BURJ AL ARAB | O HOTEL 7 ESTRELAS
Olá amigos viajantes!
Uma vez por outra perco a cabeça e marco uma noite num daqueles hotéis com preços proibitivos e digo a mim mesma “é uma vez na vida , só uma vez na vida. Se pudermos usar o dinheiro para viver coisas únicas, desde que seja com peso e medida, que mal faz?” e lá me convenço...
Uma dessas vezes foi no Dubai, onde resolvi passar uma noite no Burj Al Arab, conhecido por ser um Hotel 7 estrelas.
Desde que o hotel inaugurou que eu tinha o sonho de passar lá uma noite, só para ver o que tinha de tão especial.
O preço afastou-me várias vezes, mas num momento da minha vida em que estava particularmente orgulhosa de mim e das minhas conquistas resolvi “oferecer-me” esta prenda (se eu não gostar de mim quem gostará? 😜)
Estas experiências às vezes correm bem, às vezes correm mal, às vezes venho feliz outras arrependo-me amargamente.
Desta experiência vim com um sentimento misto…
Uma estadia no Burj al Arab é algo que se pretende especial, e não há duvida que o Hotel e os seus funcionários se esforçam para isso.
Desde o momento em que chegas até ao momento que partes, tudo é feito para que te sintas importante e especial. Dão-nos a entender que o nosso conforto é a sua primeira e única prioridade. Recebem-nos na porta, cumprimentam-nos pelo nosso nome, oferecem algo de comer (no caso foi tâmaras), uma bebida, enfim… é bastante agradável mas nada que um bom hotel 5 estrelas (inclusive em Portugal) não faça.
Porquê então é este hotel considerado um hotel 7 estrelas?
Transformado em símbolo do Dubai logo após a sua construção, o luxuoso Burj Al Arab considera-se acima dos outros hotéis - eu digo considera-se porque na verdade a sua classificação oficial é de 5 estrelas (acho que oficialmente não existe classificação superior a esta). Mas o Burj considera-se superior porque ultrapassa os limites do que os outros estabelecimentos oferecem aos hóspedes, nomeadamente: suites espaçosas (todos os quartos do hotel são suites de dois pisos), interiores em folha de ouro, um heliporto e mordomos designados para cada andar.
O Burj Al Arab foi criado para representar o auge da cultura árabe de forma majestosa e atrair os membros mais ricos e conhecidos da sociedade.
Roger Federer jogou ténis no heliporto, Tiger Woods deu umas tacadas por lá e top models do momento como Gigi Hadid e Kendall Jenner, parece que também já escolheram este local para comemorar uma passagem de ano.
Todos estes factos parecem cimentar a fama de Hotel exclusivo.
Mas como é de facto este hotel?
A arquitectura exterior é discreta e elegante - a sua forma de vela pretende representar o património náutico do país. Mas o seu interior, meus amigos, é outro mundo.
Assim que atravessamos a porta e entramos no lobby deparamos-nos com um show de cores, fontes e luzes. Tudo é dourado, tudo é colorido, tudo é monumental!
Depois os quartos… Entrei na suite e fiquei sem saber o que pensar. Para quem gosta mais de um estilo moderno e minimalista, todo este “exagero” parece quase de mau gosto, é como uma overdose de cor e riqueza.
Tinha lido sobre o local e visto fotografias - não posso dizer que foi propriamente uma surpresa - mas ao vivo, tudo me pareceu muito, mas muito mais excessivo e exagerado.
iPads banhados a ouro em cada suite, 17 tipos de almofadas que podem ser seleccionados a partir de um menu, um computador macbook, um closet gigante, cores garridas, tapetes e mobiliário luxuoso - não há nada de modesto no Burj Al Arab Dubai - eu arriscaria a dizer, que não há nada de bom gosto… mas claro que isso depende da estética de cada um e gostos não se discutem.
Para mim é demais. Falta-lhe a elegância, gosto e o requinte da moderação. Do ponto de vista arquitectónico o edifício é lindo mas depois a decoração barroca, as superfícies douradas excessivas, trompe l'oeil desnecessários, fontes coloridas, elevadores brilhantes, etc, etc, etc… meu Deus, parece Las Vegas, ou a casa do Donald Trump (já viram fotografias da casa dele? 😣).
Bom mas nem tudo foi mau para mim, o hotel tem sem dúvida muita coisa a seu favor. Se dissesse que não aproveitei a estadia ao máximo estaria a mentir. O serviço ao cliente é excepcional, o SPA e os tratamentos são maravilhosos e a zona exterior de praia /piscina é fantástica.
Os restaurantes, são tal como o resto do hotel, grandiosos e extravagantes, a comida é decente mas nada de memorável. O Burj possui um bar e nove restaurantes no total, cada um mais elaborado do que o outro.
O restaurante Al Mahara, construido em torno de um aquário gigante, é especializado em frutos do mar.
A beira-mar o Bab Al Yam é o que tem o ambiente mais relaxado. Chinelos e crianças são bem vindos .
O restaurante Al Muntaha no topo tem vista para o heliporto, e o Sky View bar tem vista particularmente impressionante para a cidade do Dubai
No átrio do hotel o Sahn Eddar serve o pequeno almoço (buffet) e um delicioso chá da tarde.
Aos outros restaurantes não fui por isso não posso falar.
O balanço que faço desta estadia é que, pesando os prós e os contras, podia perfeitamente ter dispensado esta “loucura”, mas enfim... só se vive uma vez não é?😜
Se um dia quiserem cometer uma extravagância podem ficar aqui só para ver como é, pois realmente o serviço e o atendimento ao cliente é excepcional, mas se só tem curiosidade de conhecer o local, podem reservar um dos restaurantes ou o bar e assim podem aceder ao interior do hotel sem terem de gastar uma exorbitância com a hospedagem. Há opções bem melhores e bastante mais baratas no Dubai.
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Tchau!
Travellight