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The Travellight World

Inspiração, informação e Dicas de Viagem

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Ter | 14.03.17

O VALE SAGRADO DOS INCAS | OLLANTAYTAMBO

Quando eu era miúda passava uma série de animação na RTP intitulada “As Misteriosas Cidades de Ouro” que contava as aventuras de 3 crianças pelas Américas e pelas antigas cidades Inca.

 

Eu amava aquela série e ficava a sonhar acordada com o dia em que também eu iria partir à exploração daqueles locais.

 

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Quando esse dia chegou e eu entrei no avião com destino ao Peru eu nem queria acreditar - foi seguramente um dos dias mais felizes da minha vida. 😊

 

Duas semanas para explorar! Mas por onde começar?

 

Claro que a jóia da coroa, aquele sitio a que todos querem chegar, é Machu Pichu, mas até lá há muito chão para percorrer, e um dos melhores sítios para iniciar a aventura é o Vale Sagrado.

 

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Este vale encantado, formado pelo rio Urubamba (um braço do Amazonas), possui uma riqueza de recursos naturais e agrícolas que juntamente com a sua proximidade à antiga capital Cusco, transformaram a região no coração do império de Inca.

 

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Apesar de ser um Vale, este local fica muitos metros acima do nível do mar (2800 m) e muitas pessoas sofrem com os efeitos da altitude. Eu não fui excepção.


Pequenas tonturas, cançaso, dor de cabeça e dificuldade em respirar foram alguns dos (ligeiros) sintomas. Nada que um comprimido de paracetamol e um chá de folha de coca não ajudasse a melhorar...

 

Sim leram bem, chá de folha de coca! 

 

A folha de coca é um produto natural (e legal no Peru) que por séculos é utilizado pelos povos Andinos para minimizar os efeitos da altitude.

 

No Peru o chá de folha de coca é muito comum. Todos os hotéis e restaurantes tem e até no aeroporto de Cusco foi oferecido gratuitamente quando chegamos, para não passarmos mal com a mudança de altitude.

 

O povo Inca acredita que as folhas de coca estimulam a energia, porque aliviam o cansaço, a sede e a fome e anestesiam a dor. Por isso, no passado, honravam com estas folhas os seus ídolos, divindades, as montanhas,  as fontes e outros monumentos de grande importância.

 

As folhas de coca contêm diversos componentes químicos conhecidos como alcaloides. O mais conhecido de entre esses componentes é a cocaína, que só consegue ser extraída e purificada depois de passar por complexos processos químicos.  É esse alcaloide (puro) que vicia e produz malefícios para a saúde.

 

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Quando visitei o Vale era Primavera, os campos estavam verdes e por todo lado despontavam flores.

 

Era uma bela paisagem!

 

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O Vale Sagrado está cheio de pequenas cidades e sítios arqueológicos que oferecem tanto um vislumbre da vida Peruana diária actual, como também oferecem um retrato bem completo das realizações do outrora glorioso Império Inca.

 

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Aqui, a modernidade e a tradição andam de mão dada. Os habitantes respeitam e preservam o seu passado, continuando a seguir práticas indígenas e festejando datas que por séculos foram consideradas especiais para esta cultura.

 

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Detalhes como pequenos santuários sobre os telhados da maioria das casas do Vale Sagrado revelam bem esta dinâmica. Os santuários incluem, entre outras coisas, uma cruz indicando que a família é cristã, touros de cerâmica para dar força e fertilidade, pequenos barris de cerveja de milho para liga-los aos seus antepassados ​​e um frasco de água benta para santificar a casa. 

 

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Ollantaytambo, é uma das cidades especiais do Vale Sagrado. Fica ao pé de enormes ruínas que compartilham o mesmo nome.

 

Este é um sítio arqueológico tranquilo, que serve como base para aqueles que estão em rota para Machu Picchu.

 

É um ponto de partida comum para os que percorrem a Trilha Inca, uma caminhada de 43 km que termina em Machu Picchu.

 

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Ollantaytambo foi o lugar onde os Incas travaram algumas das suas últimas batalhas, resistindo à conquista Espanhola da fortaleza, ainda intacta, e dos terraços escalonados que se erguiam em redor da cidade.

 

É um dos complexos arquitectónicos mais monumentais do antigo Império Inca e uma das obras mais peculiares e surpreendentes que os antigos Peruanos realizaram, especialmente o Templo do Sol e os seus gigantescos monólitos.

 

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Algumas das rochas utilizadas na construção encontram-se a alguns quilómetros da cidade, o que revela o domínio de técnicas avançadas de transporte. As pedras eram trabalhadas antes de serem transportadas e nesse trabalho eles deixavam sulcos onde amarravam cordas para facilitar a movimentação.

 

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As ruas rectas, estreitas e pitorescas hoje formam quinze grupos de casas localizadas ao norte da praça principal da cidade, que constituem por si só um verdadeiro legado histórico.

 

 

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Subir até o topo do centro cerimonial da vila, onde os Incas adoravam os seus Deuses, oferece-nos uma vista panorâmica incrível sobre o Vale Sagrado e os rios Patakancha e Urubamba.

 

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E lá de cima, onde o ar é mais puro e o céu imenso, não consegues deixar de pensar em como nada é eterno. Como grandes Impérios se desmoronam e importantes governantes caem em desgraça.

 

No fim só ficam as pedras…

 

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Tenho muito mais para vos contar sobre o Vale Sagrado, mas ficará para outro dia.

 

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Tchau!
Travellight

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