Vaticano | A mais pequena nação do mundo e uma das minhas mais belas recordações de viagem
O Estado da Cidade do Vaticano, no centro de Roma, é o menor estado da Europa e o mais pequeno país do mundo, tanto em população quanto em extensão. É governada pelo Papa, tem a Basílica de São Pedro, a Capela Sistina pintada por Michaelangelo e os seus museus abrigam milhares de obras de arte. É também um lugar que guardo com especial carinho no coração porque me recorda uma das viagens mais bonitas que fiz com a minha mãe…
Estávamos no início de Dezembro e, aproveitando uma ponte proporcionada pelo feriado do dia 1, marquei, sem a minha mãe saber, uma escapadinha até Roma.
Ela nunca tinha viajado até à “cidade eterna” e o seu sonho era conhecer o Vaticano, mas por um motivo ou outro foi sempre adiando o passeio. Tomei portanto eu, em mãos, a tarefa de realizar essa sua aspiração.
Sem ela dar por isso, preparei as malas e meti-as no carro. Chegado o dia da viagem, disse-lhe que íamos passear e, antes de ela perceber o que estava a acontecer, já estava no aeroporto e dentro do avião para Roma.
Escolhi um hotel bem próximo da Praça de São Paulo e ela logo avistou a Basílica. A emoção que pude ver no seu olhar é algo que ainda hoje me dá vontade de chorar…
Ali estávamos nós, mãe e filha (o meu pai tinha falecido há pouco mais de um ano), na Città del Vaticano, a cidade-estado declarada independente do resto da Itália em 1929. Tivemos ambas consciência de que aquele era um momento especial e queríamos aproveitá-lo ao máximo.
Começamos o passeio pela Praça de São Pedro e depois visitamos as outras importantes atrações do Vaticano, nomeadamente a Basílica de São Pedro, os Museus do Vaticano e a Capela Sistina.
A Praça de São Pedro ou Piazza San Pietro é provavelmente uma das praças mais famosas e deslumbrantes do mundo. Projetada por Bernini durante o século XVII, tem capacidade para mais de 300.000 pessoas.
Com 320 metros de comprimento e 240 metros de largura a sua dimensão impressiona quem por ali anda, principalmente quando está vazia e se pode observar com atenção todos os detalhes: as 284 colunas, as 140 estátuas de santos, o obelisco com 25 metros de altura, que foi levado do Egito para Roma em 1586, e as duas fontes.
Na Praça fica também a Basílica de São Pedro, um dos templos mais sagrados da Igreja Católica e um importante local de peregrinação. A sua construção começou em 1506, quando a antiga basílica foi demolida, e o seu nome é uma homenagem a São Pedro, um dos doze discípulos de Jesus, que se tornou num dos fundadores da Igreja Católica e foi executado em Roma. Acredita-se que foi enterrado no local onde hoje se ergue a Basílica.
No interior, os visitantes encontram peças de arte famosas, como a Pietà — uma escultura belíssima de Michelangelo ou o Trono de São Pedro construído por Gian Lorenzo Bernini.
A cúpula é outro elemento de destaque da Basílica. Foi inicialmente projetada por Michelangelo, continuada por Giacomo Della Porta e finalmente terminada por Carlo Maderno.
Esta cúpula serviu de inspiração para muitas outras catedrais e edifícios notáveis, como é o caso do Capitólio em Washington ou a Catedral de São Paulo em Londres.
Da Basílica seguimos para os Museus do Vaticano.
Os Museus do Vaticano foram criados em 1503, ano em que o recém-nomeado Papa Júlio II, doou a sua coleção de arte particular. Com o tempo famílias nobres e outros Papas foram ampliando a coleção e hoje ela é uma das maiores do mundo, abrigando milhares de obras de arte e alcançando 6 milhões de visitas anuais.
O Museu Pio-Clementino apresenta as obras gregas mais importantes do Vaticano; o Museu Etnológico Missionário contém obras de arte de todas as missões papais do mundo; A Pinacoteca reúne obras pictóricas que datam da Idade Média até 1800... Mas há ainda o Museu Egípcio, o Museu Pio-Cristão, o Museu Chiaramonti e muito, muito mais.
A visita termina na Capela Sistina — um dos maiores tesouros da Cidade do Vaticano. Foi construída entre 1473 e 1481 por Giovanni de Dolci, mas não é a sua arquitetura que chama a atenção, mas sim os frescos que cobrem completamente as paredes e o teto.
Os frescos do teto são obra de Michelangelo, que passou quatro anos a pintar as nove histórias do Génesis, A Criação de Adão (talvez a imagem mais conhecida da Capela Sistina) e o Julgamento Final.
Embora a Capela seja recordada como a sua obra prima, outros artistas importantes, para além de de Michelangelo, trabalharam na sua decoração. É o caso de Botticelli, Perugino e Luca.
A passagem pela Capela Sistina foi o fim perfeito para uma visita memorável.
Eu e a minha mãe felizes, embasbacadas, a olhar para aquele teto maravilhoso… O melhor de tudo? O sorriso dela 😊
Que saudades Mãe...