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The Travellight World

Inspiração, informação e Dicas de Viagem

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Ter | 11.08.20

Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros: Grutas, praias fluviais, dinossauros e tanta coisa mais!

Sempre adorei conhecer lugares novos, mas nunca desprezei as memórias daquelas primeiras férias de verão, já tão distantes, onde de mãos dadas com os meus pais percorria parques, praias e monumentos históricos deste nosso Portugal…

Acredito, de coração, que o prazer de viajar é uma das melhores dádivas que um pai pode dar a um filho e agradeço até hoje aos meus progenitores por este presente.

Mas, perguntarão vocês, porquê tanta nostalgia? …Bem, esta conversa vem a propósito de uma recente visita ao Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, um lugar por onde passei muitas vezes durante a minha infância, sempre no caminho para o Santuário de Nossa Senhora Fátima (por quem os meus pais tinham grande devoção).

Estava curiosa de saber se a realidade correspondia à minha lembrança, uma vez que há muitos anos não parava por lá, e fiquei feliz por ver que não só correspondia, como era até melhor do que eu me recordava :-)

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Este parque natural, outrora reduto de dinossauros, é famoso pelas suas maravilhosas grutas, mas tem também trilhos perfeitos para caminhadas e é rico em paisagens deslumbrantes.
Aqui podemos explorar debaixo da terra, percorrer a natureza verde ou descansar em praias fluviais.

Mira de Aire, que se estende pela vertente do Planalto de S. Mamede e tem a nascente a serra, é um bom sitio para começar uma visita ao Parque. A primeira paragem pode ser no Polje Mira - Minde, também conhecido como o "Mar de Minde" porque nos invernos e primaveras mais chuvosas enche-se de água e transforma-se numa grande lagoa. “Polje”, para quem não sabe, é uma enorme depressão calcária que acumula água à superfície, sempre que os níveis de água subterrânea estão completamente preenchidos.

fullsizeoutput_4e3aO Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros é considerada área protegida desde 1979 e possui paisagens diversas e inúmeros percursos pedestres bem marcados.
Em Mira de Aire, podemos simplesmente escolher uma estrada e caminhar. Rapidamente vamos descobrir que essa estrada transforma-se num caminho, que depois se transforma num trilho que finalmente nos leva até à fenda montanhosa dos Candeeiros.

Quem procura algo mais fácil, pode optar por seguir um dos muitos caminhos que se entre cruzam no “Mar de Minde”.

Fazer o Percurso Pedestre Fórnea – Alcaria é mais uma opção e uma forma de conhecer uma das zonas mais bonitas do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. O percurso é uma espécie de “anfiteatro” natural com milhões de anos, que está rodeado por cursos de água e cascatas.

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Entrando cada vez mais no Parque Nacional, os caminhos levam-nos a locais como os Olhos de Água — uma praia fluvial de águas cristalinas, que irrompe de um desfiladeiro rochoso e de um rio subterrâneo. Nos fins de semana de verão muitas pessoas vem até aqui, mas uma pequena caminhada rio abaixo pode levar-nos a outras praias mais escondidas e a quedas de água.

A nascente dos Olhos de Água do Alviela, também não deve ser esquecida. É uma das nascentes mais importantes do nosso país e podemos conhece-la através de um percurso onde, entre outros locais de impressionante beleza, encontramos o Canhão fluvio-cársico e a Ressurgência da Ribeira dos Amiais, a Janela  Cársica e o Poço Escuro — grutas onde um dos afluentes do Alviela se transforma num rio subterrâneo e, depois, o caminho pelo qual regressa à superfície.

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…E por falar em grutas, tenho agora de mencionar as famosas grutas de Mira de Aire, a razão pela qual a maioria dos turistas visita esta região.
Foram descobertas em 1947, são enormes e constituem um maravilhoso mundo subterrâneo, tão profundo que, quando chegamos ao fim temos de apanhar um elevador para subir!
Em 2010 as grutas de Mira de Aire foram eleitas uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal e a razão é evidente: belos espelhos de água; estalactites e estalagmites que parecem esculturas de uma catedral gótica; pequenos regatos e o Rio Negro, que desagua, em cascata, no Grande Lago. Neste local, no final da vista, tem lugar um espetáculo de água, luz e som, absolutamente fantástico.

O complexo de grutas de Alvados e de Santo António fica próximo e também merece uma visita.
A localidade de Alvados é mesmo conhecida como “Vale Encantado”, pelas suas grutas naturais consideradas as mais bem preservadas de Portugal.

As Grutas de Alvados, descobertas em 1964 e as Grutas de Santo António, descobertas em 1955, são, apesar da proximidade geográfica, muito diferentes entre si. Em Alvados, as grutas destacam-se pelos longos corredores que se transformam em pequenas salas e em vários lagos naturais, para além dos seus inúmeros túneis interrompidos por profundos algares. Já as Grutas de Santo António são impressionantes acima de tudo pela enorme “sala”, percorrida por pequenos cursos de água e lagos naturais, totalmente decoradas por estalactites e estalagmites.

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Vale igualmente a pena visitar as Salinas da Fonte da Bica ou de Rio Maior, também conhecidas como Marinhas de Sal de Rio Maior. São um ex-libris da cidade e uma maravilha da natureza porque afinal o mar encontra-se a mais de 30 quilómetros daqui. A água utilizada para encher as salinas tem origem num poço bem profundo e, segundo consta, é 7 vezes mais salgada do que a água do oceano Atlântico. 

As pequenas casas em madeira, em volta da salina que vendem lembranças e artigos regionais, são pitorescas e transportam-nos para outros tempos.
É interessante perceber como funciona esta produção, e aproveitar para comprar sal para depois usar na nossa cozinha no regresso a casa 😊

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Outra atração do Parque, que não era conhecida ou divulgada quando eu era criança e que por isso foi novidade para mim (apesar de já estar aberto ao público desde 1997), é o Monumento Natural das Pegadas dos Dinossauros — rastros que os saurópodes deixaram no lado ocidental da Serra de Aire há cerca de 175 milhões de anos.
Situado nos concelhos de Ourém e Torres Novas, existem cerca de 20 trilhos (um com cerca de 147 metros de comprimento) numa jazida que data do Jurássico Médio. As pegadas são profundas e com as impressões dos dedos ainda visíveis. O terreno, que então era uma zona pantanosa – e daí as pegadas terem ficado imortalizadas – tornou-se bastante irregular com o passar dos milénios: o passeio a pé faz-se por subidas e descidas, escadas e terra batida.

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Tchau!

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