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The Travellight World

Inspiração, informação e Dicas de Viagem

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Qua | 29.10.25

MACAM: Uma nova forma de viver a arte

Localizado em Lisboa, no histórico Palácio dos Condes da Ribeira Grande, o MACAM – Museu de Arte Contemporânea Armando Martins – é um projeto singular que une arte, hospitalidade e património num só espaço.

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Foi a aquisição de uma obra abstrata de Rogério Ribeiro, que marcou para Armando Martins o início de um percurso dedicado à valorização da arte como expressão cultural e pessoal. Engenheiro mecânico de formação e promotor imobiliário de profissão, este colecionador, movido por uma paixão visceral pela arte, reuniu, ao longo de cinco décadas, uma impressionante coleção de mais de 600 obras, com peças de artistas nacionais e internacionais, sempre guiado pelo gosto pessoal e pela convicção de que a arte é uma forma profunda de expressão cultural. A sua dedicação ultrapassou o simples ato de colecionar, tornando-se num verdadeiro compromisso com a preservação e partilha do património artístico.

Foi essa visão que culminou na criação do MACAM – Museu de Arte Contemporânea Armando Martins. Este projeto, financiado inteiramente com capital próprio, representa mais do que um espaço expositivo: é uma proposta inovadora que alia arte e hospitalidade, com um hotel de cinco estrelas integrado no mesmo edifício.

 O Hotel

A ideia de criar um hotel-museu surgiu com o desejo de partilhar a sua coleção com o público, mas de forma inovadora e envolvente. Em vez de limitar a experiência à visita convencional de um museu, Armando Martins concebeu um espaço onde os hóspedes pudessem viver com a arte, dormir rodeados por obras originais e sentir a presença criativa em cada recanto. O MACAM é, assim, o primeiro hotel-museu da Europa, oferecendo uma estadia imersiva num ambiente onde a arte não é apenas contemplada, mas habitada.

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Cada um dos 64 quartos do hotel está decorado com obras da coleção, cuidadosamente selecionadas para criar ambientes únicos. A experiência de alojamento no MACAM é, por isso, profundamente personalizada, permitindo aos visitantes descobrir artistas e estilos enquanto desfrutam do conforto de um hotel de luxo. A antiga biblioteca do palácio foi convertida numa sala de estar para os hóspedes, reforçando o espírito de partilha e descoberta que define o projeto.

O Museu

Instalado num palácio do século XVIII, o MACAM combina a elegância histórica com uma ala contemporânea desenhada pelo estúdio MetroUrbe. Esta nova extensão, revestida por azulejos tridimensionais da artista Maria Ana Vasco Costa, representa a fusão entre tradição e modernidade. A curadoria do museu organiza a coleção em dois tempos: no piso nobre do palácio encontram-se obras de artistas portugueses anteriores ao 25 de Abril, enquanto na ala moderna se destacam criações de artistas contemporâneos nacionais e internacionais.

A coleção permanente inclui nomes como Amadeo de Souza-Cardoso, Paula Rego, Vieira da Silva, Julião Sarmento, Olafur Eliasson e Marina Abramović. Além das exposições fixas, o MACAM acolhe mostras temporárias e instalações site-specific, como as de José Pedro Croft, Ângela Bulloch e Cristina Ataíde, que dialogam com o espaço e com os temas da atualidade. O museu propõe ainda uma leitura crítica e sensível do mundo contemporâneo, cruzando estética, política e identidade.

Consulte o site oficial para mais informações sobre as exposições temporárias, horários e aquisição de bilhetes on-line.

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Os Jardins

Os jardins do MACAM são uma extensão natural da experiência artística. De visita gratuita, estão situados entre o palácio e o novo edifício e foram concebidos como espaços de descanso e encontro. Com vegetação cuidadosamente selecionada, elementos de água e esculturas integradas no percurso, os jardins oferecem momentos de pausa e reflexão, em sintonia com a atmosfera do museu. São também palco de eventos culturais e performances, reforçando o caráter dinâmico e multidisciplinar do projeto.

As intervenções artísticas nos jardins do MACAM foram pensadas para estimular o olhar e provocar o pensamento crítico. Algumas das peças evocam formas animais e parecem emergir organicamente do cenário natural, criando pontes entre a natureza e o universo artístico. Este diálogo entre elementos vivos e criações humanas transforma o jardim num laboratório sensorial, onde cada passo revela novas camadas de significado e beleza.

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àCapela Live Arts & Bar

Um dos espaços mais emblemáticos do MACAM é a antiga capela do palácio, agora dessacralizada e transformada num bar e sala de eventos. Este local, que outrora serviu o culto religioso, foi adaptado, com respeito pela sua arquitetura original, mantendo os elementos decorativos e a aura de recolhimento. Hoje, funciona como ponto de encontro entre arte, música e convívio, acolhendo concertos, conversas e experiências sensoriais que ampliam o conceito de museu.

A carta de cocktails é uma celebração da criatividade e da tradição reinventada. Os cocktails de assinatura destacam-se pela originalidade e pela utilização de ingredientes nacionais, com sugestões que vão desde clássicos reinterpretados até criações exclusivas que homenageiam a cultura portuguesa. A carta inclui também uma seleção cuidada de vinhos e espumantes, pensada para acompanhar momentos de convívio e espetáculos ao vivo num ambiente intimista e acolhedor.

No coração do àCapela encontra-se a instalação “Trinity”, uma obra site-specific do artista espanhol Carlos Aires que estabelece um diálogo poético com a memória e a arquitetura da antiga capela dessacralizada. Esta peça, concebida especialmente para o espaço, evoca simultaneamente o sagrado e o profano, fundindo elementos visuais contemporâneos com referências simbólicas que remetem à história do local. A presença da instalação no centro do bar não só reforça a vocação artística do àCapela, como também convida os visitantes a uma contemplação silenciosa entre um cocktail e um concerto, tornando cada visita uma experiência estética e sensorial profundamente envolvente.

Promovendo o equilíbrio entre arte performativa e gastronomia, o àCapela aposta numa abordagem contemporânea ao conceito de finger food, com propostas de petiscos que evocam sabores tradicionais como o bacalhau à brás ou o cozido á portuguesa, mas em formatos práticos e sofisticados. Os deliciosos petiscos e sobremesas são servidos em porções ideais para partilhar, promovendo a informalidade e a troca entre os visitantes. 

https://www.instagram.com/reel/DNv95PzUM8I/?igsh=Mzg0M2dxOHBhNWxy

Ao integrar criação, memória, hospitalidade e reflexão, este projeto é uma nova forma de viver a arte, oferecendo uma experiência cultural completa e acessível tanto aos lisboetas como a viajantes de passagem por Lisboa.

 

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