As ruínas de Pisac e o seu colorido mercado
O Vale Sagrado é uma região maravilhosa do Peru. Tem muitas atracções únicas, mas penso que uma em particular - Pisac, com as suas ruínas e grande mercado. dá-nos a oportunidade de descobrir melhor como é a vida das gentes locais agora e como era nos tempos do grandioso Império Inca.
Pisac está localizado ao lado do rio Urubamba, a cerca de 28 km de Cusco, a principal cidade da região.
Chegar até lá não é muito difícil. Muitas pessoas até vem directamente do aeroporto e param aqui, mas não é algo que aconselho… Pisac fica a 2.900 metros acima do nível do mar e para quem não está habituado a estas altitudes, o impacto pode ser forte. Muitos chegam a desmaiar ou a passar mal. É preferível, no primeiro dia ficar paradinhos no hotel ou dar apenas um passeio rápido para ambientarmos-nos primeiro à altitude.
No segundo dia, a maior parte das pessoas já está bem e pode facilmente apanhar um táxi ou fazer uma excursão, a partir de Cusco ou de um dos hotéis localizados na região do Vale Sagrado, até Pisac.
É um passeio pitoresco por uma estrada montanhosa e sinuosa. Como fui na Primavera, todos os caminhos estavam floridos e o cenário era maravilhoso.
Depois de adquirir os bilhetes para visitar as ruínas, o táxi deixou-me o mais próximo possível da entrada e tive de subir por um caminho íngreme para alcançar o núcleo arqueológico.
Havia muitos vendedores na beira da estrada, que vendiam um pouco de tudo: fruta, souvenirs, milho assado, sumos, cerveja local…
Finalmente avistei a antiga Pisac!
Ninguém sabe exactamente quando foi construída esta cidade - agora em ruínas - mas estima-se que tenha sido por volta do século XV. Acredita-se que era usada, como ponto avançado, para defender de qualquer invasão, Cusco, a capital do império Inca.
Caminhando por ali descobrimos que Pisac tinha estruturas impressionantes. Deve ter sido uma cidade imponente no seu tempo…
As ruínas pareciam estar separadas por 4 áreas: área agrícola, área residencial, área militar e área religiosa.
Primeiro vemos o sector agrícola, representado por fileiras de terraços de pedra que seriam usados para cultivar os produtos agrícolas consumidos pela população. Foi-me dito que um dos socalcos em particular representava uma asa de perdiz porque “Pisac” deriva da palavra Inca “Pisaca” que significa perdiz.
Construir estes terraços, foi uma estratégia inteligente por parte dos Incas pois aumentou exponencialmente a área agrícola cultivável. Muitos deles estão em uso ainda hoje.
No alto dos terraços encontramos as áreas residenciais. Actualmente estão em ruínas, mas com um pouco de esforço é possível imaginar o dia a dia dos antigos incas que aqui viviam com as suas famílias.
Mais à frente encontramos o que sobrou das torres de defesa que compunham a área militar da cidade. A sua posição estratégica no cume da montanha demonstra como Pisac era importante para defender Cusco e a área a sul do vale.
Na zona mais alta encontramos a área religiosa da cidade que integrava um Templo dedicado ao Sol, altares, banhos incas, fontes, uma plataforma cerimonial e, segundo me disseram, o maior cemitério Inca conhecido até à data.
Depois de visitar as ruínas, desci (de taxi) até ao centro da actual Pisac, para passear pelo seu conhecido mercado.
Era Domingo e havia muitas pessoas e muito movimento. Gente local e turistas atropelavam-se na confusão. Fiquei surpresa, as ruínas estavam quase desertas por isso não contava ver tanto movimento ali.
Muitos moradores das montanhas e vilarejos próximos vem até à praça central de Pisac para vender as suas frutas, legumes, especiarias e outros produtos. É bonito de se ver!
O mercado de Pisac é também conhecido pelo artesanato.
Quando eu visitei havia mais de cem barracas no mercado e talvez mais ainda nas ruas vizinhas que não vi. Muitas vendiam exactamente as mesmas coisas, por isso, se um dia forem aqui e estiverem interessados em comprar algo, é boa ideia comparar os preços e visitar várias barracas antes de fazer a compra final.
O artesanato e os têxteis são coloridos e facilmente atraem o nosso olhar. Há jóias, arte, peças de decoração, roupa feita com pelo de alpaca, cachecóis, cobertores, tapetes… mas também flores, frutas e legumes que nunca tinha visto antes. É fascinante!
Muitos dos habitantes locais, trajados com roupas típicas pousavam para fotografias dos turistas a troco de alguns soles (a moeda local).
Acabei por tirar algumas e descobri que cada traje, conforme as suas cores, representava uma aldeia diferente.
Foi uma visita muito interessante que me permitiu uma visão sobre o passado e o presente desta região do Peru.
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Travellight