o nome indica: robusta! Pode crescer em elevações mais baixas do que a arábica, e é resistente a muitas doenças, no entanto, é mais ácida e amarga. Então, quando, em Timor, a doce arábica e a robusta se fundiram, nasceu uma variante híbrida que tem o melhor dos dois mundos: um grão de sabor delicioso que é fácil de plantar e é forte.

O resultado? Um café exótico como o Delta Q Origens Timor — um lote raro, cujos grãos, lentamente secos ao sol, estão na génese de um expresso equilibrado, de textura suave, paladar adocicado e  aroma achocolatado.

Já experimentou?

 

Artigo patrocinado por Delta Q Origens e publicado originalmente no SAPO Viagens

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