A Livraria do Mondego
A Livraria do Mondego, na verdade não é uma “livraria”, mas sim um geomonumento que se foi formando ao longo de mais de 400 milhões de anos. Ganhou esse nome porque as altas assentadas de quartzíticos, dispostas quase na vertical, fazem lembrar lombadas de livros arrumados numa estante.
Fotos: Travellight e H. Borges
Este monumento natural que marca a paisagem das margens do Mondego junto a Penacova, é afinal a grande falha tardi-hercínica de Orense-Bacia da Lousã, que separa a Serra do Buçaco do seu prolongamento, a Serra da Atalhada. Esta é pelo menos a explicação geológica do fenómeno, que pouco pesa no momento de apreciar a beleza deste lugar a que o National Geographic chamou “a biblioteca mais antiga do mundo” porque “guarda páginas do livro da Terra”. Na sua composição, por exemplo, é possível identificar vestígios de um areal de praia com 450 milhões de anos, cuja aparencia simétrica das cristas sugere que se tenha formado pela ondulação do fluxo e refluxo das marés.
Existe um percurso interpretativo da Livraria do Mondego que se enquadra no projeto transversal “Rios e Zonas Húmidas”, com uma extensão de apenas 800 metros, que permite descobrir a geologia e biodiversidade da região. Desenvolve-se na margem esquerda do Rio Mondego, junto ao IP3, em Penacova, e constitui um segmento da Grande Rota do Mondego.
A vegetação do troço do rio é constituída por espécies como salgueiros, freixos, amieiros, choupos, carvalho-alvarinho, pilriteiro e outras espécies que refletem a influência mediterrânica, como o aderno-bastardo e o medronheiro.
A Livraria do Mondego também é visível para quem circula de carro no IP3, imediatamente na zona da ponte sobre o rio Mondego, junto a Penacova e tem-se acesso direto e privilegiado a este monumento natural a partir da EN2 — a estrada nacional mais extensa de Portugal e a maior da Europa.
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