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The Travellight World

Inspiração, informação e Dicas de Viagem

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Qui | 15.11.18

O Rio Perfume e a Cidade Imperial de Hue | Vietname

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No Vietname existe um rio com o nome poético de Rio Perfume… lindo não é?

 

O rio foi assim chamado devido ao agradável cheiro que exalava no outono quando as muitas flores que existiam nas suas margens caiam à água e eram transportadas pela corrente.

 

Hoje em dia o aroma floral não é tão percetível, mas o Rio Perfume mantém-se como um dos marcos turísticos mais populares da cidade de Hue.

 

Atravessei-o numa bonita manhã, de céu azul e temperatura agradável, com uma brisa suave a acariciar-me a cara. O meu destino final era a Cidade de Hue, património mundial da UNESCO.

 

O barco onde fiz a travessia — um tradicional barco Vietnamita, designado barco dragão — tem uma origem chinesa  que remonta a mais de 2.000 anos. 

 

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Estes barcos originalmente eram usados para transportar a família Imperial e eram construídos para se assemelharem a um dragão, com a cabeça do mítico ser esculpida na parte da frente do barco e a sua cauda esculpida na parte de trás.

 

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Atualmente estes barcos transportam turistas e servem igualmente de habitação para dezenas de famílias que ganham o seu sustento no rio. A simpática família que me transportou rio acima vendia bonitos cartões com figuras tradicionais e paisagens Vietnamitas recortadas à mão. Os cartões eram lindos 😊

 

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Por um século e meio, Hue foi a capital real do Vietname e lar da dinastia Nguyen, que se estabeleceu na cidade no início do século XIX e aqui viveu, governou e aqui foi subsequentemente enterrada.

 

Os antigos governantes do Vietname passavam tanto tempo a preparar-se para a morte que a maioria dos túmulos reais tinha uma dupla função: Antes do monarca “montar as costas do dragão” — o eufemismo para a morte real — ele usava o futuro túmulo ​​como casa de campo.

 

Parece um conceito estranho, mas os “túmulos” eram verdadeiros retiros campestres, cuidadosamente planeados para receber a família real tanto em vida como na morte.

 

O Rio serpenteia através de Hue, revelando maravilhas a cada curva. Um palácio e oito túmulos reais relativamente intactos estão espalhados ao longo do vale do rio Perfume e das colinas baixas em redor. Estiveram escondidos durante anos por votos de sigilo, mas agora estão abertos ao público e podem facilmente ser visitados. Os três mais bem conservados são os túmulos de Tu DucMinh Mang Khai Dinh. 

 

O barco deixou-me na margem e eu segui por um caminho ladeado por bambu até encontrar o primeiro túmulo: o Túmulo de Tu Duc.

 

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Não me pareceu de todo um túmulo, mas antes um velho palácio. Cheirava a poeira e madeira húmida, mas ainda assim era impressionante.

 

Passeando por ali, ficas com uma noção do que era a vida deste Imperador… Durante os dias, ele pescava no lago ou ia caçar a uma ilha minúscula, que os seus serviçais abasteciam com cervos mansos. Depois retirava-se para o pavilhão Xung Khiem — o Palácio para Admirar a Lua e Declamar a Poesia — onde as suas concubinas faziam-lhe serenatas e o imperador escrevia poesia (Tu Duc escreveu mais de 4.000 poemas).

 

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Destaca-se também nestas ruínas um antigo teatro, cujo único assento era uma enorme cadeira real. Disseram-me que Tu Duc passava as noites a assistir à representação de peças que chegavam a ter 1.000 episódios (eram o equivalente às novelas atuais 😃).

 

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A tumba em si, está um pouco mais longe, no lugar onde soldados de pedra parecem aguardar instruções do falecido rei. Mas dizem-me que na praça quadrada, aberta para o céu e cercada por ciprestes não está enterrado Tu Duc. 

 

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A verdadeira localização do túmulo não é conhecida, apenas se sabe que ele está sob as pedras do pátio, escondido em algum lugar num vasto labirinto de túneis…

 

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Mais adiante fica o mausoléu do maior dos governantes NguyenMinh Mang, o avô de Tu Duc.

 

Minh Mang era apaixonado por arquitetura e o seu túmulo é considerado um dos edifícios mais interessantes do Vietname.
 
 
Rodeado por belos jardins e lagos, é um lugar que dá gosto visitar. As salas frescas dos templos proporcionaram um agradável refúgio ao calor do meio-dia.

 

 

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Minh Mang, levou mais de quatorze anos para encontrar o local ideal para o seu mausoléu e foram precisos dez mil operários e três anos para construí-lo. Mas valeu a pena, pois este mausoléu de influência chinesa é magnífico com os seus lagos, jardins e pavilhões vermelhos.

 

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A norte do terreno, Minh Mang está enterrado dentro de um pequeno monte cercado por um pitoresco lago em forma de lua crescente.
 
 
No topo de uma colina fica a tumba de Khai Dinh. Para alcançar este mausoléu tem de se subir mais de cem degraus, passando por terraços onde guardas de pedra parecem condenados a ficar eternamente alerta.
 
 
A vista do topo é linda e vale a subida. Aqui, há apenas uma estrutura principal — um grande templo — que ostenta uma fusão desenfreada de estilos vietnamitas, europeus e chineses. O interior está repleto de uma miscelânea de estatuetas, dragões e minúsculos mosaicos de porcelana e vidro. No centro fica uma estátua de bronze em tamanho natural do Imperador Khai Dinh.
 
 
 

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De uma perspetiva arquitetónica, cada um dos túmulos de Hue são a expressão única da personalidade dos monarcas que os mandaram construir e refletem as suas tendências e gostos pessoais.
 
 
A minha viagem continuou pelo Rio Perfume, com uma pequena paragem no imponente Thien Mu Pagoda, antes de finalmente chegar à aguardada Cidade Imperial de Hue.
 
 
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A Cidade Imperial de Hue é uma fortaleza murada e palácio, idealizada como uma cópia da Cidade Proibida dos imperadores chineses em Pequim.

 

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Ela integra a Cidade Púrpura Proibida e o Museu Real de Antiguidades. 

 

O bombardeamento norte-americano de 1968, em resposta à tomada de Hue pelos comunistas, arrasou a maior parte da cidade.

 

Entre os poucos edifícios que sobreviveram contam-se o Templo Thai Hoa, o Templo Can Thanh, o Mieu e o Hieu Lam Cac.

 
É um passeio inesquecível que recomendo a todos que querem conhecer melhor a história e a herança cultural do Vietname.
 
 
 
Tchau!
Travellight

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