Uma visita a Montemor-o-Novo
As torres do castelo de Montemor-o-Novo podem estar em ruínas, mas não perderam nem um pouco da sua imponência e, mesmo de longe, deixam antever ao visitante que se aproxima, a fantástica herança histórica desta cidade.
Fotos: Travellight e H. Borges
Nem todos se recordam, mas Montemor-o-Novo está ligado a momentos decisivos da história portuguesa. Afinal, foi nestas colinas do Alentejo, que o Rei D. Manuel incumbiu Vasco da Gama da expedição que acabou por descobrir o caminho marítimo para a Índia e foi também destas terras que saiu a carta de D. Dinis a pedir ao Papa autorização para fundar a primeira universidade portuguesa — dois factos determinantes para a evolução da nação.
Foi o rei D. Sancho que mandou povoar Montemor-o-Novo e proteger a terra com fortes e extensas muralhas. Afinal no inicio do século XIII esta era uma região de fronteira, localizada bem em frente do território ainda ocupado pelos mouros.
Durante a Guerra da Restauração portuguesa o Castelo de Montemor foi a primeira proteção contra o Reino de Castela e desempenhou igualmente um papel importante contra as Invasões Francesas de 1808.
As ameaças, felizmente, desapareceram há muito, mas as muralhas da cidadela e o castelo ainda cá estão para nos lembrar das batalhas passadas. Agora, esvaziadas da sua função defensiva, converteram-se nas maiores atrações da cidade e a verdade é que, mesmo em ruínas, ainda impressionam.
Por isso, começar uma visita a Montemor-o-Novo pelo seu Castelo faz todo o sentido.
O recinto da antiga cidadela é grande e são vários os elementos interessantes: a Porta da Vila que nos dá as boas-vindas; o brasão em estilo manuelino da Casa da Guarda; a Torre do Relógio que tem uma vista privilegiada sobre as ruínas da cidadela do século III, antigo Paço dos Alcaides; a Igreja de Santiago (onde está instalado o Centro Interpretativo do Castelo); a Torre da Má Hora, a Torre e Porta do Anjo ou do Bispo; um passadiço que permite observar em cima as Ruínas da Antiga Cadeia ou Paços do Concelho; a Porta de Santiago, a Igreja de S. João Batista do Castelo; o Convento da Saudação; o Matadouro Mourisco/Cisterna e as Ruínas da Igreja de Santa Maria do Bispo.
Descendo a colina do castelo em direção à vila, passamos pelas ruínas da Ermida de São Vicente e pelo antigo Convento de São João Deus, que atualmente é Biblioteca Municipal Almeida Faria.
Um pouco mais à frente encontramos o Jardim Público e depois o Largo dos Paços do Concelho onde se destaca o Chafariz de Nossa Senhora da Conceição, com uma inscrição que data de 1646; o Chafariz do Besugo e a Pedra Memorial romano-visigótica considerada Monumento Nacional de Portugal.
O portal manuelino da Igreja da Misericórdia também merece atenção assim como a Igreja do Calvário, onde existe uma sacristia revestida com belos azulejos.
O Restaurante Raiz & Tradição é um ótimo lugar para almoçar e se deliciar com um ensopado de borrego ou outro prato da tradicional gastronomia alentejana. Quem gosta de petiscos para partilhar também não fica desapontado.
Uma visita ao Museu de Arqueologia de Montemor-o-Novo, outrora Convento de São Domingos é a melhor forma de terminar um passeio pela cidade, conhecendo um pouco mais sobre a sua história e importância.
Quem têm crianças poderá visitar ainda o Monte Selvagem, um parque natural que abriga mais de 300 animais de 70 espécies diferentes, incluindo zebras, lamas e cangurus.
Se quiser passar uns dias na região e aproveitar com conforto, toda a paz e tranquilidade do campo, hospede-se no Hotel Sleep & Nature.
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