TAJ MAHAL | UM MONUMENTO AO AMOR
Crédito das fotos: Travellight, H.Borges e R.J. River
O Dia de São Valentim faz-me sempre recordar um dos momentos mais bonitos e românticos que vivi na vida.
Estava eu a viajar pela Índia, pela primeira vez com o meu namorado, e nem ele nem eu conhecíamos o famoso Taj Mahal.
A expectativa era grande quando naquela manhã acordamos na cidade de Agra e nos dirigimos para o monumento. Ainda nem eram 06 horas. Queríamos chegar bem cedo para apreciar em paz e sossego o mais conhecido monumento ao amor do mundo.
Para nossa surpresa, ao chegar, já havia uma longa fila de gente à espera de entrar…
Paciência… tivemos de aguardar.
Ainda assim não nos arrependemos de ir tão cedo. O recinto era grande e quando os portões abriram-se, as pessoas que estavam na fila dispersaram e praticamente desapareceram.
Por momentos sentimos que estávamos sozinhos de frente para a mais bela obra-prima dedicada ao amor já construída pelo homem.
Em silêncio caminhamos de mãos dadas pelos jardins em redor do Taj, olhando de vez em quando nos olhos um do outro, contentes por estar ali juntos…Há momentos em que as palavras são completamente desnecessárias…
Enquanto nos aproximávamos do edifício eu recordava mentalmente a história deste monumento considerado um símbolo universal do amor.
Para quem não sabe, o Taj Mahal é na verdade um mausoléu que foi mandado construir pelo imperador Shah Jahan no século XVII após a morte de Mumtaz Mahal, sua esposa querida e mãe dos seus filhos.
Conta-se que o amor do Imperador pela sua esposa era tão grande que após a morte desta, ele caiu num desespero tal que todo o seu cabelo ficou branco do dia para a noite.
Inspirado pelo sofrimento e pelo amor, o imperador começou a trabalhar na sua obra-prima mais espectacular e duradoura: um mausoléu de mármore maciço para servir como o último lugar de descanso da sua amada.
A construção do Taj Mahal começou em 1632 nas margens do rio Yamuna e foi o projecto mais grandioso do império: 20.000 trabalhadores e 1.000 elefantes trabalharam para construir esta estrutura que até hoje nos tira o fôlego. Arquitectos, escultores, pintores, calígrafos e outros artesãos foram chamados a participar.
Para a construção foi utilizado o melhor mármore branco da Índia e Ásia Central e 28 tipos de pedras preciosas e semi-preciosas foram incrustadas por lapidaristas Mughal que aprenderam a sua técnica com artesãos Italianos.
Versos do Alcorão foram inscritos em jaspe ou mármore preto.
Shah Jahan, o imperador, não poupou meios para que o seu monumento ao amor fosse o maior de sempre. Quando finalmente ficou concluído, 21 anos depois, os custos da construção tinham esgotando significativamente o seu enorme tesouro.
Talvez por isso, o imperador tenha sido afastado do poder por um dos seus filhos e nunca tenha chegado a mandar construir o seu próprio túmulo, que segundo diz a lenda ficaria de frente para o Taj Mahal e seria uma réplica deste, mas em mármore negro.
Mas o seu legado ficou, e ali estava, em toda sua magnificência e glória, bem na nossa frente e de outros tantos casais que ali trocavam juras de amor eternas.
O ano passado voltei ao Taj Mahal, e novamente me maravilhei com a sua beleza - agora ainda mais brilhante (depois de extensos trabalhos de limpeza e restauração). Mas nada se comparou ao impacto daquela primeira visita e daquela primeira visão, porque naquele dia eu acreditei, sem reservas, que o amor eterno pode ser real.
O amor é a força mais abstracta, e também a mais potente que há no mundo.
- Mahatma Gandhi
Tchau!
Travellight