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The Travellight World

Inspiração, informação e Dicas de Viagem

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Qua | 20.09.17

RYANAIR OU QUANDO O BARATO PODE FICAR MUITO CARO

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Há dois dias a Ryanair  anunciou finalmente a lista completa dos voos que vai cancelar até ao final de Outubro.

 

Em virtude de um suposto "erro na marcação de férias do pessoal de bordo" (leia-se falta de pilotos), prometem alterar gratuitamente todos os voos cancelados ou reembolsar os passageiros afectados.

 

 

Mas, a menos que a Ryanair pague as indemnizações devidas, isso não vai ajudar as centenas de pessoas que já tinham a sua vidinha planeada e hotel e alojamentos pagos. Nem as pessoas que estavam de férias e  precisaram de comprar um bilhete caro para regressar a casa e ao trabalho.

 

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Os prejuízos amontoam-se e as criticas são mais que muitas e isso deixa-me a pensar… Será que é desta que as pessoas desistem de vez de voar na Ryanair? Afinal esta é a companhia aérea que os Europeus adoram odiar.

 

Histórias não faltam. Desde a caricata tentativa (frustrada) de cobrar aos passageiros o uso da casa de banho durante os voos  até aos milhentos extras que são adicionadas ao preço final do bilhete (marcação de lugar, bagagem de porão, embarque prioritário…), passando por um péssimo serviço a clientes e funcionários acusados de serem intransigentes quando a bagagem ultrapassava um millimitro do regulamentado ou insensiveis ao ponto de cobrarem uma alteração a um passageiro que tinha acabado de perder toda a familia num incêndio que estava a ser amplamente noticiado na comunicação social (aconteceu em 2013).

 

A verdade é que a Ryanair nunca foi conhecida por se preocupar muito com o cliente. O lucro, os números era tudo o que interessava.

 

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Vieram depois acusações graves de dentro da propria empresa. Os funcionários alegam que os seus direitos não são respeitados e que a Companhia comete várias ilegalidades na área do direito do trabalho.

 

No entanto, nada disso impediu - até agora - pelo menos - que a Ryanair se tornasse numa das maiores companhias aéreas da Europa. Só no ano passado estima-se que 81 milhões de passageiros voaram com ela, mais gente do que a que voou com a British Airways e a EasyJet.

 

O que se passa então?

 

Parece-me a mim que o preço baixo continua a prevalecer na escolha da maioria das pessoas. E não é difícil perceber porquê.


Afinal (quase) todos gostam de viajar e todos gostam de pagar pouco por isso.

Porquê pagar 300€ quando podemos pagar só 50€?

 

Parece-me também que todos compreendem que se estão a pagar preços tão baixos as exigências também não podem ser muito altas. Seria como entrar numa tasca e exigir o serviço de um restaurante de luxo. Não faria sentido.

 

A questão é onde fica o limite? ou melhor ainda, há limites?

 

Em que momento o barato vai sair caro demais e a falta de qualidade e o desrespeito pelo passageiro vai atingir o nível considerado inaceitável pelas pessoas?

 

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A Ryanair já esteve muitas vezes perto desse limite, em parte, por culpa de Michael O’Leary, o patrão da low-cost, conhecido pelas suas decisões e declarações polémicas. O próprio não tem problemas em assumir que se a empresa tem uma cultura abrupta ou de “macho” isso é devido às suas próprias falhas de carácter.

 

“ I’m very happy to take the blame or responsibility if we have a macho or abrupt culture. Some of that may well be my own character deformities” - Michael O’Leary

 

Eu já viajei com a Ryanair várias vezes e não posso dizer que me tenha corrido mal, mas conheço muita gente que já nem pode ouvir falar nesta companhia aérea.

 

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O futuro dirá se a Ryanair irá sobreviver e continuar a prosperar, mas uma coisa é certa, estes cancelamentos em massa não vão ajudar em nada a imagem da empresa e a ameaça de greve dos pilotos que para ela trabalham também não.

 

NOTA: Se o vosso voo foi cancelado pela Ryanair podem ver aqui as vossas opções e aqui os vossos direitos

 

Tchau!
Travellight

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