A Floresta Hoia-Baciu, na Roménia, é conhecida como um dos locais mais misteriosos e assustadores da Europa. Situada nos arredores de Cluj-Napoca, esta floresta tem sido palco de inúmeros relatos de fenómenos paranormais e atrai curiosos e investigadores de todo o mundo.
Foto: GoodFon
A Floresta Hoia-Baciu cobre cerca de 3 quilómetros quadrados e está localizada a oeste da cidade de Cluj-Napoca, na região da Transilvânia. Apesar da sua beleza natural e da proximidade ao Museu Etnográfico da Transilvânia, o local ganhou fama pela sua reputação sinistra. Desde meados do século XX, surgiram relatos de avistamentos de OVNIs, desaparecimentos inexplicáveis e sensações de mal-estar entre os visitantes. Um dos pontos mais intrigantes é a Poiana Rotundă, uma clareira quase perfeitamente circular onde, curiosamente, não cresce nenhuma árvore, apenas relva. Este fenómeno continua sem explicação científica convincente.
As árvores da floresta também contribuem para o seu ambiente inquietante. Muitas apresentam formas retorcidas e troncos curvados de maneira incomum, como se tivessem sido moldadas por forças desconhecidas. Além disso, há quem afirme ouvir vozes, sentir toques invisíveis ou ver sombras que se movem entre as árvores. Estes relatos tornaram Hoia-Baciu conhecida como o "Triângulo das Bermudas da Roménia".
Apesar da sua reputação assustadora, a floresta é também um destino popular para atividades ao ar livre. Existem trilhos para caminhadas, zonas para ciclismo e áreas dedicadas a desportos como paintball e tiro com arco. Empresas locais oferecem visitas guiadas que incluem explicações sobre a história e os mistérios do local, bem como experiências de investigação paranormal.
Para quem deseja visitar a Floresta Hoia-Baciu, o percurso mais direto envolve viajar de avião até Cluj-Napoca. Existem voos com escala a partir de Lisboa ou Porto, geralmente via Bucareste ou outra cidade europeia. Após chegar ao aeroporto de Cluj-Napoca, pode-se apanhar um táxi ou utilizar transporte público até à floresta, que fica a poucos quilómetros do centro da cidade. A entrada na floresta é livre, mas recomenda-se a contratação de um guia local para melhor compreender os mistérios e garantir uma visita segura.
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Localizado em Lisboa, no histórico Palácio dos Condes da Ribeira Grande, o MACAM – Museu de Arte Contemporânea Armando Martins – é um projeto singular que une arte, hospitalidade e património num só espaço.
Foi a aquisição de uma obra abstrata de Rogério Ribeiro, que marcou para Armando Martins o início de um percurso dedicado à valorização da arte como expressão cultural e pessoal. Engenheiro mecânico de formação e promotor imobiliário de profissão, este colecionador, movido por uma paixão visceral pela arte, reuniu, ao longo de cinco décadas, uma impressionante coleção de mais de 600 obras, com peças de artistas nacionais e internacionais, sempre guiado pelo gosto pessoal e pela convicção de que a arte é uma forma profunda de expressão cultural. A sua dedicação ultrapassou o simples ato de colecionar, tornando-se num verdadeiro compromisso com a preservação e partilha do património artístico.
Foi essa visão que culminou na criação do MACAM – Museu de Arte Contemporânea Armando Martins. Este projeto, financiado inteiramente com capital próprio, representa mais do que um espaço expositivo: é uma proposta inovadora que alia arte e hospitalidade, com um hotel de cinco estrelas integrado no mesmo edifício.
O Hotel
A ideia de criar um hotel-museu surgiu com o desejo de partilhar a sua coleção com o público, mas de forma inovadora e envolvente. Em vez de limitar a experiência à visita convencional de um museu, Armando Martins concebeu um espaço onde os hóspedes pudessem viver com a arte, dormir rodeados por obras originais e sentir a presença criativa em cada recanto. O MACAM é, assim, o primeiro hotel-museu da Europa, oferecendo uma estadia imersiva num ambiente onde a arte não é apenas contemplada, mas habitada.
Cada um dos 64 quartos do hotel está decorado com obras da coleção, cuidadosamente selecionadas para criar ambientes únicos. A experiência de alojamento no MACAM é, por isso, profundamente personalizada, permitindo aos visitantes descobrir artistas e estilos enquanto desfrutam do conforto de um hotel de luxo. A antiga biblioteca do palácio foi convertida numa sala de estar para os hóspedes, reforçando o espírito de partilha e descoberta que define o projeto.
O Museu
Instalado num palácio do século XVIII, o MACAM combina a elegância histórica com uma ala contemporânea desenhada pelo estúdio MetroUrbe. Esta nova extensão, revestida por azulejos tridimensionais da artista Maria Ana Vasco Costa, representa a fusão entre tradição e modernidade. A curadoria do museu organiza a coleção em dois tempos: no piso nobre do palácio encontram-se obras de artistas portugueses anteriores ao 25 de Abril, enquanto na ala moderna se destacam criações de artistas contemporâneos nacionais e internacionais.
A coleção permanente inclui nomes como Amadeo de Souza-Cardoso, Paula Rego, Vieira da Silva, Julião Sarmento, Olafur Eliasson e Marina Abramović. Além das exposições fixas, o MACAM acolhe mostras temporárias e instalações site-specific, como as de José Pedro Croft, Ângela Bulloch e Cristina Ataíde, que dialogam com o espaço e com os temas da atualidade. O museu propõe ainda uma leitura crítica e sensível do mundo contemporâneo, cruzando estética, política e identidade.
Consulte o site oficial para mais informações sobre as exposições temporárias, horários e aquisição de bilhetes on-line.
Os Jardins
Os jardins do MACAM são uma extensão natural da experiência artística. De visita gratuita, estão situados entre o palácio e o novo edifício e foram concebidos como espaços de descanso e encontro. Com vegetação cuidadosamente selecionada, elementos de água e esculturas integradas no percurso, os jardins oferecem momentos de pausa e reflexão, em sintonia com a atmosfera do museu. São também palco de eventos culturais e performances, reforçando o caráter dinâmico e multidisciplinar do projeto.
As intervenções artísticas nos jardins do MACAM foram pensadas para estimular o olhar e provocar o pensamento crítico. Algumas das peças evocam formas animais e parecem emergir organicamente do cenário natural, criando pontes entre a natureza e o universo artístico. Este diálogo entre elementos vivos e criações humanas transforma o jardim num laboratório sensorial, onde cada passo revela novas camadas de significado e beleza.
àCapela Live Arts & Bar
Um dos espaços mais emblemáticos do MACAM é a antiga capela do palácio, agora dessacralizada e transformada num bar e sala de eventos. Este local, que outrora serviu o culto religioso, foi adaptado, com respeito pela sua arquitetura original, mantendo os elementos decorativos e a aura de recolhimento. Hoje, funciona como ponto de encontro entre arte, música e convívio, acolhendo concertos, conversas e experiências sensoriais que ampliam o conceito de museu.
A carta de cocktails é uma celebração da criatividade e da tradição reinventada. Os cocktails de assinatura destacam-se pela originalidade e pela utilização de ingredientes nacionais, com sugestões que vão desde clássicos reinterpretados até criações exclusivas que homenageiam a cultura portuguesa. A carta inclui também uma seleção cuidada de vinhos e espumantes, pensada para acompanhar momentos de convívio e espetáculos ao vivo num ambiente intimista e acolhedor.
No coração do àCapela encontra-se a instalação “Trinity”, uma obra site-specific do artista espanhol Carlos Aires que estabelece um diálogo poético com a memória e a arquitetura da antiga capela dessacralizada. Esta peça, concebida especialmente para o espaço, evoca simultaneamente o sagrado e o profano, fundindo elementos visuais contemporâneos com referências simbólicas que remetem à história do local. A presença da instalação no centro do bar não só reforça a vocação artística do àCapela, como também convida os visitantes a uma contemplação silenciosa entre um cocktail e um concerto, tornando cada visita uma experiência estética e sensorial profundamente envolvente.
Promovendo o equilíbrio entre arte performativa e gastronomia, o àCapela aposta numa abordagem contemporânea ao conceito de finger food, com propostas de petiscos que evocam sabores tradicionais como o bacalhau à brás ou o cozido á portuguesa, mas em formatos práticos e sofisticados. Os deliciosos petiscos e sobremesas são servidos em porções ideais para partilhar, promovendo a informalidade e a troca entre os visitantes.
Ao integrar criação, memória, hospitalidade e reflexão, este projetoé uma nova forma de viver a arte, oferecendo uma experiência cultural completa e acessível tanto aos lisboetas como a viajantes de passagem por Lisboa.
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A Tourtière é uma sobremesa típica do sudoeste francês que cheira a outono. É especialmente popular nas aldeias do vale do Dordonha, como La Roque-Gageac, e representa bem a tradição rústica e acolhedora da gastronomia da região. A sua massa fina e crocante envolve um recheio delicado de maçã, perfumado com aguardente de Armagnac ou rum, e por vezes enriquecido com passas ou nozes.
Esta tarte é geralmente servida acompanhada por um copo de licor ou uma bola de gelado de baunilha.
Veja em baixo a receita.
INGREDIENTES
6 a 8 maçãs reineta ou golden
250 g de farinha de trigo
125 g de manteiga
1 pitada de sal
100 ml de água fria
2 colheres de sopa de açúcar
1 colher de chá de canela
2 colheres de sopa de aguardente (Armagnac ou rum)
Açúcar em pó para polvilhar
PREPARAÇÃO
Misture a farinha com o sal e a manteiga cortada em pedaços. Trabalhe com as pontas dos dedos até obter uma textura arenosa. Adicione a água fria aos poucos até formar uma massa homogénea. Envolva em película aderente e leve ao frigorífico durante 30 minutos.
Descasque e fatie finamente as maçãs. Coloque-as numa tigela com o açúcar, a canela e a aguardente. Misture bem e deixe repousar enquanto prepara a massa.
Divida a massa em duas partes. Estenda uma delas sobre uma superfície enfarinhada e forre uma forma redonda de tarte.
Disponha a mistura de maçãs com o açúcar, a canela e a aguardente, sobre a base de massa, escorrendo o excesso de líquido. Estenda a segunda parte da massa e cubra a tarte. Una bem os bordos e faça pequenos cortes na superfície para deixar sair o vapor. Se quiser, pode usar fatias finas de maçã para decorar o topo da tarte.
Leve ao forno pré-aquecido a 180 ºC durante cerca de 40 minutos, até a massa estar dourada.
Deixe arrefecer ligeiramente e polvilhe com açúcar em pó antes de servir.
Encaixada entre uma imponente falésia calcária e o rio Dordogne, La Roque-Gageac é uma das aldeias mais encantadoras de França, e não é por acaso que está classificada como uma das mais belas do país.
A sua origem remonta à Idade Média, tendo sido um importante ponto estratégico e comercial devido à sua localização privilegiada junto ao rio. Durante séculos, foi habitada por pescadores, comerciantes e nobres, e conserva ainda hoje vestígios da sua história, como o forte troglodita escavado na rocha e as casas de pedra com telhados de laje.
A aldeia está classificada como uma das “Mais Belas Aldeias de França”, e não é difícil perceber porquê. As suas ruas estreitas e sinuosas, ladeadas por casas de pedra dourada, conduzem os visitantes a miradouros com vistas deslumbrantes sobre o vale. Entre os principais pontos turísticos destacam-se o Forte de La Roque-Gageac, a Igreja de Notre-Dame e o Jardim Exótico, que,graças ao microclima único da região, surpreende pela presença de palmeiras, bananeiras e outras espécies tropicais.
Uma das experiências mais memoráveis que se pode viver nesta região é navegar pelo rio Dordogne a bordo das tradicionais gabares, embarcações de fundo raso que outrora transportavam mercadorias. Estes passeios oferecem uma perspetiva diferente da aldeia e das falésias que a rodeiam e permitem a observação de castelos e aldeias vizinhas ao longo do percurso. Para os mais aventureiros, há também a possibilidade de explorar a região de canoa ou num voo de balão de ar quente, que garante vistas panorâmicas extraordinárias.
O outono é, sem dúvida, uma das melhores épocas para visitar La Roque-Gageac. As temperaturas são amenas, o fluxo turístico é mais reduzido e a paisagem transforma-se num espetáculo de cores quentes, com os bosques e vinhedos da Dordonha a tingirem-se de tons dourados e avermelhados. Longe da agitação do verão, é a estação ideal para caminhadas tranquilas, degustações gastronómicas e momentos de contemplação à beira-rio.
A gastronomia local é outro atrativo importante. A região da Dordonha é famosa pelo foie gras, trufas negras, confit de pato e queijos artesanais e em La Roque-Gageac, é possível saborear todas estas iguarias em restaurantes acolhedores com esplanadas voltadas para o rio. Os mercados locais e as feiras de outono oferecem produtos frescos e típicos, sendo uma excelente oportunidade para conhecer os sabores autênticos da região e, quem sabe, trazer alguns para casa.
Fotos: Patrick Janicek CC BY 2.0 / Flickr - https://www.flickr.com/photos/marsupilami92/
Como visitar
Chegar a La Roque-Gageac não é complicado. O voo mais conveniente é para o Aeroporto de Toulouse-Blagnac, que recebe ligações diretas de Lisboa e Porto. A partir de Toulouse, podealugar um carro e seguir viagem por cerca de duas horas e meia até à aldeia, atravessando paisagens rurais encantadoras. Em alternativa, é possível viajar de avião até Bordéus e seguir de carro ou comboio até Sarlat-la-Canéda, a cidade mais próxima, situada a apenas 10 quilómetros de La Roque-Gageac.
Onde ficar hospedado
A estadia na aldeia pode ser feita em pousadas, casas de campo ou hotéis de charme, muitos dos quais instalados em edifícios históricos. A hospitalidade dos habitantes, conhecidos como laroquois, é por regra calorosa, contribuindo para uma experiência ainda mais memorável.
A tranquilidade do local, aliada à sua beleza natural e ao património cultural, faz de La Roque-Gageac um refúgio perfeito para quem procura descanso e paz.
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Uma das receitas mais tradicionais da cidade de Lucca, na Toscana, é o Buccellato Lucchese. Trata-se de um pão doce aromatizado com sementes de erva-doce e enriquecido com passas, muito apreciado pelos habitantes locais. É muitas vezes servido simples, mas também pode acompanhar queijos suaves ou vinho doce. É comum encontrá-lo nas pastelarias e padarias de Lucca, especialmente durante festas e celebrações locais.
Veja aqui a receita:
INGREDIENTES
500 g de farinha de trigo
150 g de açúcar
100 g de manteiga amolecida
2 ovos
25 g de fermento de padeiro fresco
200 ml de leite morno
1 colher de sopa de sementes de erva-doce
150 g de passas
1 pitada de sal
1 gema de ovo para pincelar
PREPARAÇÃO
Dissolva o fermento no leite morno com uma colher de açúcar e deixe repousar durante 10 minutos.
Numa tigela grande, misture a farinha, o açúcar, o sal, a manteiga, os ovos e o fermento ativado, até obter uma massa homogénea.
Junte as sementes de erva-doce e as passas previamente demolhadas em água morna. Misture bem.
Cubra a massa com um pano e deixe levedar durante cerca de uma hora, até dobrar de volume.
Molde a massa em forma de rosca ou de pão alongado e coloque num tabuleiro forrado com papel vegetal.
Deixe levedar novamente por mais 30 minutos.
Pincele com gema de ovo batida e leve ao forno pré-aquecido a 180 ºC durante 30 a 40 minutos, até dourar.
Lucca, cidade fortificada da Toscana, é um dos destinos mais encantadores de Itália. Com raízes que remontam à época romana, Lucca preserva um património arquitetónico e cultural notável, marcado por igrejas medievais, palácios renascentistas e torres que dominam o horizonte urbano.
A cidade desenvolveu-se como um importante centro comercial e religioso durante a Idade Média, mantendo a sua independência como república até ao século XIX. Hoje, Lucca é conhecida pela sua atmosfera tranquila, pelas muralhas intactas que circundam o centro histórico e pela riqueza artística que oferece aos visitantes.
Entre as atrações imperdíveis encontram-se o Palazzo Pfanner, um palácio barroco do século XVII situado junto às muralhas. Originalmente propriedade da família Moriconi, comerciantes de seda, o palácio destaca-se pelo seu jardim italiano atribuído ao arquiteto Filippo Juvarra, com estátuas clássicas, fontes e limoeiros em vasos de terracota. No interior, é possível visitar salas decoradas com frescos e uma coleção de instrumentos médico-cirúrgicos pertencentes a Pietro Pfanner, antigo cirurgião e presidente da câmara de Lucca.
Outros pontos de interesse incluem a Catedral de San Martino, com a sua fachada românica e o túmulo de Ilaria del Carretto; a Torre Guinigi; a Piazza dell’Anfiteatro, construída sobre as ruínas de um antigo anfiteatro romano; e a Igreja de San Michele in Foro, com a sua impressionante fachada esculpida.
O Hotel Ilaria, situado dentro das muralhas, assim como o San Luca Palace Hotel são boas opções de hospedagem na cidade, mas Lucca oferece inúmeras outras opções, adaptadas a todos os bolsos e orçamentos.
Como Visitar
A melhor forma de visitar Lucca é combinar avião e comboio. Os voos diretos para Pisa ou Florença, a partir de Lisboa ou Porto, são frequentes e relativamente acessíveis. Pisa fica a cerca de 30 minutos de Lucca e Florença a cerca de uma hora, ambas ligadas por comboios regionais eficientes e económicos. A chegada a Lucca de comboio é particularmente agradável, pois a estação situa-se junto às muralhas históricas, permitindo iniciar a visita a pé. O centro é compacto e fácil de visitar sem necessidade de transporte adicional, o que torna Lucca ideal para uma escapadinha cultural de dois dias, com tempo para saborear a gastronomia local e descobrir os seus monumentos com tranquilidade.
Roteiro de 2 dias
Dia 1: O coração histórico e as torres
Comece o dia com um passeio pelas muralhas de Lucca, que se estendem por cerca de quatro quilómetros e oferecem uma vista panorâmica sobre a cidade. Em seguida, dirija-se à Torre Guinigi, um dos ícones de Lucca. Esta torre medieval distingue-se pelas árvores que crescem no seu topo, algumas plantadas no séc. XIV, criando um jardim suspenso que proporciona uma vista única sobre os telhados da cidade.
Continue até ao Duomo di San Martino, a catedral de Lucca, cuja fachada românica é impressionante. No interior, destaca-se o túmulo de Ilaria del Carretto, obra de Jacopo della Quercia, e o Volto Santo, uma imagem de Cristo venerada desde a Idade Média.
A poucos passos encontra-se a Igreja de San Michele in Foro, construída sobre o antigo fórum romano. A sua fachada ricamente decorada e a estátua do arcanjo Miguel no topo tornam-na uma das igrejas mais fotogénicas da cidade.
Visite depois a Torre delle Ore, a mais alta de Lucca. Subir os seus degraus permite observar o mecanismo do antigo relógio e desfrutar de mais uma vista deslumbrante sobre o centro histórico.
Termine o dia com um jantar num restaurante típico de Lucca, como a Osteria Miranda, oBuca di Sant’Antonio, ou Lo Skianto. Não deixe de experimentar tortelli lucchesi, uma massa recheada com batata, queijo pecorino e ervas, geralmente servida com molho de carne ou manteiga e sálvia.
Dia 2: Arte e espiritualidade
Comece o segundo dia na Basílica de San Frediano, uma das igrejas mais antigas de Lucca. A sua fachada apresenta um mosaico bizantino raro na Toscana, e o interior revela uma nave ampla e serena, com frescos e elementos românicos bem preservados.
Depois, visite o Palazzo Pfanner. O elegante palácio barroco tem jardins bem cuidados e uma coleção de mobiliário e arte sacra. O jardim, com as suas esculturas e fontes, é o lugar ideal para uma pausa tranquila.
Ao longo do dia, aproveite para explorar as ruas estreitas e praças de Lucca, como a Piazza dell’Anfiteatro, construída sobre as ruínas do antigo anfiteatro romano. Esta praça oval é rodeada por edifícios que mantêm a forma original da estrutura romana, criando um ambiente único.
Lucca é também um excelente lugar para saborear pratos típicos toscanos, como a sopa de espelta e os vinhos locais. Ao fim da tarde, sente-se numa esplanada e desfrute da atmosfera serena e dos sabores que caracterizam a Toscana e esta cidade fortificada.
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Quique Dacosta é um dos nomes mais influentes da gastronomia contemporânea. Autodidata, conquistou as três estrelas Michelin graças a um percurso marcado pela inovação e profunda ligação ao território. Não surpreendeportanto, que uma visita ao seu restaurante em Dénia, se traduza numa experiência sensorial, emocional e quase espiritual.
O génio que cozinha beleza e emoções
Nascido na Extremadura, Dacosta iniciou-se na cozinha aos 14 anos, lavando pratos num restaurante italiano durante as férias escolares. Sem formação académica em hotelaria, foi aprendendo com a prática, com livros de mestres da Nouvelle Cuisine como Paul Bocuse e Michel Guérard, e com visitas aos grandes restaurantes espanhóis, como o El Bulli e o Arzak. Em 1989, começou a trabalhar no restaurante El Poblet, em Dénia, onde viria a assumir a liderança da cozinha e, mais tarde, adquirir o espaço em 1999. A partir daí, começou a desenvolver uma linguagem culinária própria, centrada na estética, na técnica e na valorização dos produtos locais.
O reconhecimento internacional chegou com a primeira estrela Michelin em 2002, seguida da segunda em 2006. Em 2012, o restaurante — já rebatizado como Quique Dacosta— recebeu a terceira estrela, tornando-se o único na Comunidade Valenciana com essa distinção. A sua cozinha é descrita como uma forma de arte efémera, que comunica emoções e ideias através de pratos que desafiam os limites da gastronomia. Em 2025, foi também distinguido com o prémio Best Food Art pelos The Best Chef Awards, reforçando a sua posição como um dos grandes criadores da alta cozinha mundial.
Foto: CC BY-SA 4.0 / Albertotalacap
A viagem
Ao entrar, somos recebidos por uma equipa que domina a arte da hospitalidade com discrição e elegância. O ambiente é sofisticado mas intimista, com uma estética que remete para o Mediterrâneo. e para a natureza envolvente.
A viagem gastronómica começa com um aperitivo servido no terraço soalheiro ou no bonito espaço envidraçado, no exterior do restaurante. O menu de degustação é apresentado como uma narrativa em sete atos. O primeiro, intitulado Emoção, começa com uma (aparente) fatia de pão, presunto ibérico e tomate, uma entrada que evoca a infância e a simplicidade, mas que na verdade não tem nada de simples e nos prepara, logo à primeira garfada, para tudo o que se segue: uma fusão de tradição, criatividade e modernidade.
Segue-se um ramen de cogumelos e acelgas, delicado e reconfortante, e depois uma composição chamada gold, black and violet, que joga com cores e texturas de forma surpreendente.
Findo o primeiro ato, passamos ao interior onde o serviço continua a desenrolar--se como um ballet, com todos os elementos perfeitamente sincronizados para proporcionar a melhor experiência possível aos comensais. Cada prato é acompanhado por um vinho cuidadosamente escolhido, que eleva os sabores e cria harmonias inesperadas.
No segundo ato,Alegoria do Mar, mergulhamos num universo marinho reinventado. Os corais de alga nori e arroz são uma ode à costa, enquanto o lombo curado em gelatina de kombu revela uma técnica apurada e respeito pelo produto. A ostra vegetariana com salsa e caviar é uma provocação bem-sucedida, e o abalone vegetal surpreende pela textura e profundidade. O ventre de atum vermelho curado em atmosfera salina encerra este ato com intensidade.
O terceiro ato, Universo Local, é mais enigmático. O prato good luck é apresentado como um amuleto, com ingredientes locais e uma estética minimalista. No quarto ato, Água, somos levados por uma corrente de sabores líquidos e fumados. O prato jugue é misterioso e delicado, seguido por um guisado de “cacaus del collaret” com enguia fumada em alecrim, que combina rusticidade e sofisticação. A estrela-do-mar frita é uma surpresa lúdica e crocante, acompanhada por um vinho branco com notas herbáceas que reforçam a ligação à terra.
O quinto ato, Velhos Sabores, é um regresso ao passado. O pão com azeite virgem extra da variedade Farga, proveniente de oliveiras milenares de Maestrazgo, é uma celebração da longevidade e da pureza. O arroz de cinza tem uma profundidade terrosa e um aroma subtil, enquanto a fideuà de montanha com sementes de pimento verde, fideos e porco ibérico é um prato reconfortante. Hide the face of God encerra este ato com uma nota teatral, poética e introspetiva, acompanhada por um tinto velho, complexo e envolvente.
No sexto ato, A Doce Beleza, a sobremesa Vall de la Guar in blossom é uma explosão de frescura e perfume, evocando os campos em flor. A folha de figueira do Montgó com coalhada, mel e vinagre envelhecido é uma combinação inesperada que funciona na perfeição, equilibrando doçura e acidez. O vinho de sobremesa escolhido tem notas de frutos secos e mel, criando uma ligação subtil com os ingredientes.
O Epílogo é servido com um “polvorón” de amêndoa de Guadalest, delicado e nostálgico, acompanhado por um licor suave que prolonga a experiência.
Ao sair do restaurante, sentimos que vivemos uma jornada gastronómica que transcende o paladar. É uma experiência que fica na memória, não apenas pelos sabores, mas pela forma como cada prato conta uma história e nos liga ao território, à cultura e à arte de cozinhar.
A cultura do arroz em Valência é mais do que uma tradição agrícola, é uma expressão viva da identidade de uma região que tendo sido fortemente abalada pela tempestade DANA, apresenta hoje umarecuperação notável que reafirma o valor deste património.
Foto: Barana/Rodrigo Marquez
A tempestade DANA, que assolou a Comunidade Valenciana em outubro de 2024, com chuvas torrenciais e inundações, causou muitas mortes e estragos significativos, incluindo nos campos de arroz. Muitos terrenos ficaram alagados e infraestruturas danificadas. Mas a força da comunidade agrícola, que se mobilizou para recuperar os campos, restaurar os canais de irrigação e replantar com esperança, fez toda a diferença. O apoio institucional, nomeadamente da Denominação de Origem Arroz de Valência, foi fundamental para esta recuperação e o APLEC, uma iniciativa que celebra o arroz valenciano, com o seu enfoque turístico e cultural, mostrou que o arroz pode ser também motor de regeneração económica e social.
Realizado no Parque Natural da Albufera, o APLEC 2025, no qual tive o prazer de participar, reuniu dezenas de chefs premiados, produtores locais e instituições que partilham um compromisso com a preservação da cultura do arroz, e a defendem com uma intensidade que só quem vive daquela terra compreende.
A experiência de ser “arrocero por um dia”, como propõe o APLEC, é uma forma de compreender a ligação profunda entre o arroz e o território. A bordo de uma barca tradicional, os participantes foram convidados a percorrer, ao pôr do sol,os canais da Albufera de Valência, um cenário de rara beleza.
A preservação do Parque Natural da Albufera está intimamente ligada aos arrozais. Estes garantem o fluxo de água essencial à vida no ecossistema, especialmente entre maio e setembro, quando a água é mais escassa. Os campos alagados sustentam populações de aves migratórias, oferecendo zonas de alimentação e nidificação. A coexistência entre o cultivo de arroz e os ciclos naturais da fauna e flora é um exemplo de equilíbrio ecológico, sendo vital para a sua preservação, continuar a promover práticas agrícolas sustentáveis.
Brindar com cava à cultura do arroz, rodeada por pessoas que partilham o mesmo respeito por esta tradição foi um momento especial. O som das dolçainas e tabalets, instrumentos típicos da música valenciana, acompanharam o brinde, fazendo, de alguma forma, que o passado, o presente e o futuro se encontrassem ali, num gesto simples mas carregado de significado. O arroz, símbolo eterno de fertilidade e abundância, era agora, ele próprio, celebrado com alegria e reverência.
Depois do desembarque, a celebração continuou junto a uma bem preservada barraca valenciana: uma construção típica das terras agrícolas da região. Ali esperavam-nos os melhores sabores valencianos e as melhores paellas, preparadas por chefs experientes, à vista de todos. A boa música foi assegurada pelo grupo feminino local, Doña Manteca.
Foto: Barana/Rodrigo MarquezFoto: Barana/Rodrigo MarquezFoto: The Travellight WorldFoto: The Travellight WorldFoto: The Travellight WorldFoto: Barana/Rodrigo MarquezFoto: Barana/Rodrigo MarquezFoto: Barana/Rodrigo MarquezFoto: Barana/Rodrigo MarquezFoto: Barana/Rodrigo Marquez
Ao longo do evento, que se estendeu por dois dias e incluiu uma visita ao Museo del Arròs Valenciano, foi reforçada a importância do papel da gastronomia na valorização do território e a vital ajuda que os chefs locais prestaram a toda a comunidade, nos dias e meses que se seguiram à Tempestade DANA.
Foto: The Travellight World
Deixei L’Albufera com a certeza de que este não é apenas um lugar bonito: é um ecossistema vivo, uma paisagem cultural e um espaço de resistência. A recuperação após a Tempestada DANA foi possível graças ao esforço coletivo, e o APLEC foi a prova de que a cultura do arroz continua a florescer.
Ao regressar a casa, trouxe comigo não só o sabor dos pratos e o som da música, mas também a certeza de que Valência sabe cuidar do que é seu — e sabe partilhá-lo com o mundo.
O The Travellight World visitou Valência a convite do Arròs de Valência D.O.
Graças à sua rica tradição culinária mediterrânea, mais de 300 restaurantes, incluindo o renomado Quique Dacosta com três estrelas Michelin, e reconhecimento internacional como Cidade Criativa da Gastronomia pela UNESCO, Dénia, afirma-se como um dos destinos gastronómicos mais vibrantes de Espanha.
Fotos: The Travellight World
Cidade costeira com belas praias, Dénia combina tradição e inovação culinária em ambientes que vão desde mercados locais a tabernas acolhedoras e restaurantes de alta gastronomia. Essa diversidade, aliada ao compromisso com a sustentabilidade e a valorização da cultura alimentar regional, faz de Dénia um verdadeiro paraíso para os amantes da boa mesa.
Festival D*NA: a cozinha como oitava arte
Desde 2015, Dénia ostenta o título de Cidade Criativa da Gastronomia pela UNESCO, e tem vindo a consolidar essa reputação através de iniciativas que celebram a culinária como expressão cultural e artística. O epicentro desta celebração é o Festival Gastronómico D*NA, que transforma a cidade num palco de sabores, saberes e criatividade.
Realizado anualmente no passeio marítimo da praia Marineta Cassiana, o Festivalreúne centenas de chefs, produtores locais, artesãos e artistas. A edição de 2025, com curadoria do chef Quique Dacosta, celebrou o décimo aniversário da distinção da UNESCO e reforçou a ideia da gastronomia como uma forma de arte total, em diálogo com música, dança, literatura e artes visuais.
Durante dois dias, os visitantes puderam participar em showcookings, degustações, workshops e conversas com figuras da alta cozinha como Jordi Roca, Amaury Bouhours e Alberto Chicote. Os produtos locais — azeites, queijos, vinhos, mel, doces e conservas — foram apresentados como protagonistas de uma narrativa culinária que honra tanto a terra como o mar.
Instalações artísticas e concertos também animaram o evento, chamando a atenção das pessoas que percorriam o passeio marítimo e eram desafiadas a parar nas barraquinhas para experimentar especialidades da região como o arroz a banda (prato de arroz, peixe e marisco, típico da costa de Alicante), as cocas (espécie de mini-pizza salgada feita com uma base que lembra a focaccia italianae coberturas variadas), o figatell (especialidade local semelhante a um hambúrguer ou almôndega, feita com carne de porco e fígado picado) e as paellas, ícones da gastronomia local, que celebram os sabores do Mediterrâneo com autenticidade e carácter.
A alta gastronomia brilha tanto quanto a tradicional
O Restaurante Quique Dacosta, com três estrelas Michelin, é um dos espaços que consolidam Dénia como uma referência incontornável no mapa gastronómico mundial. O chef homónimo é conhecido pela sua abordagem artística e emocional à cozinha, onde cada prato é uma obra que comunica território, memória e cultura. O restaurante oferece experiências sensoriais que desafiam os limites da culinária tradicional, com menus que mudam sazonalmente e exploram ingredientes locais com técnicas vanguardistas.
Outro espaço imperdível é o restaurante de alta cozinha italiana Toy, um restaurante instalado numa antiga fábrica de brinquedos, que combina design industrial com uma proposta culinária ousada e contemporânea, apostando numa cozinha de autor, liderada pelo chef Massimo Arienti, que brinca com texturas, cores e sabores, evocando a infância e a imaginação. Aqui a vanguarda e a criatividade italiana entrelaçam-se com os sabores locais, alcançando uma fusão perfeita entre os melhores produtos de proximidade e a tradição culinária italiana.
Porém, Dénia não vive apenas da alta cozinha contemporânea. A gastronomia tradicional mantém um papel central na identidade da cidade com restaurantes como o El Faralló, uma verdadeira instituição local, a preservar sabores autênticos e receitas centenárias. Situado na Calle Fénix, este espaço destaca-se pela sua especialidade: a gamba roja de Dénia, servida cozida ou grelhada — considerada uma das melhores da costa mediterrânica, e pratos emblemáticos como o pulpo seco, o rape à la plancha e a fideuà negra de gambas e calamar, todos preparados com mestria e respeito pela tradição.
Além da excelência dos ingredientes, El Faralló oferece uma experiência gastronómica que honra a cultura local. O ambiente é acolhedor e familiar, e o serviço atento reforça a sensação de estar a saborear uma refeição feita com alma. É o tipo de restaurante que os locais recomendam e os visitantes recordam, pela autenticidade e pela ligação profunda à história culinária de Dénia.
Restaurante Quique DacostaRestaurante ToyRestaurante El Faralló
Gastronomia com identidade e propósito
O que distingue Dénia como destino gastronómico é a sua capacidade de unir tradição e inovação, território e criatividade. Tanto o Festival D*NA como os seus restaurantes são expressão de uma comunidade que vive a gastronomia como forma de arte, de encontro e de transformação.
Se procura uma escapadinha onde o sabor é protagonista, Dénia é o lugar onde o Mediterrâneo se prova com alma!
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O The Travellight World visitou Dénia e o Festival D*NA a convite do Arròs de Valência D.O.
Situada na encosta sul da Serra Nevada, na província de Granada, Espanha, Pampaneira é um pequeno povoado de casas brancas e ruas pitorescas, frequentemente considerado um dos mais bonitos de toda a Andaluzia. A sua localização privilegiada no Barranco de Poqueira, rodeado por montanhas, torna-o um destino ideal para quem procura tranquilidade, autenticidade e paisagens de cortar a respiração.
Foto:Flickr - CC BY-NC-ND 2.0 / Buen Viajero - https://www.flickr.com/photos/carlos_en_esos_mundos/
A história de Pampaneira começa com a ocupação muçulmana da Peninsula Ibérica e a sua influência é visível na arquitetura local, com casas caiadas de branco, pátios interiores e ruas estreitas que serpenteiam pelas encostas. Após a expulsão dos mouros em 1609, a vila foi repovoada por habitantes vindos do norte de Espanha, especialmente da Galiza, o que contribuiu para a diversidade cultural que ainda hoje se sente.
Um dos grandes atrativos de Pampaneira é a sua capacidade de preservar tradições ancestrais. Os artesãos locais continuam a produzir têxteis coloridos, cerâmica e produtos alimentares típicos, como mel, queijos e enchidos. A Fábrica e Loja de Chocolate "Abuela Ili", é uma paragem obrigatória, onde se pode provar e comprar chocolates artesanais com sabores únicos. A gastronomia local, rica em pratos de montanha como o “plato alpujarreño”, é outro motivo para visitar este povoado.
A vila está repleta de recantos encantadores. A Plaza de la Libertad é o coração de Pampaneira, onde se encontra a Igreja de Santa Cruz, construída sobre uma antiga mesquita. A Fonte de San Antonio, também conhecida como “chumpaneira”, é famosa por uma lenda que diz que quem beber da sua água encontrará o amor verdadeiro. As ruas Verónica e Silencio são especialmente pitorescas, com canais de água que correm entre as pedras e flores que adornam as fachadas.
Para os que apreciam a natureza, Pampaneira é o ponto de partida ideal para explorar os trilhos da Serra Nevada. Caminhadas até Bubión e Capileira, vilas vizinhas igualmente encantadoras, oferecem vistas panorâmicas e contacto direto com a paisagem montanhosa. É um bom destino de férias seja qual for a época do ano: no verão, o clima ameno e a altitude tornam o local perfeito para escapar ao calor das cidades, mas no inverno a proximidade com as pistas de esqui da Serra Nevada acrescenta outra atração à visita.
Foto: Wikimedia Comons / Mark Chinnick
Como visitar e onde se hospedar
Viajar de Portugal até Pampaneira é relativamente simples. Pode ir até Granada, atravessando de carro a fronteira por Badajoz e seguindo pela A-92, ou apanhar um voo até Málaga ou Granada e alugar um carro para subir até à Alpujarra. A estrada até Pampaneira, especialmente o último troço pela A-4132, é sinuosa mas oferece vistas espetaculares.
A visita a Pampaneira pode ser feita num dia, mas recomenda-se pernoitar para aproveitar o ambiente noturno, quando as luzes suaves iluminam as ruas e o silêncio da montanha envolve a vila. Existem várias opções de alojamento, desde casas rurais a pequenos hotéis familiares. A hospitalidade dos habitantes é famosa, e muitos visitantes regressam pela sensação de bem-estar que o lugar transmite.
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Uma sobremesa parisiense perfeita para o outono é a Tarte Tatin, uma tarte de maçã caramelizada invertida, criada por acidente no século XIX pelas francesas irmãs Tatin. É reconfortante, aromática e celebra os sabores da estação.
INGREDIENTES
6 maçãs reineta ou golden 100 g de manteiga 150 g de açúcar 1 colher de chá de canela (opcional) 1 pitada de sal 1 base de massa folhada (ou quebrada)
PREPARAÇÃO
Descasque as maçãs, retire os caroços e corte em quartos.
Numa frigideira larga e que possa ir ao forno, derreta a manteiga com o açúcar em lume médio até obter um caramelo dourado. Junte os quartos de maçã ao caramelo, dispondo-os em círculo e deixando cozinhar por cerca de 10 minutos, virando-os ocasionalmente para caramelizar de forma uniforme. Também pode usar uma forma que seja retangular e dispor os quartos de maçã em linhas.
Polvilhe com canela e uma pitada de sal.
Retire do lume e cubra as maçãs com a massa folhada, dobrando as bordas para dentro da frigideira ou forma retangular. Leve ao forno pré-aquecido a 180 °C durante cerca de 25 a 30 minutos, até a massa estar dourada e estaladiça.
Retire do forno e deixe repousar 5 minutos. Com cuidado, vire a tarte sobre um prato de servir, de modo que as maçãs fiquem por cima. Corte em fatias se a tarte for redonda ou em retângulos se a tarte for retangular.
Sirva morna, simples ou com uma colher de crème fraîche ou gelado de baunilha.
Paris é uma cidade que encanta pela sua riqueza histórica, cultural e artística. Milhões de visitantes acorrem todos os anos à capital francesa para ver monumentos icónicos como a Torre Eiffel, o Louvre ou a Catedral de Notre-Dame. No entanto, para quem procura uma experiência mais autêntica e menos turística, Paris reserva uma série de atrações pouco conhecidas que revelam o seu lado mais íntimo e surpreendente.
Explorar estes locais menos frequentados permite descobrir a verdadeira essência da cidade, longe das multidões e das filas intermináveis. São espaços que preservam a memória, a tranquilidade e o charme parisiense, ideais para quem deseja mergulhar na vida local, apreciar a beleza escondida e conhecer histórias que não aparecem nos guias convencionais.
Percorra a galeria em baixo e descubra alguns destes locais singulares.
Escondido no coração do 2.º arrondissement, este jardim é uma criação contemporânea inspirada na história da escrita. Com plantas utilizadas na produção de papel e caminhos em tijolos coloridos, é um espaço poético e tranquilo, ideal para uma pausa entre visitas à Biblioteca Nacional de França.
Fundado em 1927 na Place du Trocadéro, este salão de chá é conhecido pelos seus macarons, croissants e chocolate quente. Frequentado por parisienses elegantes, oferece uma vista privilegiada para a Torre Eiffel e um ambiente clássico que evoca o charme dos cafés literários.
Esta rua pedonal no 12.º arrondissement é famosa pelas suas casas coloridas e ambiente pitoresco. Originalmente construída como habitação operária, foi transformada pelos seus residentes num espaço vibrante muito procurado por fotógrafos.
Situado na Gare de Lyon, este restaurante histórico é uma verdadeira obra de arte da Belle Époque. Com salões decorados com frescos, molduras douradas e lustres imponentes, oferece uma experiência gastronómica que combina tradição francesa com requinte. Ideal para um almoço elegante ou um jantar memorável antes de apanhar o comboio.
Localizado no Square Jehan Rictus, em Montmartre, este mural reúne a frase “Eu amo-te” escrita em mais de 250 línguas. Criado por Frédéric Baron e Claire Kito, é um símbolo de paz e união, e tornou-se um ponto de encontro para casais e amantes da poesia urbana.
Este rooftop efémero no 10.º andar do hotel Pullman Paris Tour Eiffel é um dos segredos mais bem guardados da cidade. Aberto apenas em determinadas épocas do ano, oferece vistas deslumbrantes sobre a Torre Eiffel, cocktails sofisticados e tapas num ambiente exclusivo e moderno.
Instalada numa antiga estrutura metálica do século XIX, esta galeria situada em Montmartre é dedicada à arte outsider e singular. Com exposições temporárias, livraria e café, é um centro cultural alternativo que desafia convenções e oferece uma perspetiva única sobre a criatividade.
No Jardin du Luxembourg, esta fonte monumental encomendada por Maria de Médicis no século XVII é um dos recantos mais românticos de Paris. Com esculturas mitológicas e um lago sereno, é o lugar ideal para ler, descansar ou simplesmente contemplar a beleza clássica.
Localizado no 16.º arrondissement, este jardim botânico é um verdadeiro oásis verde em plena cidade. As estufas históricas do século XIX albergam espécies exóticas de todo o mundo, e a arquitectura elegante confere ao espaço uma atmosfera serena e refinada. É o local perfeito para passeios tranquilos, longe do reboliço urbano, para quem aprecia botânica e património.
Situado no 19.º arrondissement, este parque é pouco conhecido pelos turistas, mas oferece uma das vistas mais amplas sobre Paris. Com jardins geométricos, esculturas art déco e amplos relvados, é perfeito para um piquenique ou uma caminhada contemplativa. A sua localização elevada permite observar a cidade de um ângulo diferente, mais calmo e introspectivo.
Conhecido como “Little India”, este corredor coberto no 10.º arrondissement é um mundo à parte dentro de Paris. Repleto de restaurantes indianos, paquistaneses e mauricianos, o Passage Brady oferece uma experiência gastronómica vibrante e autêntica. A atmosfera é intensa, com aromas exóticos e sons que transportam o visitante para outra cultura, sem sair da cidade.
Este bairro residencial no 20.º arrondissement é uma verdadeira surpresa. Com casas pequenas, jardins floridos e ruas tranquilas, parece uma aldeia rural no meio da capital. Criado no início do século XX para trabalhadores, La Campagne à Paris mantém um espírito comunitário e uma estética encantadora, ideal para quem deseja ver um lado mais íntimo e familiar da cidade.
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Líthica, em Pedreres de S’Hostal é uma das atrações mais surpreendentes da ilha de Menorca, nas Ilhas Baleares, em Espanha. Situada a apenas dois quilómetros da Ciutadella, esta antiga pedreira de pedra calcária foi transformada num espaço cultural e paisagístico de grande beleza e valor histórico. O local impressiona pela escala monumental das escavações e pela forma como a natureza e a arte se entrelaçam, criando um cenário fora do comum.
Foto: DR Líthica - https://lithica.es/en/
A história das Pedreres de S’Hostal remonta a mais de dois séculos, durante os quais a pedra marés,uma rocha calcária típica das Ilhas Baleares, foi extraída para construir grande parte dos edifícios tradicionais da ilha de Menorca. Formada por restos fósseis, esta rocha calcária é fácil de esculpir e foi essencial para a arquitetura local, sendo usada tanto na construção de casas, como na construção de muros e monumentos.
A Fundação Líthica
A exploração da pedreira terminou em 1994, altura em que o espaço só não foi transformado num aterro porque foi criada a Fundação Líthica, com o objetivo de preservar e revitalizar este património.
A Fundação nasceu do esforço de Laetitia Sauleau Lara, uma escultora francesa que, por muitos anos, foi visitante frequente da ilha de Menorca. No início da década de 1980, Laetitiacomeçou a aprender junto de pedreiros e artesãos de Menorca, como trabalhar a pedra conhecida como “marés” e chegou a ser contratada para trabalhar nas novas gárgulas de pedra marés da Catedral de Menorca.
Desde a sua criação, a Fundação tem desenvolvido um projeto exemplar de recuperação e reutilização cultural. As escavações foram limpas, os acessos melhorados e foram criados jardins, trilhos e espaços para eventos. O local é agora um centro de atividades artísticas, ambientais e educativas, onde se realizam concertos, exposições e workshops. A acústica natural das pedreiras torna os espetáculos especialmente memoráveis, sobretudo durante os meses de verão.
A transformação das antigas pedreiras
Líthica divide-se em duas áreas principais: as pedreiras modernas, onde a pedra era cortada com serras circulares, e as pedreiras antigas, escavadas manualmente com picaretas. Nas pedreiras antigas encontra-se o Labirinto, integrado num parque com árvores frutíferas e plantas aromáticas que se converteu numa das atrações mais populares da região, oferecendo uma experiência, ao mesmo tempo lúdica e relaxante.
Visitar Líthicaé mergulhar num mundo onde a intervenção humana na paisagem se transforma em arte. As paredes esculpidas, os contrastes de luz e sombra, e a vegetação que cresce entre as pedras criam uma atmosfera quase mágica. É um exemplo notável de como a indústria pode dar lugar à cultura e à preservação ambiental, sem perder a memória do trabalho árduo que ali foi realizado.
Fotos: DR Líthica - https://lithica.es/en/
Como visitar
Para chegar a Líthica, primeiro é preciso apanhar um voo até Menorca. Do aeroporto da ilha dirija-se à Ciutadella, o centro histórico de Menorca. Se decidir não alugar um carro, basta apanhar um táxi diretamente para Pedreres de S’Hostal ou o autocarro nº60 para Poici - Sabaters e depois caminhar por cerca de 15 minutos até Líthica. A viagem é fácil e permite explorar outros pontos de interesse da ilha, como as praias de areia branca e os povoados pré-históricos.
O horário de visita varia consoante a época do ano, sendo mais alargado entre abril e outubro. O preço de entrada é acessível, com descontos para grupos, para maiores de 65 anos e entrada gratuita para menores de 12. Os bilhetes podem ser adquiridos on-line no site oficial da Fundação.
Recomenda-se reservar tempo suficiente para explorar o espaço com calma, e se possível, participar numa visita guiada para compreender melhor a história e os detalhes técnicos da extração da pedra.
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O Parque Natural das Bardenas Reales, localizado na região de Navarra, Espanha, é uma paisagem única que parece saída de um filme de ficção científica. Com os seus 41.845 hectares, este território semidesértico foi declarado Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO e a beleza singular que nasce das suas formações geológicas impressionantes, atrai visitantes de todo o mundo, que ficam encantados com a sua atmosfera quase surreal.
Foto: Wikimedia Commons / Sofurk
As formações geológicas das Bardenas Reales são resultado de milhões de anos de erosão, criando um dos cenários mais surpreendentes da Península Ibérica. Essa paisagem semidesértica é composta principalmente por argila, gesso e arenito, que, ao longo do tempo, foram moldados pela ação do vento e da água.
A geologia das Bardenas Reales é absolutamente fascinante, remonta a milhões de anos e está intimamente ligada à formação da Depressão do Ebro. Durante o final do Eoceno, há cerca de 38 milhões de anos, a elevação dos Pirineus e da Cordilheira Ibérica causou o afundamento da bacia do Ebro, que começou a acumular sedimentos provenientes das montanhas.
Durante o Mioceno, as Bardenas Reales transformaram-se num grande lago,que continuou a acumular sedimentos. A erosão causada pelas chuvas torrenciais e pelo vento Cierzo esculpiu o relevo atual, criando desfiladeiros e formações rochosas incomuns. Esse processo ainda está em curso, tornando a paisagem dinâmica e em constante transformação.
Estas características tornam as Bardenas Reales um verdadeiro laboratório geológico a céu aberto, perfeito para quem deseja entender melhor a influência do clima e do tempo na modelação do relevo.
O parque atualmente está dividido em duas áreas principais: Bardena Blanca e Bardena Negra. A primeira é caracterizada por terrenos de gesso e argila, criando uma paisagem árida e esbranquiçada. Já a segunda possui solos mais escuros e vegetação rasteira
A erosão causada por chuvas torrenciais ao longo de milhões de anos esculpiu montanhas e falésias, formando um cenário dramático e único. Já imaginou caminhar por este cenário quase extraterrestre?
Foto: Pexels
Foto: Wikimedia Commons / Andrés Flajszer
Fotos: Bardenas Reales Biosphere Reserve | Visit Navarra - Official Website of the Navarre Tourist Board
Como visitar
A cerca de cinco horas de carro de Portugal, as Bardenas Reales são um destino surpreendente para quem procura aventura, paisagens surreais e contacto com a natureza. Não é à toa que este local já serviu de cenário para produções cinematográficas famosas, como “A Guerra dos Tronos”.
A melhor forma de explorar o local é de carro, bicicleta ou a pé, percorrendo os 700 km de trilhas disponíveis. É importante estar atento às áreas restritas, pois há uma zona militar dentro do parque.
Vale a pena subir até ao miradouro no topo das montanhas para apreciar avista panorâmica espetacular da região.
A cidade mais próxima de Bardenas Reales é Tudela, um charmoso município espanhol que serve como ponto de partida para os visitantes. Tudela possui uma excelente infraestrutura turística, com hotéis, restaurantes e atrações culturais que complementam a experiência de quem deseja explorar o parque.
O acesso principal dá-se pela estrada NA-8712, que leva ao centro de visitantes.
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Uma receita tradicional da região de Paris, muito apreciada nos meses de outono, é o Pot-au-feu, um cozido francês reconfortante e cheio de sabor. É considerado um prato emblemático da culinária parisiense, ideal para os dias mais frios.
INGREDIENTES
750 g de carne de vaca (músculo, aba da costela ou aba grossa) 1 osso com tutano (opcional, para enriquecer o caldo) 3 cebolas 3 cenouras 2 nabos 2 batatas 1 talo de aipo 2 alhos-franceses 1 ramo de ervas aromáticas (tomilho, louro, salsa) Sal grosso q.b. Água suficiente para cobrir os ingredientes
PREPARAÇÃO
Coloque a carne cortada em pedaços grandes numa panela grande e cubra com água fria. Tempere com sal grosso. Leve ao lume e, quando começar a ferver, retire a espuma que se formar à superfície.
Junte as cebolas descascadas, as cenouras e os nabos cortados em pedaços grandes. Acrescente o talo de aipo cortado ao meio e o alho-francês em pedaços de cerca de 15 cm.
Adicione o ramo de ervas aromáticas e deixe cozinhar em lume brando durante cerca de 3 horas.Passado esse tempo, junte o osso com tutano e deixe cozer por mais 30 minutos.
À parte, coza as batatas descascadas e cortadas em pedaços grandes em água fervente durante cerca de 15 minutos.
Sirva a carne e os legumes com um pouco do caldo, acompanhados das batatas cozidas.
Este prato é tradicionalmente servido com mostarda forte ou cornichons (pequenos pickles), e o caldo pode ser aproveitado para preparar sopas ou arroz.