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The Travellight World

Inspiração, informação e Dicas de Viagem

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Sex | 29.10.21

Guia para visitar a EXPO Dubai 2020

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Estão a pensar em visitar a Expo 2020 no Dubai? É uma boa oportunidade para conhecer este país do Médio Oriente e descobrir o que de melhor o mundo tem para apresentar em termos de arte, cultura, ciência e inovação.

O evento foi adiado devido à pandemia, mas agora abriu em toda a sua glória sob o tema "Conectando Mentes, Criando o Futuro" — uma forma de construir parcerias e inspirar ideias que irão forjar o mundo de amanhã. A exposição gira em torno deste tema e de três sub-temas complementares: “Oportunidade, Mobilidade e Sustentabilidade”.

Há muito para ver e fazer por isso para não perderem nada, deixo aqui um pequeno guia de tudo o que precisam de saber:

DATAS E HORÁRIOS

O evento abriu a 1 de outubro de 2021 e pode ser visitado até 31 de março de 2022. A exposição está aberta 7 dias por semana, apresenta pavilhões de 192 países e tem os seguintes horários:

- sábado a quarta-feira: 10h00 à meia-noite

- quinta e sexta: 10h00 às  2h00

LOCALIZAÇÃO

A Expo 2020 de Dubai está localizada no distrito sul de Dubai, perto do Aeroporto Internacional Al Maktoum. O local é facilmente acessível a partir do Aeroporto Internacional do Dubai, Aeroporto Internacional de Abu Dhabi e Terminais de Cruzeiros do Dubai e Abu Dhabi.

BILHETES

Um bilhete de entrada única custa AED 95 (cerca de 23 €).  Um passe de entradas múltiplas está disponível por AED 195 (cerca de 49 €).

A entrada é gratuita para visitantes menores de 18 anos, para estudantes, pessoas com mais de 60 anos e para pessoas com necessidades especiais.

Os bilhetes podem ser adquiridos on-line aqui.

ENTRAR NO DUBAI COMO TURISTA 

Os portugueses podem obter um visto à chegada (válido por 90 dias) e devem possuir um passaporte com validade superior a seis meses.

REQUISITOS COVID19

Todos os passageiros a viajar para o Dubai a partir de Portugal devem apresentar um certificado de teste RT‑PCR COVID‑19 negativo para um teste realizado, no máximo, 72 horas antes da partida. Outros certificados, incluindo testes de anticorpos, certificados de teste à COVID do SNS, testes rápidos de PCR e kits de teste doméstico, não são aceites no Dubai. Os passageiros devem apresentar no check‑in um certificado oficial digital ou impresso em inglês; não são aceites certificados por SMS. Os certificados PCR noutros idiomas são aceites se validados num notário no país de origem.

Os certificados dos testes RT‑PCR à COVID‑19 devem ser emitidos por um estabelecimento autorizado no país de partida do passageiro. Os certificados que tenham sido já apresentados para viajar para outro destino não poderão ser utilizados para entrar novamente, mesmo que ainda se encontrem dentro do período de validade.

Poderá ser necessário realizar outro teste PCR à COVID‑19 à chegada. Caso realize um teste no aeroporto, deve manter-se no hotel ou na sua residência até receber o resultado do seu teste.

Caso o teste tenha um resultado positivo, deverá seguir para isolamento e cumprir as orientações da Autoridade de Saúde do Dubai.

Também deve fazer o download da aplicação COVID19 ‑ DXB Smart App iOS ou Android

NOTA: Verificar sempre, antes de viajar, se não houve nenhuma alteração de requisitos.

REQUISITOS DE ENTRADA NA EXPOSIÇÃO

A vacinação é incentivada no entanto, NÃO é obrigatória para os visitantes.

A exposição conta com câmaras térmicas que verificam a temperatura de todos que entraram no evento. Além disso, todos os visitantes devem usar máscara facial (sempre) e manter um distanciamento social de pelo menos dois metros.

As áreas de refeições, parques e outros locais reservados para atividades terão marcações no solo indicando a distância que as pessoas devem manter.

QUAIS AS ATRAÇÕES A NÃO PERDER NA EXPOSIÇÃO MUNDIAL

1- PAVILHÕES

Pela primeira vez na história das Exposições Mundiais, cada país participante tem o seu próprio pavilhão! Não percam o Pavilhão de Portugal e a obra de Bordalo II — “Pinguins de Magalhães”;  o Pavilhão de Singapura que resume a evolução de Singapura de uma cidade pequena e poluída dos anos 60 para o paraíso urbano que é hoje; O Pavilhão do Reino Unido, também conhecido como "Pavilhão do Poema", porque apresenta um poema em constante mudança, alimentado por inteligência artificial; o Pavilhão da Holanda que incentiva os visitantes a pensar sobre as opções alimentares e a sustentabilidade para a produção de alimentos no futuro; e o Pavilhão da China um dos maiores da Expo, que sintetiza o crescimento, o progresso e os avanços contínuos do país aliados à sua cultura e tradições.

2- SEMANAS TEMÁTICAS

Das mudanças climáticas à exploração espacial, cada uma das 10 semanas da exposição concentra-se num tema especial, abordando desafios e promovendo oportunidades.

Vejam todos os temas semanais aqui

3- INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

A cada segundo que passa, a tecnologia avança e no centro de inovação e tecnologia podemos explorar áreas como a inteligência artificial, inovações em saúde e muito mais.

4 - ENTRETENIMENTO

Festivais de rua, celebrações, concertos… Entertenimento é o que não falta na EXPO 2020. Há até uma robot-band inspirada em Beethoven!

Podem ver todo o programa aqui 

5 - COMIDA

Esta talvez seja a melhor parte do Dubai Expo 2020!

Os melhores pratos de todos os cantos do mundo. Comida de rua, alta gastronomia, jantares sustentáveis, viagens culinárias exclusivas….Mais de 50 cozinhas disponíveis em mais de 200 stands.

Vejam e imprimam aqui o guia gastronómico da exposição.

6 -DESPORTO

Na Dubai Expo 2020 há uma infinidade de desportos para praticar e atividades para desenvolver. Há campos de futebol, críquete, jogos de exibição, torneios e workshops. Muito para entreter miúdos e graúdos.

7- COMPRAS

O Dubai é sinónimo de “compras” por isso é natural que na Dubai Expo, todo o tipo de comércio estivesse em evidência. De pequenas lojas a grandes negócios, todos estão lá. Por isso é soltar o  shopaholic” que existe dentro de nós!

Em linha com o tema da exposição, a maioria dos produtos vendidos, é feita com material orgânico ou reciclado.

8 - GARDEN IN THE SKY

‘Garden in the Sky’ é uma torre de observação que tem cabines que podem girar, oferecendo vistas de 360 ​​graus do local da Expo 2020 em Dubai.

9 - EXPO 2020 WATER FEATURE

Esta é uma atração localizada entre o Al Wasl Plaza e o Jubilee Park. A particularidade desta atração é que combina os elementos água, terra e fogo.

A verdadeira magia acontece à noite, quando a água flui na direção contrária à gravidade, à medida que sobe pelas paredes. O centro do elemento aquático tem um "círculo de fogo misterioso", que produz tons de vermelho, verde e amarelo. As chamas são feitas de hidrogénio puro, combinando perfeitamente com o tema da sustentabilidade da Expo 2020.

A atração é ainda mais realçada pela música do premiado compositor da música-tema da série Game of Thrones.

O QUE VER E FAZER NO DUBAI PARA ALÉM DA EXPO2020

  • Visitem Al Fahidi - o bairro histórico do Dubai, para ter um vislumbre de como o Emirado era antes da descoberta do petróleo e da construção de todos os arranha-céus. Tem dezenas de edifícios tradicionais, incluindo torres eólicas - uma forma de ar condicionado. Caminhem pelas ruas sinuosas e parem na Casa de Caligrafia e no Museu da Moeda.

 

  • Saiam da cidade e viajem até Hatta — o enclave rochoso a leste do Dubai. As montanhas Hajar são perfeitas para andar de bicicleta (tanto de estrada, quanto de montanha), enquanto o lago formado pela Barragem de Hatta é ideal para quem gosta de andar de caiaque e canoa. Muitos visitantes fazem uma excursão de um dia, mas quem quiser passar lá a noite encontra uma variedade de opções: de camping a glamping, passando por pousadas e pelo resort de montanha Ja Hatta Fort Hotel.

 

  • Visitem Ras al-Khor, o único pântano do Emirato. Ras al-Khor cobre cerca de 620 hectares nas margens do Dubai Creek. É uma área tranquila a poucos passos da agitação da cidade. O pântano abriga 450 espécies de animais, incluindo 180 tipos de pássaros, como a águia-pintada, guarda-rios e, no inverno, centenas de flamingos. Está aberto das 07:30 h às 17:30 h entre outubro e março.

 

  • Observem as nuvens no Burj Khalifa, o edifício mais alto do mundo.  O pacote "No Topo, Burj Khalifa Sky" oferece vistas estonteantes da cidade e inclui entrada para o terraço externo e para o lounge no andar 148. O andar 125 tem também um deck de observação de 360 ​​graus.

 

  • Façam um Safari no Deserto ao entardecer. É uma das melhores experiências que se pode ter no Dubai e inclui uma variedade de atividades como passeios de camelo, subir e descer as dunas em velocidade num jeep, conhecer a antiga tradição da falcoaria, assistir a um incrível por do sol no deserto e jantar numa tenda à luz das estrelas enquanto bailarinas de dança do ventre atuam à frente de uma fogueira.

 

  • Mergulhem na piscina mais profunda do mundo no Deep Dive Dubai ou nadem na  piscina infinita mais alta do mundo no Address Beach Resort. O Deep Dive Dubai tem a piscina de mergulho mais profunda do mundo, com impressionantes 60 metros de profundidade e capacidade para 14 milhões de litros de água. Oferece mergulho com snorkel, mergulho com cilindro e aulas e sessões de mergulho livre. Abaixo da superfície existem destroços e ruínas artificiais à espera de serem explorados. Já a piscina infinita do Address Beach Resort fica a 294 metros de altura e tem uma das melhores vistas de Dubai. A piscina infinita tem quase o dobro do comprimento de uma piscina olímpica, mas apenas 1,2 metros de profundidade. Só pode ser frequentada por maiores de 21 anos

 

  • Tomem o chá da tarde no Queen Elizabeth II, um dos mais belos transatlânticos de sempre. Está no Dubai desde 2018, quando ganhou uma nova vida como hotel, restaurante e espaço para eventos. Os visitantes podem descobrir alguns dos seus encantos durante o chá da tarde que é servido das 15h00 às 17h30. É necessário fazer reserva.

 

  • Façam um passeio num barco tradicional pela rede de canais sinuosos de Madinat Jumeirah, uma espécie de mini-cidade inspirada por uma cidadela árabe, e observem a sua arquitetura e jardins deslumbrantes. Os barcos partem de Souk Madinat e não é necessário fazer reserva.

 

Qui | 28.10.21

Cataplana de Vila Real de Santo António

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A Cataplana tal como a conhecemos hoje, é uma herança da cultura árabe do Norte da África e começou a ser produzida na região do Algarve por antigos caldeireiros, mestres na arte de trabalhar o cobre, pelo qual esta região foi outrora muito conhecida.

A Cataplana é um utensílio composto basicamente por duas meias panelas côncavas, unidas por uma dobradiça e com dois fechos laterais, que possibilita uma cozedura hermética das iguarias lá colocadas. É no fundo uma precursora da atual panela de pressão!

Utilizada para cozinhar receitas tipicamente mediterrâneas, como esta de VRSA que aqui partilho, impede a perda dos aromas dos alimentos e garante um excelente sabor.

INGREDIENTES

800 g de peixe variado

150 g de camarão com casca

100 g de mexilhão em meia casca

4 batatas (opcional)

5 tomates

1 pimento verde

1 cebola

3 dentes de alho

2 dl de vinho branco

4 colheres de sopa de azeite

1 colher (sopa) de molho inglês

1 colher (chá) de pimentão-doce

Sumo de 1 limão

1 folha de louro

Sal e pimenta q.b.

 

PREPARAÇÃO

Arranje e corte o peixe em pedaços, deite numa tigela e tempere com o sumo de limão, o vinho branco sal, pimenta, o pimentão-doce. Deixe marinar durante 20 minutos.

Entretanto, descasque e lave a cebola e os dentes de alho, corte as cebolas em rodelas e pique os alhos. Lave os tomates e corte-os em rodelas.

Lave e corte o pimento em tiras rejeitando as pevides e peles brancas. Lave e descasque as batatas e corte-as em rodelas.

Disponha, na cataplana em camadas, a cebola, os alhos, o tomate, o pimento, as batatas o peixe escorrido, junte também o mexilhão, os camarões descongelados e a folha de louro, regue com a marinada do peixe, com o molho inglês e com o azeite, tape e leve ao lume brando durante 35 minutos, sacudindo levemente a cataplana de vez em quando.

Verifique se está tudo bem cozinhado, retire do lume e sirva polvilhado com salsa picada.

 

Receita retirada do site www.receitasemenus.net

Qua | 27.10.21

Grand House - Relais & Chateaux, um hotel único no Algarve

O Grand House é uma propriedade completamente diferente daquilo que estava habituada a ver no Algarve. É um hotel de charme, elegante, cheio de detalhes da Belle Époque, com uma enorme escadaria, molduras ornamentadas e lustres de cristal.

Podia ser um hotel de luxo em Nice ou em Monte-Carlo, mas fica em Vila Real de Santo António, virado para o Guadiana, na avenida principal da cidade.

fullsizeoutput_604dFoto: Grand House

A história do Grand House não é nova, na verdade tem quase um século de existência. O bonito edifício que o abriga foi mandado construir em 1926 pela família Ramirez, que fez fortuna com a indústria conserveira.

Nessa época Vila Real de Santo António era um polo importante desta indústria (especialmente na vertente dedicada à transformação do atum) e a família Ramirez que era um nome grande neste negócio. Quando se soube que Sevilha ia receber a Exposição Mundial de 1929, a família decidiu apostar na proximidade de VRSA com a cidade da exposição internacional e investir num hotel. O objetivo era servir clientes que vinham de fora e angariar alguns turistas do evento espanhol. Nasceu assim o hotel mais antigo do Algarve e o primeiro grande hotel a sul do Tejo — o Grand Hotel Guadiana.

Teve os seus dias de glória, mas depois caiu gradualmente em declínio e passou por diversas gerências até finalmente fechar e entrar em ruína.

As extensas obras de remodelação do edifício desenhado pelo arquiteto suíço Ernesto Korrodi começaram em 2015 e os resultados estão à vista no Grand House. Toda a atmosfera é incrivelmente romântica. A decoração do estúdio de design de interiores White & Kaki parece saída de um cenário dos livros de Agatha Cristhie com as suas madeiras coloniais, bonitas cómodas, cortinados, cerâmicas, litografias em preto e branco, mapas a revestir as paredes e grandes ventoinhas no tecto…

Logo na entrada encontramos um enorme Teddy Bear. Inusitado, mas tão bom!

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As funcionárias da receção são muito simpáticas e sempre disponíveis para resolver qualquer problema. Após o rápido check-in, somos levados numa visita guiada pelos espaços da propriedade e ficamos a conhecer a "Grand", a adorável cadela, mascote do hotel.

fullsizeoutput_604efullsizeoutput_6057Collage_Fotor1fullsizeoutput_6032fullsizeoutput_603aFotos: Travellight

O quarto em que fiquei hospedada era pequeno, mas muito confortável e estava elegantemente decorado com cores suaves e detalhes de design colonial. Tinha as habituais comodidades de um hotel cinco estrelas: minibar, cofre, roupões de banho, águas e fruta gratuitas, mas também uma garrafinha de xarope de verbena e  um smartphone que os hóspedes podem utilizar durante a sua estadia. 

Os produtos de higiene pessoal eram da marca 8950 — uma linha de amenities produzida a partir de matérias-primas 100% nacionais e naturais (8950 é o código postal de Castro Marim, o local que está na origem da marca).

A preocupação de escolher a qualidade e aquilo que é autenticamente português, parece ser uma preocupação real neste hotel que respira luxo.

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O restaurante Grand Salon é maravilhoso, tanto a nível gastronómico, como de ambiente.

A noite estava amena e agradável quando fui lá jantar, por isso as grandes janelas de estilo francês estavam abertas de par em par. A música e a vista para o rio Guadiana e para a marina tornou tudo ainda mais mágico e especial…

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No regresso ao quarto, mais uma boa surpresa: uma garrafa com limoncello caseiro, preparado pelo bartender do hotel.

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O pequeno-almoço, servido no mesmo espaço, também não desilude, com uma boa seleção do que de melhor se faz na região, de queijos a doces, passando por bolos e, claro, o pão. Podemos escolher da carta que tipo de ovos queremos (mexidos, estrelados, escalfados..) e outros produtos (bacon, cogumelos, tomates…).

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O Grand Beach Club, a poucos minutos de distância é o lugar perfeito para relaxar e apanhar sol. Tem uma pequena piscina, um deck e um restaurante com deliciosos pratos mediterrâneos. com uma vista idílica para a foz do rio Guadiana,

Tem uma vibe contemporânea, com uma decoração descontraída e elegante, onde predominam os tons de azul e branco e, novamente, detalhes de design colonial.

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Associado a este hotel há um outro projeto que ainda não abriu — o Grand Gallery, no emblemático edifício da Alfândega, a poucos metros do Grand House, e que acolherá, entre outras coisas, uma loja, um café ao estilo dos finais do século XIX, uma sala de exposições e um clube de vinhos e charutos.

Foi uma estadia maravilhosa. Recomendo muito este hotel!

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Tchau!
Travellight

Ter | 26.10.21

Visita a Vila Real de Santo António

A encantadora Vila Real de Santo António, terra de fronteira, localizada nas margens do grande Rio Guadiana impressiona quem a visita pela sua singular beleza. Tem um traçado geométrico que recorda mais a baixa pombalina lisboeta do que as suas cidades vizinhas algarvias, mas não admira… foi fundada em 1774 por vontade expressa do Marquês de Pombal e hoje é considerada uma maravilha do planeamento urbano do século XVIII.

fullsizeoutput_601bFotos: Travellight e H. Borges

VRSA costuma ser uma cidade pacata, com uma atmosfera agradável e descontraída, principalmente no Outono quando há menos turistas, mas no dia em que lá cheguei estava barulhenta e cheia de gente. Parecia ter sido invadida por espanhóis! Está certo que estava a poucos quilómetros da fronteira e Ayamonte era logo ali ao lado, mas nada me tinha preparado para aquela enchente (nestes tempos pós-pandemia, qualquer sombra de multidão  ainda faz confusão...)

Em pouco tempo percebi o que se passava: Era feriado em Espanha e nuestros hermanos tinham vindo em peso passá-lo em Portugal. “Tudo bem”, pensei, "a economia agradece".

Respirei fundo (por trás da máscara) e aceitei a confusão. Afinal até dá gosto ver o movimento nas ruas e as lojas a transbordar de gente 😃.

Avancei devagar até à emblemática Praça Marquês de Pombal. Eram tantos os espanhóis que a cada passo tropeçava nos pés de alguém, mas com cuidado lá cheguei e deparei-me com uma maravilhosa feira de produtos regionais e antiguidades.

Havia mel, pão de alfarroba, pão de mel, cestos, figos, licores, queijos… Tudo do bom e do melhor. Um prazer para os olhos (e para a boca)!

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Apesar do movimento, a beleza da Praça projetada por Reinaldo Manuel dos Santos, mantinha-se inalterada. No centro estava o Obelisco a homenagear o Rei D. José I, para onde convergiam as linhas da calçada portuguesa. De frente via-se a Igreja Matriz, com a sua fachada neoclássica simples e, em toda a volta, belas casas caiadas de branco com telhados de terracota, compunham o postal mais famoso desta pequena cidade, de aparência grandiosa.

Andando pelas ruas secundárias descobri algumas lojinhas encantadoras, detalhes arquitetónicos interessantes e o Centro Cultural António Aleixo — edifício em que se alojava o quartel militar, quando da fundação da Vila, e que depois foi transformado em mercado da verdura. Atualmente é um espaço polivalente de animação cultural e tem o nome do popular poeta natural de VRSA.

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Um pouco cansada do barulho e da confusão, afastei-me do centro para a zona ribeirinha. A temperatura estava muito agradável e as vistas do Rio Guadiana convidavam ao passeio.

No caminho passei pela marina, pela antiga Casa da Alfândega e pelo Arquivo Histórico Municipal.  O Torreão Sul, edifício que alberga atualmente o Arquivo Municipal, constituía o limite sul da fachada da Vila no seu traçado inicial. Este é um dos mais importantes elementos arquitetónicos da zona histórica de Vila Real de Santo António, e foi recuperado e restaurado de acordo com a sua traça original.

Espreitei também os painéis de azulejo da Capitania, construída no local em que antes existiu a Fábrica de conservas Victoria, e à distância ainda vi o Farol erguido em 1923.

Já a fazer o caminho de regresso para o centro, reparei nos bonitos edifícios que povoam a Avenida da República, como o Antigo Hotel Guadiana, hoje Grand House Hotel, onde tive a sorte de ficar hospedada. É uma obra do arquiteto Ernesto Korrodi, em estilo Art Nouveau e foi muito bem recuperada.

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Com a hora do almoço a chegar parei no Restaurante Cantarinha do Guadiana para um belíssimo repasto: javali no barro e arroz de cabidela. O difícil foi levantar da mesa depois 😉.

UNADJUSTEDNONRAW_thumb_11ec7Collage_FotorOs excessos do almoço pediam um pouco de exercício, por isso segui para o Parque Natural da Mata Nacional das Dunas Litorais, uma floresta costeira composta por pinheiros e dunas com trilhos para caminhadas e ciclismo que se estendem até à cidade vizinha de Monte Gordo. É o lugar perfeito para fugir das multidões. Abaixo da floresta existe também um lindo trecho de praia a emoldurar as águas do mar algarvio.

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Respirei o aroma fresco dos pinheiros, fiquei a ver as ondas a baterem suaves na praia e depois regressei ao centro. Nessa altura os espanhóis já tinham começado a partir e VRSA voltava a recuperar toda a sua tranquilidade.

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Olhei para o Guadiana que brilhava ao sol e ali fiquei, a sonhar…

 

O homem sonha acordado;

Sonhando a vida percorre…

E desse sonho dourado

Só acorda, quando morre!

— António Aleixo

 

Sab | 23.10.21

Tigelada de Oliveira do Hospital

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Oliveira do Hospital guarda no seu património doceiro a genuína receita de Tigelada beirã.

É tradicionalmente confecionada num pequeno caçoilo (tacho de barro) em forno de lenha bem quente, depois de concluída a fornada de pão ou de cabrito. A sua textura rica e encorpada, dada pela quantidade generosa de ovos, funde-se com o aroma quente da canela, ponderado pelo limão. No fundo da “tigela”, forma-se uma calda doce onde a nossa colher tende a mergulhar enquanto comemos.

Partilho aqui a receita para quem quiser experimentar fazer em casa!

INGREDIENTES

12 ovos

1 l leite gordo

2 colheres (de sopa) farinha

12 colheres (de sopa) açúcar

Raspa de 1 limão

q.b canela

 

PREPARAÇÃO

Junte os ovos inteiros numa taça com o açúcar.

Adicione a raspa de limão, a canela, a farinha e, por fim, o leite mexendo tudo muito bem.

Enquanto isso, coloque o tacho de barro no forno a aquecer por uns instantes, de seguida deite o preparado no tacho já quente e leve a cozer no forno a 180º por cerca de 50 minutos. Se começar a queimar por cima, tape com uma folha de papel de alumínio.

Com um palito comprido veja se está cozido. Quando o palito vier seco, está pronto a servir.

 

Receita retirada, com pequenas alterações, do site  tastecoimbraregion

Sex | 22.10.21

Aqua Village Health Resort & SPA | Oliveira do Hospital

Localizado nas margens do Rio Alva, na pequena aldeia de Caldas de São Paulo, a poucos quilómetros de Oliveira do Hospital, o Aqua Village é uma hotel acolhedor, cercado por uma paisagem luxuriante, onde a mãe Natureza nos abraça e nos pede para ficar.

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O Aqua Village Health Resort & Spa conjuga uma arquitetura moderna com o conforto e serviços próprios de um hotel de luxo onde a diferença está nos detalhes.

Para aqui chegar é preciso descer uma estrada estreita e cheia de curvas, mas o esforço vale a pena quando vemos a bonita propriedade virada para a montanha e para o rio que corre um pouco mais em baixo.

Os funcionários são muito simpáticos e extremamente profissionais. O alojamento é em forma de apartamentos, com kitchenette totalmente equipada e grandes janelas ou varandas (algumas com banheira de hidromassagem).

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No exterior encontramos uma nascente termal, uma piscina, um Centro de Interpretação das Águas Termais Minerais e uma abundância de recantos, com lugares para sentar e deitar à beira rio, onde podemos relaxar e aproveitar a natureza circundante.

É ainda possível alugar caiaques para andar no rio e desfrutar de passeios por trilhos de caminhada.

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O Roots Restaurant e Bar foi uma excelente surpresa com uma deliciosa cozinha que alia a tradição à contemporaneidade. e oferece um vasto leque de originais cocktails de autor, concebidos com o que de melhor a região oferece.

O SPA Sensations, é outro grande destaque do hotel. Dá uso a uma nascente termal da zona e oferece uma piscina interior, uma piscina semi-coberta aquecida com jacuzzi, sauna, banho turco, duche de contraste e vários tratamentos e massagens.

Experimentei a massagem “Serra do Açor” e o tratamento “Cuidados Ares da Serra” e recomendo muito 😊

Descobri ainda que é possível desfrutar de massagens nas “gotas suspensas” nas copas das árvores do choupal do resort que fica na margem do rio, mas não tive essa oportunidade porque a massagem e tratamento que escolhi não incluíam essa opção.

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Se estão à procura de um lugar perfeito para uma escapadinha de Outono (ou de Inverno) nos feriados que se avizinham, não procurem mais, o Aqua village health resort & spa, pode ser a vossa resposta!

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Vejam também hotéis perfeitos para uma escapadinha de Inverno em Portugal e sigam-me no Instagram para mais ideias de onde ficar e inspiração para escapadinhas em Portugal.

Tchau!
Travellight

Qui | 21.10.21

As Ruínas Romanas da Bobadela

Na várzea da atual Bobadela, no concelho de Oliveira do Hospital, por onde corre o Rio de Cavalos, os Romanos fundaram uma cidade — A Splendidissima Civitas.

Dessa “Esplêndida Cidade”, como alguém a apelidou há quase 2.000 anos, já só restam as ruínas que agora se confundem com a pequena povoação, mas continuam a impressionar pela sua grandeza e estado de preservação.

fullsizeoutput_5fe2Fotos: Travellight e H. Borges

As ruínas da Bobadela são um dos mais importantes conjuntos arquitetónicos de valor histórico-arqueológico do período romano em Portugal, mas sabe-se pouco sobre a cidade que esteve na sua origem. Está confirmado que foi fundada no tempo de Augusto, o primeiro imperador de Roma e que era rodeada por uma estreita muralha dentro da qual se construíram vários edifícios característicos de uma cidade romana, mas o seu nome continua um mistério. Talvez se chamasse Elbocoris ou Velladis, mas não há certezas...

Assim que entramos na aldeia da Bobadela, o nosso olhar é imediatamente atraído pelo magnifico Arco Romano, que se pensa ter sido a entrada de um fórum. Data do século II e está classificado como Monumento Nacional. Foi construído com grandes blocos de granito, assentes sem qualquer argamassa.

O fórum era o principal espaço público da cidade e o local a partir do qual os romanos governavam todo o território.

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Bem próximo dali fica o anfiteatro romano da Bobadela, que foi utilizado desde os finais do séc. I d.C. até finais do Séc. IV d.C. como local de jogos e lutas… Ao percorrer o terreno, não é difícil imaginar as bancadas da arena elíptica cheias das gentes de então a divertir-se com os espetáculos de gladiadores.

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Existem também vestígios estruturais da principal praça da outrora cidade romana e inscrições dedicadas à Splendidissima Civitas  e aos Deuses Júpiter e a Neptuno.

De entre os inúmeros artefactos achados, um dos mais notáveis é a cabeça monumental de um imperador romano. Foi localizada em 1884 num pátio, nas imediações do fórum. Apesar de ser incerta a sua localização original bem como o contexto do achado, pelas dimensões da cabeça esculpida em mármore branco, pensa-se que terá pertencido a uma estátua com aproximadamente 3 metros de altura. A degradação do retrato torna extremamente difícil a sua identificação, mas a data da escultura  aponta para Tibério (14 d.C. – 37 d.C.) ou Domiciano (81 d.C. – 96 d.C.)

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Uma visita ao Centro Interpretativo de Bobadela Romana ajuda-nos a compreender um pouco melhor a História desta antiga cidade, com uma exposição que articula peças arqueológicas recolhidas nas escavações, textos, fotografias e ilustrações, com equipamentos multimédia interativos e um filme documental.

Ficamos a saber que o território administrativo da civitas, com capital na Bobadela era muito extenso e englobava vários concelhos que hoje confinam com Oliveira do Hospital. As suas fronteiras correriam ao longo de algumas serras, como a da Estrela, do Açor e do Caramulo. Uma inscrição datada do ano 4 d.C, encontrada em Guardão, no concelho de Tondela, é testemunho da extensão do território administrativo da Bobadela Romana.

A exploração do ouro no Rio Alva e nos seus afluentes, na época romana, seria a atividade que mais dinamizava a economia da civitas da Bobadela e explica a sua relação estreita com outras cidades romanas vizinhas como Igaedis (atual Idanha-a-velha), Conimbriga e Vissaium (atual Viseu), às quais a Bobadela estava ligada por estradas.

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Com o fim do Império Romano, a Splendidissima Civitas perdeu o seu brilho, mas os sinais da sua importância não se apagaram e hoje temos a sorte de ainda os poder observar nas ruas da bonita aldeia de Bobadela.

 

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Tchau!
Travellight

Ter | 19.10.21

Receita original da ginjinha de Óbidos

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Acredita-se que receita da Ginjinha de Óbidos remonta ao séc. XVII, altura em que teria sido criada por um frade da região para não deixar estragar uma grande quantidade de ginjas. Com o tempo a receita passou para a mão de algumas famílias da vila medieval que começaram a produzir o precioso licor.

Já a ideia de servir a ginjinha em copos de chocolate só surgiu em 2005 com o Festival do Chocolate da Vila e foi tal o sucesso do slogan “beba a ginja e coma o copo” que hoje já ninguém passa sem ele.

INGREDIENTES

1 kg ginjas frescas 
1 l aguardente de boa qualidade
1 kg açúcar branco mascavado ou amarelo
4 paus canela

PREPARAÇÃO

Lave bem as ginjas para retirar o pó e coloque-as sobre papel absorvente ou um pano para que o excesso de humidade seja absorvido. Retire os pés das ginjas.

Coloque as ginjas no recipiente escolhido para guardar a sua ginginha (opte por um frasco grande de boca larga) .
A quantidade de ginja não deve ultrapassa 1/3 da capacidade do recipiente.

Numa panela deite a aguardente, os paus de canela, o açúcar e leve ao lume no mínimo, mexendo sempre. Não deixe que a temperatura ultrapasse os 35º, o objectivo é deixar apenas o açúcar dissolver-se.

Deite o preparado no frasco sobre as ginjas. Feche bem o frasco e agite bem a mistura.
Guarde num local escuro e fresco de preferência, e pelo menos uma vez por dia, agite o frasco para que o açúcar depositado no fundo se vá dissolvendo.

Estando o açúcar completamente dissolvido (deve demorar, cerca de uma semana), volte a guardar a frasco num local escuro e fresco, durante mais 6 meses. Após este período está pronto a consumir.

Ficam sempre algumas impurezas, provenientes de resíduos que se soltam das ginjas por isso, passados os seis meses, coe o licor e coloque-o em garrafas próprias.


Sirva a sua Ginjinha de Óbidos nos tradicionais copinhos de chocolate.


Receita retirada do site www.mulherportuguesa.com

Dom | 17.10.21

O Festival Literário de Óbidos está de volta!

Óbidos sempre atraiu turistas pelo charme do seu castelo, pelo colorido das suas ruas, lojas de artesanato e deliciosa ginjinha servida em copinhos de chocolate… tudo motivos fortes para visitar esta encantadora vila medieval. Porém, para os que amam ler, o mês de Outubro reserva mais um importante atrativo: O festival FOLIO - Festival Literário Internacional de Óbidos.

fullsizeoutput_5f7bFotos: Travellight e H. Borges

Este ano o FOLIO volta a realizar-se numa vertente presencial e decorre de 14 a 24 de Outubro, sob o tema “O outro”.

O Festival teve a sua primeira edição em 2015 e rapidamente transformou-se num dos principais eventos de referência na área da literatura em Portugal. Com uma programação diversificada, dividida em várias linhas (Folio Autores, Folio Educa, Folia e Folio Ilustra) inclui exposições, concertos, masterclasses, lançamentos de livros, cursos de literatura, conferências, seminários, performances, tertúlias e mesas de autores, ciclos de cinema, entre muitas outras atividades.
Uma das marcas mais fortes do evento é o seu cariz internacional. Só na vertente do FOLIO Autores, 30 por cento do programa é composto por convidados estrangeiros que se deslocam de propósito a Portugal para participar.

Na origem deste festival esteve o projeto "Óbidos Vila Literária" que teve o grande mérito de transformar espaços históricos anteriormente abandonados e degradados em belas e contemporâneas livrarias. Foi este o caso da Igreja de São Tiago (hoje Livraria Santiago) e da Livraria do Mercado.
De tristes e sombrios, estes cenários passaram a leves e alegres, com os livros a assumir o papel de personagem principal.

A igreja de São Tiago, construída em 1186 pelo rei D. Sancho I foi completamente destruída pelo terremoto de 1755 e reconstruida em 1772, mas com o passar dos anos foi abandonada e caiu em ruínas. Não fosse a ideia de transformar a estrutura numa livraria, e toda a sua serena beleza se poderia ter perdido.

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A primeira reabilitação correu tão bem que se avançou para a renovação de outras estruturas que estavam igualmente degradadas e foi assim que nasceu a Livraria do Mercado. Agora em vez de ter apenas frutas e vegetais biológicos (sim, porque estes produtos continuam à venda no espaço), o mercado apresenta prateleiras e cestas carregadas de romances, livros de poesia, fotografia, literatura infantil, design, viagens e tudo quanto possamos querer e imaginar.

Atualmente, para além destas duas livrarias, a Óbidos Vila Literária possui uma rede que inclui diferentes espaços, públicos e privados, que corporizam a sua essência como a Casa José Saramago, a Livraria Artes e Letras, o Literary Man Hotel, Josefa de Óbidos Bookcrossing, Silver Coast Volunteers Book Exchange, Livraria Bichinho do Conto, Livraria do Museu Municipal, Livraria da Galeria NovaOgiva, Livraria do Museu Abílio de Mattos e Silva e Livraria da Paragem.

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Combinar uma vila tão bonita com livros só podia resultar num sucesso!

É maravilhoso caminhar pelo colorido centro histórico de Óbidos, ver monumentos como o castelo e a igreja da Misericórdia, beber um copito de chocolate com ginjinha, passear pela Rua Direita e por todas as ruelas transversais, descobrir lojas de artesanato, janelas e varandas floridas e dezenas de outros detalhes fantásticos... Melhor impossível certo?

Não, errado! É melhor ainda porque sentimos por todo o lado a literatura!

No âmbito do evento "Óbidos Living Streets" que decorre em simultâneo com o FOLIO,  a Porta da Vila, por exemplo, foi transformada num local cheio de vida, com uma zona pedonal, um mercado de frutas, flores e livros, atividades de educação ambiental para crianças e animação musical.
Na Praça de Santa Maria há um espaço dedicado aos autores e na Cerca do Castelo, foi montado o palco INATEL, onde se realizam os concertos. Museus, galerias e várias livrarias são palco de outras atividades.

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Um dia sabe a pouco? Passem uma noite no The Literary Man. O hotel tem centenas de livros disponíveis para os hóspedes e o seu restaurante e bar tem as paredes cobertas com obras literárias que inspiram o menu de cocktails da casa.

110493_v4Foto: The Literary Man

O FOLIO é um festival absolutamente imperdível para quem não vive sem ler e chama os livros de bons amigos.

Consultem o programa aqui.

Tchau!
Travellight

Sex | 08.10.21

Mousse de café etíope com caramelo de banana

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Ingredientes

Para a mousse

2 (colheres de sopa) de gelatina em pó neutra
15 ml de água
250 ml de leite 
60 ml de açúcar mascavado 
30 ml de café etíope
2 gemas de ovo
2 claras de ovo
30 ml de açúcar 
250 ml de natas


Para o caramelo de banana

250 ml de açúcar branco 
Água
125 ml de natas
15ml (1 colher de sopa) de manteiga
Sal
4 bananas, descascadas e fatiadas


Preparação

Junte 15 ml de água à gelatina e reserve.

Misture o leite, o açúcar mascavado e o café numa panela pequena e leve a fogo médio até aquecer, mas não deixe ferver. Coe a mistura e junte 2 gemas de ovo. Reserve.

Numa tigela separada, bata 2 claras em castelo. Adicione o açúcar refinado aos poucos e bata até obter picos suaves. Reserve até que seja necessário.

Numa tigela limpa separada, bata as natas.

Adicione com cuidado, as claras e as natas batidas na mistura de leite e café. Despeje a mistura final em copos baixos ou em tigelas pequenas e deixe descansar no frigorífico por pelo menos 2 horas ou idealmente durante toda a noite.


Prepare, entretanto, o caramelo de banana.

Coloque o açúcar numa panela e adicione um pouco de água para fazer a mistura parecer areia do mar molhada.
O truque para fazer um bom caramelo é mexer a mistura de açúcar e água enquanto ela está a aquecer, mas parar assim que começa a ferver. O açúcar tem de estar completamente dissolvido antes da mistura começar a ferver.

Em fogo muito baixo, cozinhe até obter o caramelo. Quando o caramelo estiver com uma cor castanha escura, adicione as natas, a manteiga e uma pitada de sal. Adicione as rodelas de banana e desligue o fogo.

Retire as tigelas com a mousse de café do frigorífico e derrame um pouco de caramelo de banana por cima de cada. Se desejar, decore com uma bolacha.

Está pronto a servir!

Qui | 07.10.21

Viagem numa chávena de café: Descubram os segredos da Etiópia

País abençoado por paisagens incríveis, com planícies áridas e montanhas espetaculares, áreas verdes exuberantes e vastos lagos, a Etiópia guarda muitos segredos que remontam ao inicio da humanidade e um em particular que revolucionou a forma como milhões de pessoas à volta do mundo começam as suas manhãs — O café!

dc8afe5d10b958858c6c33711bd0-1633671.jpg!dFoto: PxHere

Conta-se que o café foi descoberto na Etiópia no dia em que Kaldi, um pastor abissínio de Kaffa, se apercebeu que as suas cabras estavam a comportar-se de maneira estranha, pulando e balindo alto e praticamente dançando nas patas traseiras.
Curioso, Kali seguiu os passos dos animais e descobriu que a fonte da sua excitação era um arbusto com bagas vermelhas brilhantes. Sem medo, resolveu experimentar ele mesmo os pequenos frutos e, como as suas cabras, sentiu o efeito energizante das cerejas do café.

Entusiasmado, encheu os bolsos e correu até um mosteiro que ficava próximo, para compartilhar com os monges esses frutos "enviados dos céus”.

Ao chegar ao mosteiro, porém, os grãos de café de Kaldi não foram recebidos com alegria, mas com desdém e preocupação. Um monge chamou-lhes de "obra do Diabo" e atirou o café para o fogo. No entanto, segundo a lenda, o aroma dos grãos torrados foi o suficiente para que os monges se arrependessem. Retiraram os grãos do fogo, esmagaram-nos para apagar as brasas e cobriram-nos com água quente. O aroma agradável espalhou-se pelo mosteiro e todos os monges vieram experimentar a nova bebida.
Rapidamente perceberam que o café os ajudava a ficarem acordados durante a sua prática espiritual e juraram que a partir dessa data, o beberiam todos os dias da sua vida.

… E assim nasceu uma prática que conquistou adeptos em todo o mundo.

O café etíope, de espécie arábica, é considerado um dos melhores cafés do mundo. É plantado entre os 1.500 e os 2.000 metros (ou mais), acima do nível do mar, em lugares como Sidamo, nas terras altas ao sul do Lago Awasa ou na zona montanhosa de Yirgacheffe, onde beneficia de solos férteis e condições climatéricas perfeitas. Dá trabalho a milhões de pessoas o que só por si justifica a expressão popular: “buna dabo naw”, que se traduz literalmente como “o café é o nosso pão”.

É uma cultura que influencia vários aspetos da vida quotidiana, económica e até da gastronómica da Etiópia, servindo de inspiração a sobremesas deliciosas como a mousse de café etíope com caramelo de banana (inserir link para a receita) ou a rituais sociais como a jebena buna — a cerimónia do café etíope.

Sensual, rica e demorada, jebena buna, não é para quem tem pressa, ou para quem tem uma tolerância baixa à cafeína, mas, tal como a bebida que está na sua origem, é uma experiência a ser saboreada devagar. É um evento alegre, onde as pessoas se juntam para conversar e conviver.

A cerimónia começa com a anfitriã, sempre uma mulher, espalhando no chão e na mesa uma variedade de ervas frescas e flores. Um queimador de incenso, normalmente preenchido com olíbano ou sândalo, é aceso, enchendo o ar com aromas agradáveis. Em seguida, os grãos de café crus são lavados e depois torrados numa panela sobre o fogo alto a carvão. Frequentemente, a anfitriã encoraja os convidados a cheirar os grãos, segurando a panela diante dos seus narizes. O cheiro do café, misturando com o incenso, cria um efeito inebriante.

Os grãos são retirados do fogo, moídos vigorosamente com pilão e almofariz, e depois adicionados à "jebena" — uma chaleira com água a ferver. A jebena é colocada novamente sobre o carvão e assim que o café fica pronto, a anfitriã derrama-o cuidadosamente em chávenas pequenas e sem asa. O café é amargo, espesso e forte, mas o seu aroma é inconfundível!

Usando os mesmos grãos, o processo é repetido mais duas vezes. Entre chávenas, mais água é adicionada para reabastecer a jabena e normalmente, algumas colheres cheias de açúcar são juntas para adoçar o café. Isto continua até que a cerimónia esteja concluída. Todo o ritual pode levar bem mais do que uma hora, mas é uma experiência inesquecível.

Em nossa casa, a experiência pode não ser tão demorada, mas o essencial permanece.

O café etíope tem, literalmente, a capacidade de nos transportar à origem de tudo. Uma chávena quente pode levar-nos, por exemplo, numa viagem até Hadar onde foi descoberto o fóssil australopiteco de Lucy, que estabeleceu a Etiópia como o berço da humanidade, ou até às paisagens surreais e coloridas de Dallol, o lugar com a temperatura média mais alta do planeta.

O seu sabor intenso recorda-nos o caldeirão de diferentes culturas que é este país, com mais de 80 grupos étnicos e línguas faladas e uma tradição cristã ortodoxa e muçulmana antiquíssima. Conduz-nos até Lalibela um local de peregrinação extraordinário que abriga 11 igrejas monolíticas esculpidas inteiramente na rocha ou até aos impressionantes monumentos de Axum que testemunham a grandeza do antigo reino Aksumita.

O seu aroma floral invoca as Cataratas do Nilo Azul; as montanhas de Semien, também chamadas de Teto da África ou a Floresta verdejante de Harenna, no Parque Nacional das Montanhas Bale — a mais bela paisagem montanhosa de África.

Saborear café etíope, como o que chega até nós através da Delta Q Origens Ethiopia — um expresso  aromático, de sabor suavemente floral, resultado de métodos naturais de cultivo e da ação dos agricultores etíopes, que com cuidado viram as cerejas de café à mão, para garantir que a secagem é homogénea e não danifica o grão — é um prazer e uma experiência única que ajuda a aprofundar o nosso vínculo a esta bebida ancestral e ao país onde tudo começou!

 

Artigo patrocinado por Delta Q Origens e publicado originalmente no SAPO Viagens

Ter | 05.10.21

7 razões para viajar no Outono

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Pode não ter o calor do verão, mas o outono tem muito encanto, muita cor e é uma das melhores estações para viajar. Vejam aqui porquê:


1. Viajar é mais barato

Conhecida como a “baixa temporada”, o outono é uma das épocas do ano mais baratas para viajar, com preços mais reduzidos nas passagens aéreas, hotéis, bilhetes de comboio, autocarro e atividades turísticas.
Com o que poupamos, podemos viajar por mais tempo, fazer excursões extras e talvez até pedir um upgrade gratuito no quarto de hotel porque a ocupação é menor do que no verão.

2. Há menos pessoas

À medida que termina o verão e a maioria das pessoas começa a voltar ao trabalho e à escola, o viajante que escolheu o outono para tirar as suas férias, pode colher agora os benefícios: Não terá de enfrentar filas nos museus, parques e atrações; não terá tanta dificuldade para encontrar uma mesa num restaurante e pode visitar vários destinos sem ser incomodado por uma multidão de turistas.

3. O cenário é deslumbrante

O outono é uma época linda para viajar, com a mudança das folhas a colorir as paisagens com todos os tons de vermelho, laranja e amarelo. Quem gosta de fotografar ou simplesmente adora desfrutar das maravilhas naturais, ficará certamente sem fôlego com os cenários que esta estação proporciona. Uma simples caminhada por um jardim ou parque natural pode-se transformar numa experiência inesquecível.

4. O clima está maravilhoso

Esqueçam o calor sufocante do verão ou o frio intenso do inverno. As temperaturas de outono podem ser perfeitas para viajar. Não está muito quente nem muito frio. Em vez disso, temos uma luz dourada suave, misturada com temperaturas frescas e dias claros. Adicionem o cenário maravilhoso e colorido desta época do ano e ficam com a receita perfeita para a caminhada ideal ou um confortável passeio de bicicleta.

5. Existem tantos festivais fantásticos

O outono traz consigo festas incríveis em todo o mundo. É a estação do Halloween, do Oktoberfest e das vindimas, mas também pode ser o inicio da preparação para o Natal. Os encantadores mercados de Natal da Europa começam no final de novembro e se os visitarmos no inicio, não temos de enfrentar as multidões que ali se juntam em Dezembro.

6. A comida sabe melhor

Ponham a mão na massa e participem das colheitas , passeiem pelo mercado biológico ou sentem-se num restaurante com o conceito “farm to table” para saborear deliciosos pratos sazonais.

Visitem festivais gastronómicos como o Festival Nacional de Gastronomia em Santarém ou Kookeet Food Festival em Bruges. Há o Silakkamarkkinat em Helsinquia que comemora o arenque do Báltico ou La Fête de la Crevette em Honfleur que honra o camarão.

Há também o Festival da Salsicha Csaba em Békéscsaba e a Feira da Trufa Branca em San Miniato. Durante o outono, se deixarmos o nosso estômago guiar as viagens, dificilmente nos vamos arrepender.

7. Paz e sossego

Menos gente, significa mais paz e um ambiente mais relaxado que permite conhecer melhor os locais, conversar mais tempo com as pessoas que conhecemos em viagem e tirar fotografias sossegado.
O serviço nos restaurantes e hotéis também costuma ser mais atencioso e cuidado porque os funcionários não estão tão stressados como durante o verão quando há mais hóspedes e clientes para atender.

 

Sex | 01.10.21

Otoño Porteño

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A folha de plátano seca que (sobre)vive dentro de Ficções de Jorge Luis Borges, caiu quando folheei o livro.

Baixei-me para a apanhar e a minha memória voou veloz até aquela longínqua tarde de outono em que passeamos de mão dada por Buenos Aires.
O vento soprava suave, porém com força suficiente para derrubar as folhas secas das árvores altas que povoam o vibrante barrio de Palermo. Borges viveu ali e dizem que Che Guevara também.

Não sei se é porque nasci no outono, mas sou completamente apaixonada pela estação dos castanhos e dourados, amarelos e vermelhos. No outono, parece-me, as cores são mais intensas e as sombras mais longas… sonho e realidade esbatem-se e misturam-se como as tintas de uma aguarela.

Ainda as consigo ouvir… as folhas secas a estalar sob os nossos pés enquanto caminhávamos pelo Parque Três de Febrero. Se fechar os olhos consigo ver novamente a pérgula branca, o jardim do poeta e o rosedal. Regresso à esquina das Avenidas Figueroa Alcorta e Sarmiento, onde agora fica um planetário, mas em tempos existiu o Lo de Hansen, um dos salões de dança mais importantes da história do tango. O salão foi-se mas os bailarinos ainda lá estavam, agora cá fora no jardim, num show improvisado para os turistas.

Paramos um pouco para assistir, admirando a coreografia complexa e a paixão do casal.

O tango é um pensamento triste que se pode dançar" dizia Enrique Santos Discépolo, e tinha razão.
É uma dança dramática, cheia de sentimento, tristeza e uma certa agressividade. Mas também é sensual, sexual, tem movimentos que nos prendem o olhar e uma música que nos toca o coração (e outras partes do corpo).

Seguimos caminhando. Melancólicos.
As folhas continuavam a cair… peguei numa, cor de ouro, e guardei-a como lembrança na mala que trazia a tiracolo.

O céu imensamente azul, ganhara com o passar das horas uma nova cor. Primeiro ficou rosa, depois lilás. O ritmo da cidade também mudou. De repente as ruas pareceram ficar vazias, as casas e palacetes antigos, decadentes e abandonados...

O vento voltou a soprar, agora menos agradável.

Refugiamo-nos numa livraria. Que melhor lugar pode haver?

Chamava-se Libros del Pasage, e tinha enormes estantes de madeira carregadas de obras da literatura argentina, poesia e filosofia e tinha também escadas que iam do chão ao tecto.
Descobrimos um exemplar de Fervor de Buenos Aires, o primeiro livro de poesia de Jorge Luis Borges. Não resisti a comprar. O Ficções, foi-me oferecido.

Sentamo-nos no café da livraria com duas chávenas de chá a ler poemas e passagens dos livros. Ao fundo, baixinho, tocava o muito apropriado Otoño Porteño, de Astor Piazzolla.

“Coloca a folha de plátano no livro” — pediu-me, quando íamos a sair para a rua.

Eu assim o fiz e ela ali ficou. Até hoje, quando caiu, carregada de lembranças de uma bonita tarde de outono em Buenos Aires…

...Buenos Aires é a outra rua, a que nunca pisei, é o centro
secreto das quadras, os pátios últimos, é o que as
fachadas ocultam, é meu inimigo, se ele existir, é a
pessoa a quem meus versos desagradam (também
me desagradam),

é a modesta livraria em que talvez
tenhamos entrado e que esquecemos, é essa rajada
de milonga assoviada que não reconhecemos e que
nos toca, é o que se perdeu e o que será, é o ulterior,
o alheio, o lateral, o bairro que não é teu nem
é meu, o que ignoramos e amamos.

Jorge Luis Borges | "Poesia Completa", (Tradução: Josely Vianna Baptista)

 

 

Sex | 01.10.21

El Submarino | O Chocolate Quente Argentino

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El submarino é uma delícia argentina e a maneira mais fácil e divertida de servir chocolate quente. É basicamente uma caneca de leite quente com um belo retângulo de chocolate amargo servido ao lado. O chocolate é o “submarino” que nós devemos “afundar” no leite quente. Conforme mexemos, o leite transforma-se em chocolate quente. As crianças adoram!

INGREDIENTES

4 chávenas de leite
Barra de 120 gramas de chocolate amargo de boa qualidade quebrada em pedaços de 30 gramas
1/4 chávena de açúcar
1 colher (de chá) de aroma de baunilha em pó

PREPARAÇÃO

Despeje o leite numa panela.
Junte o açúcar e a baunilha.
Aqueça o leite lentamente em fogo baixo até que este esteja quase fervido. Não deixe ferver.

Retire do fogo e divida o leite em 4 canecas.
Sirva cada caneca com um pedaço de chocolate.