É difícil pensar em Réveillon e não pensar logo a seguir numa boa garrafa de espumante. É uma bebida que associamos a momentos especiais e de alegria, a celebrações e vitórias, mas a verdade é que poucos sabem o que acontece antes do “ploc” que a rolha faz ao libertar a espuma…
Uma visita ao Aliança Underground Museum ajudou-me a descobrir!
Fotos: Travellight e H. Borges
O Aliança Underground Museum fica situado em Sangalhos, no concelho de Anadia, e abriga no seu interior uma cave onde vinhos de cinco regiões de Portugal estagiam em mais de 1000 barricas. Abriga também uma cave deaguardentes (com um milhão de litros) e uma das maiores coleções de estanhos do mundo.
Percorrer este museu subterrâneo, inspirado na rede de metro inglesa, onde estagiam espumantes, vinhos e aguardentes, é uma longa aventura. Cada visita dura cerca de uma hora e meia, e percorre 1,5 km, passando por algumas galerias que estão até 20 metros de profundidade.
A par das caves, o museu exibe várias coleções, que versam sobre áreas tão distintas como a arqueologia, etnografia, mineralogia, paleontologia, azulejaria, cerâmica, arte indiana e arte africana.
Cada sala do Aliança Underground Museum tem um nome e um símbolo a lembrar a sinalética do metro de Londres e é um espaço muito original de visitar por ser totalmente debaixo da terra. É uma espécie de gruta de Ali Babá, com divisões atrás de divisões cheias de tesouros.
As coleções permanentes, por si só, já valem a visita, mas aprender (e ver) o processo de fabrico e armazenamento de espumantes, juntamente com a prova de vinhos que é realizada no final do circuito, foi para mim o ponto alto da experiência, afinal a viagem de uma garrafa de espumante começa debaixo do chão e termina no auge da festa. Nenhuma outra bebida passa tanto tempo mergulhada na escuridão de uma cave para depois ser colocada no centro das atenções, da luz e dos brindes.
O estágio em garrafa é um dos fatores mais relevantes para a qualidade de um espumante. O perfil mais fino, delicado e sofisticado de um espumante é quase sempre o resultado de anos de estágio em garrafa, de preferência em caves frias e relativamente húmidas.
Depois há o método utilizado — o clássico/tradicional, que usa a fórmula inventada na região francesa de Champagne, cuja operação decisiva é a segunda fermentação em garrafa, que conduz à libertação de CO2 que produz a efervescência ou borbulhas de que tanto gostamos.
Existem outros métodos, como seja o Charmat (segunda fermentação em cuba fechada) ou o método Dioise, que tem como principal vantagem conseguirem criar um espumante apetecível em apenas três meses, ao contrário do método clássico (bem mais oneroso em termos de custos de produção) que demora no mínimo seis a nove meses para criar espumantes equilibrados, e vários anos para produzir um espumante de grande nível.
A aletria faz as delícias de miúdos e graúdos nesta época festiva e é presença comum nas mesas de Natal dos portugueses.
Foi trazida para a Península Ibérica pelos mouros, no século VIII ou IX (a palavra tem origem em al itriyaa que significa "os fios" e foi rapidamente incorporada na culinária portuguesa, passando a designar a massa de fios muito finos com a qual se prepara um doce típico de Natal, presente em quase todas as regiões do país.
Hoje em dia há muitas variações da receita original, mas esta que aqui partilho é das mais tradicionais.
INGREDIENTES
500 g de açúcar
350 g de aletria
10 gemas
1 colher de sopa de manteiga
1 l de água
Casca de 1 limão
1 pau de canela
1 pitada de sal
Canela em pó para polvilhar
PREPARAÇÃO
Leve ao lume um tacho com a água, o açúcar, o pau de canela e a casca de limão e deixe ferver durante 20 minutos.
Desmanche a aletria e coza-a em água temperada com a pitada de sal durante 4 minutos. Depois escorra-a, passe-a por água fria e deixe-a escorrer bem.
Retire 1 dl da calda do tacho, junte a aletria ao resto da calda, deixe ferver durante 2 minutos, adicione a manteiga e mexa. Junte a calda que retirou às gemas e mexa bem. Retire o tacho do lume, adicione a mistura das gemas em fio e, mexendo sempre, leve de novo ao lume sem deixar ferver.
Retire do lume, deite para uma taça ou travessa e deixe arrefecer. Depois sirva polvilhado com canela em pó e decorado a gosto.
Hoje tem lugar o solstício de inverno que marca a entrada na mais fria das quatro estações. É uma data festejada por várias culturas, que um pouco por todo o planeta construíram até templos e monumentos para "dar as boas-vindas" ao sol nascente que põe fim à noite mais longa do ano.
Estes são alguns dos lugares mais especiais do mundo para assistir e comemorar este fenómeno astronómico.
Stonehenge, Inglaterra
Foto: PxHere
Estar em Stonehenge ao pôr do sol durante o dia mais curto do ano é uma experiência extraordinária.
Ninguém sabe exatamente por que foi construído este antigo círculo de pedra em Wiltshire, na Inglaterra, mas as pedras representam os movimentos do sol, e Stonehenge enquadra perfeitamente o pôr do sol no solstício de inverno.
Quem não puder ir pessoalmente até este icónico Património Mundial, pode assistir on-line à transmissão do Solstício de Inverno.
Bragança, Portugal
Foto: Wikipedia
As festas de inverno são ritos do mais profundo simbolismo que resistiram à passagem do tempo e se conservam bem vivas na cultura do povo da região de Bragança. Aqui, entre 24 de dezembro e 6 de janeiro, algumas aldeias são animadas pela "Festa dos Rapazes", também conhecida por "Festa dos Caretos" que tem a sua origem nas festividades pagãs do Solstício do Inverno, dedicadas ao culto do Sol.
Os rapazes solteiros são os atores privilegiados deste acontecimento preparando e fazendo a festa, que é atualmente composta por rondas, missas, peditórios e bailes.
Luxor, Egito
Foto: Cairoscene
Se pensam visitar o Egito, tentem sincronizar a vossa visita com o dia do solstício de inverno, para uma experiência verdadeiramente especial.
A cada ano, o nascer do sol do solstício alinha-se com a entrada do templo de Karnak e os raios solares seguem para dentro do santuário do templo de Amun Ra'a e para o antigo templo de Hatshepsut, iluminando pilares e câmaras, num raro espetáculo natural.
Newgrange, Irlanda
Foto: PxHere
Os segredos de Newgrange, um dos três locais mais antigos do vale Brú na Bóinne, Irlanda, revelam-se uma vez por ano durante o solstício de inverno.
Esta curiosa tumba em forma de monte, apresenta uma abertura que permite que o sol brilhe durante o solstício de inverno e ilumine a câmara interna. É incrivelmente preciso para algo construído ainda antes de Stonehenge e tal como Stonehenge, Newgrange faz uma transmissão on-line para quem queira assistir ao solstício de inverno e não se possa deslocar a este local.
Chichen Itza, México
Foto: PxHere
O movimento do sol era um elemento de extrema importância para a civilização Maia e uma das suas mais importantes ruínas (e Património Mundial da UNESCO) está ligada ao solstício de inverno. As ruínas de Chichen Itza, localizadas na Península do Yucatán, no México são conhecidas por proporcionar um solstício espetacular a 21 de dezembro quando o sol nasce logo acima da pirâmide de El Castillo e, à tarde, uma sombra divide a pirâmide ao meio.
Brighton, Inglaterra
Foto: Brighton and Hove News
No solstício de Brighton, a noite escura de inverno é iluminada por brilhanteslanternas de papel artesanais, e 2.000 pessoas participam num desfile que serpenteia pela cidade litoral até à praia. Todas essas lanternas, cada uma representando as "esperanças e sonhos" de quem as transporta, são, então, atiradas para dentro de uma fogueira que é acendida na praia. Após a queima, a peculiar procissão anual que é chamada de “Burning the Clocks” termina com umaexibição de fogos de artifício.
Esta é uma tradição relativamente recente que só começou em 2004, mas acabou por se transformar numa das mais originais formas de festejar o solstício de inverno.
Penzance, Inglaterra
Foto: Corwall Live
Os costumes tradicionais do inverno da Cornualha continuam vivos com o Festival Montol na histórica Penzance, um evento artístico de seis dias programado para o solstício de inverno. Cantares de Natal, peças de teatro e compras até tarde da noite fazem parte do evento que encerra com o desfile temático de “luz e escuridão” a 21 de dezembro. Esta visão moderna das tradições antigas começou em 2007 e inclui exibições de fogo de artifício, tochas e uma procissão noturna com dança. Os foliões vestem-se com fantasias, véus de renda ou máscaras de animais.
Vancouver, Canadá
Foto: Secret Lantern Society
Há mais de duas décadas que os moradores de Vancouver celebraram o solstício com um festival de lanternas realizado pela Secret Lantern Society.
Lanternas brilhantes acesas com velas feitas de cera de abelha e depois colocadas numa formação de "Labirinto de Luz" animam a cidade juntamente com apresentações demúsica e poesia.
Helsínquia, Finlândia
Foto: Visit Filand
Os países nórdicos têm uma maneira tradicional de iluminar os meses sombrios de dezembro com celebrações dedicadas a Santa Lúcia. Santa Lúcia é conhecida por ser “a portadora da luz” e para comemorar o solstício, as crianças vestem-se com uma bata branca e uma menina, escolhida para fazer o papel de Lúcia, usa uma coroa de velas (que hoje em dia funcionam a pilhas para garantir a segurança da criança). Uma multidão de 30.000 pessoas normalmente participa do desfile que percorre o centro da cidade depois da Santa Lúcia ser coroada na Catedral de Helsínquia.
Apesar de ser uma comemoração do solstício, esta festa não tem lugar no dia 21 de dezembro, mas sim no dia 13 de dezembro porque esta era a data do solstício nos antigos calendários finlandeses.
Visitar a Aldeia do Pai Natal na Lapónia, é garantidamente uma das experiências mais mágicas e inesquecíveis que alguém pode ter, principalmente quando se viaja com crianças.
Se sempre tiveram vontade de conhecer este lugar não deixem de espreitar este guia rápido. Tem tudo o que precisam de saber!
Foto: PxHere
1. Onde fica a Aldeia do Pai Natal?
A casa oficial do Pai Natal está localizada no frio círculo ártico no norte da Finlândia, na bonita cidade de Rovaniemi.
2. Como chego lá?
Temos primeiro de apanhar um voo para Helsínquia e depois outro até Rovaniemi.
A Aldeia do Pai Natal está aberta todos os dias do ano e a partir do centro da cidade de Rovaniemi há um autocarroque em 20 minutos nos põe lá. As alternativas incluem ir de táxi ou caminhar (a distância é de mais ou menos oito quilómetros).
3. Onde posso ficar hospedado?
Há muitos lugares aconchegantes onde podemos nos hospedar numa visita à Aldeia do Pai Natal, dos mais baratos, como o Motelli Rovaniemi que cobra cerca de 45 euros por noite, até aos mais caros, como o Appuka Resort onde podemos dormir em igloos com grandes janelas de vidro.
Também é possível ficar dentro da própria Aldeia do Pai Natal se reservarmos um chalé no Santa Claus Holiday Village.
Seja qual for o alojamento escolhido, se estiverem em pensar visitar o Pai Natal em Dezembro é importante marcar com muita antecedência porque a procura é sempre muita e os quartos esgotam rápido ou atingem preços exorbitantes.
4. O que há para fazer na Aldeia do Pai Natal?
Comecem por visitar o Posto de Correios do Pai Natal e aproveitem para enviar um cartão postal para os vossos amigos e família. Os elfos que tomam conta do Posto colocam um selo do Círculo Ártico na carta!
Sigam depois para o escritório do Pai Natal e retribuam a visita que o encantador velhinho vos fez durante tantos anos.
Façam um agradável passeio num trenó de renas ou acelerem num snowmobile.
Durante a noite partam à caça da Aurora Boreal, com sorte podem conseguir avistar esse magnifico fenómeno natural.
5. E nos arredores, o que há para fazer?
Visitem o SantaPark em Joulukka. É um parque temático também dedicado ao Natal que oferece vários workshops e atividades, onde podemos aprender a fazer esculturas no gelo ou a cozinhar os nosso próprios cookies de gengibre. É um mundo mágico onde miúdos e graúdos podem brincar, explorar uma caverna e conhecer a fábrica de brinquedos do Pai Natal.
Façam um safari na neve e conheçam a cultura do povo Sami (povo indígena que vive no extremo norte da Europa).
Visitem o Ranua Wildlife Park, lar de mais de 50 espécies animais diferentes! Fica a cerca de uma hora de carro de Rovaniemi.
Para saber mais sobre a Aldeia do Pai Natal continuem a ler aqui
As trufas de chocolate são um presente maravilhoso para oferecer a amigos e família. Afinal quem não gosta de receber uma caixa cheia de doces preparados com carinho e amor? 😍
São uma invenção francesa e diz-se que receberam o seu nome devido à semelhança física com oprecioso fungo trufa negra.
Conta-se, que a trufa de chocolate foi criada na cozinha do famoso chef Auguste Escoffier quando um dos seus aprendizes tentava fazer creme de pasteleiro e acidentalmente derramou nata quente numa tigela de pedaços de chocolate.
A receita tradicional de trufas francesas é bastante simples e leva apenas quatro ingredientes básicos. É fácil de preparar e pode dar uma excelente (e deliciosa) prenda de Natal.
INGREDIENTES
155 ml de natas
340 g de chocolate preto, partido em pedaços pequenos e depois picado
2 colheres (de chá) de extrato de baunilha
27 g de cacau em pó sem açúcar
PREPARAÇÃO
Despeje as natas numa panela de 1 litro e leve a fogo médio. Aqueça as natas até que comecem a borbulhar e ferver e, em seguida, retire-as imediatamente do fogo.
Despeje imediatamente o chocolate picado e o extrato de baunilha e bata a mistura por um ou dois minutos até que todo o chocolate derreta e a mistura fique homogénea.
Despeje a mistura numa tigela e leve ao frigorífico por 2 ou 3 horas ou até que esteja firme o suficiente para enrolar as trufas.
Enrole a mistura gelada em pequenas bolas e, em seguida, passe cada trufa pelo cacau em pó.
Estão prontas para oferecer! 🎁
DICAS PARA FAZER TRUFAS VARIADAS:
Trufas de Chocolate de Leite — troque o chocolate amargo por chocolate de leite.
Trufas Mergulhadas — em vez de enrolar as trufas no cacau em pó, mergulhe-as no chocolate derretido. Guarde no frigorífico para a cobertura endurecer.
Trufas Festivas — mergulhe as trufas no chocolate derretido, deixe-as endurecer e depois regue-as com chocolate branco derretido para criar um bonito contraste.
Trufas Alegres — acrescente na preparação 2 colheres (de sopa) de rum ou de vinho do Porto, conhaque ou whisky.
Cubra as trufas com revestimentos diferentes: em vez do cacau em pó experimente usar coco ralado, nozes picadas ou amendoim salgado triturado.
No dia 1 de Dezembro, um pouco por todo o mundo, crianças (e não só!) começam a abrir as portinhas dos seus Calendários do Advento, ansiosas por descobrir que chocolate ou mini presente está lá escondido.
De todas as tradições alemãs, o Adventskalendar (calendário do Advento) é com certeza uma das mais conhecidas e bem preservadas, mas por acaso vocês sabem como começou esta tradição?
Acredita-se que a ideia de marcar o Advento (nascimento de Cristo) teve origem na Alemanha no final do século XIX, onde os luteranos já desenhavam marcas de giz nas suas portas ou paredes do dia 1 ao dia 24 de dezembro para melhor explicar às crianças o tempo que faltava até à grande celebração. Gradualmente essas marcas de giz evoluíram para algo mais complexocomo acender uma vela por dia, pendurar 24 imagens com ilustrações na janela ou ainda ler passagens da Bíblia todas as noites até ao Natal. No entanto, parece que a criação do primeiro calendário deste género se deve à carinhosa mãe de uma criança chamada Gerhard Lang que certo ano decidiu colocar 24 minúsculos doces num quadrado de papelão para o seu filho comer durante o período do Advento.
Esta ideia simples e encantadora, diz-se que permaneceu com Lang e quando este, já adulto, abriu uma gráfica em 1908 lembrou-se de imprimir um semelhante — o primeiro Calendário oficial do Advento.
Alguns anos depois, Lang introduziu o conceito de 24 portinhas - dando a cada nova imagem um elemento de surpresa.
O negócio de Lang chegou ao fim na década de 1930, mas a ideia já se tinha firmado, e hoje, este calendário continua a servir de base para todos os que encontramos na atualidade — agora com surpresas que incluem 24 amostras de tudo, desde os clássicos chocolates até a produtos de beleza, passando por brinquedos, livros, queijos e chás.
O calendário do advento é uma bonita tradição de Natal, limitada apenas pela criatividade, e todos nós podemos construir epersonalizar o nosso para oferecer a quem mais gostamos ❤️🎄
Ao contrário do que o seu nome possa sugerir, pizzoccheri não tem nada a ver com pizza, é antes uma massa de formato semelhante ao tagliatelle (mas mais curto e largo), usada como ingrediente principal num prato muito venerado na região de Valtellina — vale no nordeste italiano, perto da fronteira com a Suíça
Com ingredientes robustos como manteiga, batata, queijo e couve o Pizzoccheri alla Valtellina é um prato conhecido por ser rico, saboroso e a perfeita escolha culinária para quem quer manter-se aquecido e saciado num dia frio de inverno.
Espreitem aqui a receita:
INGREDIANTES
240 g de batata
400 g de farinha de trigo sarraceno
100 g de farinha de trigo extra fina
180 g de queijo Valtellina Casera (pode substituir por queijo gouda)
6 dentes de alho
Sal a gosto
200 g de repolho
80 g de manteiga
280 ml de água (para a preparar a massa)
Parmesão ralado
PREPARAÇÃO
Para preparar os pizzoccheri, comece colocando a farinha extra fina e a farinha de trigo sarraceno numa tigela. Misture bem as duas farinhas e adicione os 280 ml de água a uma temperatura de 50 °C, isso garantirá que o amido dotrigo sarraceno se misture mais facilmente.
Comece a trabalhar os ingredientes manualmente na tigela e depois transfira tudo para uma bancada levemente enfarinhada. Sove a massa vigorosamente. Esta fase do trabalho é crucial: a massa deve ser manuseada com cuidado para obter uma consistência tão elástica quanto possível.
Forme uma bola com a massa. A consistência deve ser sedosa, não muito macia. Abra a bola de massa, polvilhe com um pouco de farinha de trigo sarraceno e comece a estender com um rolo da massa até obter um disco com cerca de 2 a 3 mm de espessura.
Agora, recorte as bordas de modo a obter um retângulo e polvilhe levemente a superfície com mais farinha de trigo sarraceno. Corte o retângulo de massa com uma faca de lâmina afiada em tiras de cerca de 7 cm de largura.
Reserve o primeiro pizzoccheri obtido e continue da mesma forma para o resto da massa.
Prepare os legumes: descasque as batatas e corte-as ao meio; pegue no repolho, retire as suas folhas e corte-as em tiras de 2 cm de largura, retirando antes o caule de cada folha.
Leve ao fogo numa panela grande com 6 litros de água, acrescente sal e, quando ferver, junte as folhas de repolho. Cozinhe por 8 minutos. Acrescente as batatas e cozinhe por mais 8 minutos a partir do recomeço da fervura.
Descasque os dentes de alho, corte-os ao meio e cozinhe na manteiga sem deixar dourar muito. Retire depois os dentes de alho da manteiga e reserve.
Entretanto, corte o queijo em fatias finas.
Mergulhe o pizzoccheri na água onde o repolho e as batatas estão a ser cozidos e cozinhe por mais 10 minutos.
Enquanto isso, prepare uma frigideira grande e baixa para onde irá transferir os pizzoccheri assim que estiverem prontos. Em seguida, abaixe o fogo sob a panela de pizzoccheri sem desligá-lo. Com a ajuda de uma escumadeira, comece a escorrer bem a massa, as batatas e o repolho, para não transferir água para a frigideira que aqueceu e criar uma primeira camada no fundo da frigideira.
Distribua por cima dessa camada uma camada de queijo,continue com outra camada de pizzoccheri (massa, batata e repolho); coloque nova camada de queijo e continue do mesmo modo até terminar com a última camada de pizzoccheri (massa, batata e repolho) e queijo.
Neste ponto proceda como as avós de Valtellina: coloque a frigideira com o pizzoccheri e queijo por cima daquela com a água da cozedura ainda quente, só para conservar o calor e cubra com um pano ou com uma tampa. Desta forma o calor da massa, do repolho e das batatas ajudam o queijo a derreter. Em seguida, vire a manteiga de alho quente sobre o pizzoccheri e misture.
Coloque tudo numa travessa ou num prato fundo e polvilhe com queijo parmesão antes de servir
Os meses mais frios podem ser extremamente românticos no Lago di Como, em Itália. À medida que o frio aumenta eos turistas partem para a costa sul, a vida local nas vilas e pequenas cidades que circundam as margens do lago, recupera a sua tranquilidade e ganha novo brilho com os mercados, presépios e decorações de Natal.
A reclusão do lago, no sopé dos Alpes, apenas a uma hora de Milão, torna-se particularmente atraente sob uma camada fresca de neve, especialmente para os entusiastas de esqui e de outros desportos de inverno que querem fugir do movimento dos resorts alpinos.
Fotos: Travellight
É fácil chegar ao Lago di Como a partir de Milão, basta apanhar um comboio para a estação de San Giovanni de Como, localizada no extremo sul do lago. É daqui que partem os barcos que sem pressa navegam pelas águas cintilantes do Como, cortando o ar fresco e a luz prateada do inverno, em direção às colinas íngremes do norte,pontilhadas por bonitas e imponentes villas de cores cítricas.
A maioria dos pequenos hotéis estão abertos todo o ano e prometem uma estadia mais intimista no Lago, para os hóspedes que apreciam um refúgio rústico e invernal com vistas panorâmicas, uma taça de vinho Sassella e o aconchego de uma lareira.
Há muito para fazer no Lago Como, mesmo no inverno. Podemos passear pela bonita Villa Balbianello e seus jardins, e pela Villa Monastero em Varenna — um mosteiro do século XII transformado em residência nobre, rodeado por jardins botânicos; Descobrir a história do antigo comércio de seda no Lago espreitando o Museo della Seta di Como; Conhecer atrações imperdíveis como o Duomo de Como e ocupar uma mesa num restaurante na praça em frente à catedral para admirar a sua magnífica fachada neogótica do século XV, incluindo esculturas de Plínio, o Velho e o Jovem. O interior também não dececiona. Tem mais de 400 anos de construção e abrange vários estilos arquitetónicos. A entrada é gratuita.
Das villas que pontilham as margens do lago destaco a Villa del Balbianello. Acessível de barco ou através de uma curta caminhada, a villa do final do século XVI tem um lindo jardim e oferece uma maravilhosa combinação entre arte e natureza.
O Jardim Botânico do Hotel Villa Cipressi também vale a pena conhecer. O jardim está aberto ao público, enquanto o resto do edifício pertence ao hotel e ao seu restaurante. O jardim centenário que desce até ao lago, está distribuídopor diferentes níveis e agracia os visitantes com vistas muito interessantes e fotogénicas do Como.
O barco-táxi Varenna é um serviço imprescindível na região. Oferece viagens curtas ou longas a partir de Varenna para várias atrações no lago. O passeio mais curto é o de Varenna, com duração de meia hora, e o mais longo é chamado de “passeio de George”, porque passa pela Villa de George Clooney, em Laglio.
A 30 minutos do lago, os resorts em Valsassina e Valtellina são a escolha perfeita para quem quer praticar esqui e snowboard, enquanto as trilhas do Monte San Primo são as melhores para caminhadas na neve.
Piani di Bobbio, Livigno, Madesimo e Santa Caterina di Valfurva (ou Engadin, na fronteira) são todos resorts de esqui que ficam a relativa curta distância do Lago di Como.
O Monte Sighignola é conhecido pelas encostas para iniciantes e pelas vistas deslumbrantes do Lago Lugano, ao longo da fronteira com a Suíça. Alugando uma bicicleta podemos também percorrer os caminhos entre Cernobbio, Carate Urio e Argegno.
Já o funicular de Como leva-nos até ao vilarejo de Brunate, de onde parte uma trilha cénica que serpenteia500 metros acima do lago.
Quem prefere relaxar no SPA pode escolher fazer uma massagem de pedras quentes no spa hammam do Relais Villa Vittoria, e depois descansar na banheira de hidromassagem com vista para as águas do lago.
Em alternativa pode passar o dia na vila alpina de Bormio, localizada duas horas a norte do Lago. Bormio abriga o QC Terme Bagni Vecchi (banhos antigos) e o QC Terme Grand Hotel Bagni Nuovi (banhos novos)- resorts de bem-estar, com fontes termais e vista para os picos gelados das montanhas.
Foto: Booking.com
Durante os meses de inverno, vale a pena visitar igualmente a cidade de Lecco que abriga um mercado de artesanato e uma pista de patinagem no gelo. O Natal é particularmente animado, com as lojas da cidade e as associações locais a competir para ganhar o prémio da melhor decoração natalícia.
Em Itália a comida é sempre um dos atrativos e no Lago Como isso não é diferente. Sopas quentes, polenta torrada, vinhos e queijos de produção local, estão todos no menu, e desde o expresso no Café Monti da Piazza Camillo Benso Conte di Cavour, ao delicioso peixe fresco do Restaurante Momi em Blevio, passando pela especialidade regional pizzoccheri alla valtellinese (tagliatelle, repolho, batatas e queijo) servida nos restaurantes de Bellagio, e terminando no tiramisu caseiro do Bar Pasticceria Rossi, há muito para provar (e gostar!)
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Acarnedealguidar, receita que aqui hoje partilho, éumpetiscopopularnumavoltado “fazeras onze” —umantigoritualborbense, queconsistenapartilhadumpetisco, umcopoeumaboaconversa, numatascade Borba, Alentejo.
Este ritual começa perto das 11 da manhã, no “Alto da Praça” no centro da cidade, onde amigos e conhecidos se juntam para depois seguir numa visita às tabernas onde se bebe um copinho de vinho e se faz acompanhar um petisco com dois dedos de conversa.
INGREDIENTES
500 g de carne de porco magra
100 g de toucinho curado (ou bacon)
500 g de pão de véspera
½ pimento vermelho
7 dentes de alho
1 colher (de café) de piripiri
2 colher (de sopa) de pimentão doce
½ cálice de vinho branco (cerca de 100 ml)
Água, banha e sal q.b.
PREPARAÇÃO
Corte a carne em cubos. Pele, lave e esmague 4 dentes de alho. Lave e corte em quadrados pequenos o pimento vermelho.
Num processador ou almofariz junte o pimento vermelho, quatro dentes de alho, o piripiri, o pimentão e sal a gosto.
Esmague muito bem até formar uma pasta (deve deixar o preparado ligeiramente salgado).
Junte este preparado à carne de porco e misture muito bem.
Regue com o vinho branco e deixe repousar no frigorífico durante uma hora.
Comece a preparar as migas para acompanhar a carne. Corte o pão em fatias finas e reserve.
Corte o toucinho em tiras finas e leve a fritar em lume brando numa caçarola.
Quando estiver frito retire para uma frigideira anti-aderente junte a carne de porco temperada e deixe fritar em lume brando, mexendo de vez em vez. Quando estiver tudo bem frito, apague o lume e reserve.
Entretanto junte 3 dentes de alho esmagados à gordura do toucinho que ficou na caçarola e deixe alourar ligeiramente.
Disponha as fatias de pão em camadas, junte água até meio e com uma colher de pau mexa até desfazer bem o pão.
Quando o pão estiver desfeito vá dando voltas (como nas omeletes) até absorver a água e fritar bem.
Retire e sirva junto com a carne de alguidar. Em alternativa, pode servir a carne com batata frita às rodelas.
Pequena, acolhedora, aninhada nas vastas planícies do Alentejo, a encantadoracidade de Borba conquista-nos num simples bater de coração. A sua nobre história está retratada nas muralhas do antigo castelo, nas belas igrejas onde o mármore é presença constante, e nos edifícios apalaçados com varandas de ferro.
Uma história que também pode ser contada pelos artesãos e antiquários e saboreada nos bons vinhos, enchidos e queijos.
Fotos:Travellight e H.Borges
A povoação é antiga, mas pouco se sabe sobre as suas origens. Ao certo conta-nos a História, que o Rei D. Dinis concedeu carta de foral a Borba em 1302, e que com isso iniciou-se um período de prosperidade para a cidade. A construção do Castelo também teve início naquele ano com o objetivo de defender Borba da região limítrofe de Castela, na Espanha, fixada em 1297 no Tratado de Alcanizes(que ainda hoje estabelece as fronteiras entre Portugal e Espanha).
Borba assumia assim, juntamente com outros castelos de fronteira, uma função militar importante de observação, já que das suas muralhas se avistava todo o território em direção a Espanha. Em caso de invasão, esta era a última defesa antes de Estremoz e Vila Viçosa.
Desse castelo atualmente, restam apenas algumas muralhas e portas, das quais se destacam a Porta da Torre do Relógio e a Porta de Estremoz que se mantém em bom estado com os seus dois imponentes torreões.
É tão bom perdermo-nos por entre o casario branco, com pequenos apontamentos de cor, do centro histórico de Borba…
O tempo parece que passa mais devagar aqui, neste lugar onde as pessoas ainda param para conversar, as laranjeiras estão carregadas de fruta e os gatos espreitam a cada esquina.
Passo a passo, é um prazer conhecer o interior da Igreja de São Bartolomeu e as fachadas de palacetes como a Casa Nobre dos Morgados Cardosos ou oPalacete dos Melos — todos eles edifícios erguidos em Borba no final do século XVIII, símbolos da riqueza que a produção de vinho trouxe a algumas famílias da região.
É inevitável admirar a Fonte das Bicas, construída com o mármore branco típico da região para comemorar uma visita da família real portuguesa, ou dar uma volta pela Rua de São Bartolomeu, onde estão os antiquários que guardam uma incrível panóplia de objetos de outros tempos: móveis, porcelanas, lustres, objetos de cobre, ferramentas agrícolas… um pouco de tudo.
FiqueiparticularmentefascinadacomaIgreja do Senhor Jesus dos Aflitos — umapequenacapelafundadaem 1676 pelaVenerávelOrdemTerceira, cujafachadaprincipalestádecoradacomumoriginalxadrezdemármoresbrancosenegros, ecomosQuatro Passos Processionais de Borba—quatrocapelasespalhadaspelocentrohistórico, construídascomorepresentaçãodeestaçõesdaViaSacra.
Os Passos processionais de Borba são monumentos com uma importância artística e cultural de nível nacional. Demarcam-se dos demais por serem os maiores do país e os últimos de um conjunto a serem construídos no Alentejo.
A tradição de construir Passos processionais com perfil monumental iniciou-se em Évora em 1719. Seguiram-se os de Vila Viçosa e Estremoz e por fim os de Borba. O arquiteto responsável pelos quatro passos terá sido José Francisco de Abreu, importante figura do barroco alentejano.
A Adega de Borba, que seinsere na rota dos vinhos do Alentejo, oferece provas de vinhos (e azeites) e o restaurante O Espiga, que fica ao lado da loja de vinhos, serve pitéus tradicionais que são “de comer e chorar por mais”.