Ao longo dos séculos, muitos artistas tentaram interpretar a condição humana, mas poucos foram tão bem sucedidos como o escultor norueguês Gustav Vigeland. O seu legado duradouro é uma obra monumental que ocupa um parque com vários hectares em Frogner, no centro de Oslo — O Parque Vigeland.
A condição humana, o poder do erotismo e da melancolia, os prazeres e as crises emocionais da vida moderna (particularmente no que diz respeito às relações entre homens e mulheres) foram a inspiração principal de Gustav, que regressou à Noruega depois de uma existência boémia na Europa, durante a qual visitou várias vezes o estúdio em Paris de August Rodin.
A influencia do grande mestre francês é percetível em toda a sua obra, assim como o é a influência da mitologia clássica, da Bíblia e da Divina Comédia de Dante.
História do Parque
Vigeland já era um escultor bastante famoso e promissor quando começou a trabalhar, por encomenda do governo norueguês, no Parque Frogner. A ideia era criar uma ou duas peças para instalar no parque, mas em 1921 deu-se um ponto de viragem importante. Nesse ano, as autoridades municipais decidiram demolir a casa em Oslo, onde vivia e trabalhava o artista. Teve então lugar um longo processo no tribunal que terminou com a decisão de atribuir outra casa e parte do terreno de Frogner a Gustav, mas com a condição de que todos os trabalhos futuros do mestre pertencessem à cidade. Foi assim que nasceu o parque de Gustav Vigeland.
Nos 20 anos seguintes e até à sua morte, o escultor criou um verdadeiro museu ao ar livre, composto por mais de 200 obras, que ocupa uma área impressionante de 30 hectares e constitui hoje uma das atrações turísticas mais populares da Noruega. Todas as peças foram modeladas em barro pelo próprio artista e estão preservadas no museu do parque.
A Coleção
A coleção está dividida em 5 grupos: o Portão Principal, a Ponte, a Fonte, o Monólito e a Roda da Vida.
As esculturas impressionam. São estudos sublimes do corpo humano em toda a sua gloria e simplicidade. Mulher, homem, criança, jovem, velho…
Estão nuas, em poses e situações variadas — das mais quotidianas às mais surreais — desde um casal a abraçar-se ou uma criança a fazer birra até a um homem a lutar violentamente contra um bando de bebés.
Transmitem movimento, sensibilidade, emoção. São fortes, mexem connosco. Celebram a humanidade naquilo que ela tem de melhor e de pior.
Nem todos veem o mesmo quando olham para as esculturas. Alguns veem alegria; amor; paixão; erotismo; carinho, maternidade, a sabedoria do idoso a ensinar o jovem; a luta pela perfeição… outros veem loucura; violência doméstica; ambição desmedida; abuso infantil; o stress da maternidade, a raiva; a inveja; o homem preso na roda da vida, correndo sempre sem chegar a lado nenhum; a luta cruel pela sobrevivência…
...Outros, vão ver tudo isso e muito mais, porque a espécie humana é tudo isso e muito mais.
A Fonte é um dos mais notáveis trabalhos que podemos observar no parque. É uma estrutura magnífica cercada por 20 estátuas, cada uma representando um estágio diferente da vida humana, da infância à morte.
O monólito, situado num planalto elevado acima do parque, é talvez a figura central de toda a instalação. Como o nome sugere, a escultura é uma enorme coluna de granito de 46 metros de altura que retrata 121 figuras subindo e lutando entre si para chegar ao topo.
Este parque é, quanto a mim, um dos mais belos passeios que podemos fazer em Oslo.
Fui escultor antes de nascer. Fui impelido e açoitado por forças poderosas fora de mim. Não havia outro caminho e, por mais que tentasse encontrar um, teria sido forçado de volta.
Doce tradicional da região de Vila Viçosa, também conhecido como Tiborna Grande, é feito com amêndoa e gema de ovo e habitualmente apresentado envolto em papel de seda recortado em forma de renda. Julga-se que foi criado por freiras do Convento das Chagas de Vila Viçosa para ser servido nos banquetes oferecidos pela família real no Paço Ducal. Num livro publicado no século XVIII já aparecia uma referência a este doce, no entanto, em livros mais modernos fala-se deste doce como património do receituário do Convento da Esperança de Vila Viçosa.
Partilho aqui a receita para quem quiser experimentar em casa.
INGREDIENTES
750 g de açúcar 250 g de amêndoas 20 gemas de ovos 500 g de pão 1 colher (de sobremesa) de canela em pó 200 g de doce de chila Cerejas cristalizadas (para decoração) Pérolas prateadas (para decoração)
PREPARAÇÃO
Leve o açúcar ao lume com 6 dl de água e deixe ferver até fazer ponto de pasta para preparar 11 gemas em fios de ovos. Reserve os fios de ovos.
Ao açúcar que restou da preparação dos fios dos ovos junte a amêndoa (ralada muito finamente), o miolo de pão (ralado) e algumas côdeas do mesmo pão cortadas em quadradinhos. Deixe cozer um pouco, retire do lume e adicione a canela e as 9 gemas restantes.
Leve novamente ao lume (brando) para enxugar.
Para armar a tiborna: Forre uma tigela com papel vegetal. No fundo deite metade da porção já preparada de massapão dando-lhe a forma de tigela. Encha com o doce de chila e cubra com o massapão que resta. Deixe ficar assim até ao dia seguinte. Prepare uma folha de papel de seda branco recortado. No centro deste papel coloque uma rodela de papel mais grosso, sobre o qual se desenforma a tiborna grande (Se preferir pode dividir a massa e fazer várias tibornas pequenas usando o mesmo processo). Enfeite a tiborna com os fios de ovos, as cerejas cristalizadas e as pérolas prateadas.
No fim ate as pontas do papel de seda com fitas coloridas.
Para além da sua importância histórica, Vila Viçosa é também conhecida por estar no centro da Rota Portuguesa do Mármore. A qualidade superior da pedra extraída nesta região é admirada desde tempos imemoriais, por isso, quando resolvi visitar a cidade, hospedar-me no Alentejo Marmòris Hotel & SPA, que presta homenagem a esta matéria-prima tão nobre, pareceu-me perfeitamente lógico.
Situado em pleno centro histórico de Vila Viçosa, num antigo lagar de azeite, o Marmòris é um hotel de cinco estrelas que faz parte da rede Small Luxury Hotels of the World. A porta de entrada é discreta, mas o interior esconde uma verdadeiro surpresa. Da receção ao bar, onde me foi servida uma bebida de boas vindas, por todo o lado há mármore e é impossível não ficar fascinada pela variedade da pedra presente na decoração.
O check-in foi rápido e eficiente. Todos os cuidados de higiene foram respeitados, assim como o distanciamento social que a atual situação exige.
Segui para o quarto e, mais uma vez, fiquei agradavelmente surpreendida. Era grande, confortável, tinha uma decoração clássica, sem deixar de ser contemporânea, um bom chuveiro, amenities da marca Castelbel e uma enorme banheira de imersão ma-ra-vi-lhosa!
O mármore, novamente, era a estrela principal.
Para jantar, não tive dúvidas e marquei mesa no restaurante do hotel, Narcissus Fernandesii, que tem a cozinha a cargo do chef Pedro Mendes. É o único restaurante de Vila Viçosa indicado no guia Michelin.
Oferece 3 menus de degustação: Menu da Vila, Menu Alentejano e Menu do Campo (opção vegetariana), que garantem uma boa experiência gastronómica. O serviço é competente e simpático.
O pianista que tocou durante todo o jantar, foi mais um detalhe agradável 🙂
O pequeno almoço também não desapontou. É servido num grande salão, e oferece um buffet que inclui panquecas, ovos, salmão fumado, queijos variados, vários tipos de pão, croissants, charcutaria, fruta fresca, cereais, bolos, sumos naturais…
Por causa das novas exigências sanitárias e para garantir o distanciamento social, cada hóspede deve escolher antecipadamente o horário em que pretende tomar o pequeno almoço. Como medidas adicionais, cada hóspede encontra na sua mesa uma pinça individual que deve usar sempre que quiser retirar algo do buffet. Itens como queijos, que tem de ser cortados, são servidos a pedido.
O grande destaque do Marmòris é o Stone SPA que já foi várias vezes premiado com o World Luxury Spa Awards. Está inserido numa pedreira natural, e oferece 4 salas de tratamento diferentes, hammam, hidromassagem, piscinas interior e exterior aquecidas e um ginásio. A massagem com pedra mármore, é considerada uma experiência essencial, mas infelizmente, nesta curta estadia, não tive oportunidade de a experimentar.
Quem quiser conhecer mais sobre a exploração de mármore nesta região pode marcar, através do hotel, uma visita à Pedreira D'el Rey e ao Museu do Mármore de Vila Viçosa (localizado junto à Pedreira da Gradinha, na saída para Borba).
Aproveitando as temperaturas quentes do inicio do Outono, parti à descoberta de Vila Viçosa — terra fértil e rica, onde as pedreiras de mármore abundam e o espírito poético de Florbela Espanca vagueia livre.
Fotos: Travellight e H. Borges
Programei fazer a primeira paragem no Paço Ducal, mas a enorme fila à porta de entrada mostrou-me logo que não ia ser assim tão fácil conhecer o Palácio da Casa de Bragança…
A minha intuição estava certa. Os bilhetes para as visitas guiadas da manhã já estavam esgotados.
Paciência…ia ter de esperar até às 13:00 para tentar a minha sorte novamente.
Sem esmorecer segui até ao Palácio Matos Azambuja, mais conhecido por Casa dos Arcos. Queria vê-lo porque é um dos edifícios mais emblemáticos da arquitetura local. Foi construído em 1599, inspirado nos palácios renascentistas italianos da época. Essa influencia aliás nota-se principalmente na galeria com quatro arcos que fica acima do portão principal.
Uns passinhos adiante, mesmo ao lado do palácio, chama a atenção uma fonte de mármore branco, que foi construída também no estilo renascentista do século XVI. A fonte era usada para regar o jardim da Casa dos Arcos, mas também fornecia água a toda a povoação local.
Indecisa sobre por onde seguir, espreitei as ruas laterais que tinham pequenas casas com portas coloridas e flores nas janelas e depois regressei ao Largo do Terreiro do Paço, visitei a Igreja dos Agostinhos, vi o lago dos patos e dei uma volta no Jardim Municipal. Descobri depois o pequeno, mas muito interessante Museu do Estanho que homenageia a arte de trabalhar o estanho e, em particular, a figura de Apeles Coelho, um estimado e conceituado artesão local.
Daí continuei pela Rua Florbela Espanca e claro, tive de parar no nº 59, onde viveu a famosa poetisa. Eu já sabia que a casa estava abandonada e até já assinei a petição on-line para a converter numa casa-museu, mas ainda assim fiquei um pouco triste com o descaso a que está devotado um local que podia ser usado para divulgar a sua poesia e vida...
Sou aquela que passa e ninguém vê... Sou a que chamam triste sem o ser... Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou, Alguém que veio ao mundo pra me ver, E que nunca na vida me encontrou!
— Eu, Florbela Espanca
Com os versos de Florbela a ecoarem na minha cabeça, continuei a caminhar até chegar à Praça da República. Vi a Igreja de São Bartolomeu, um monumental edifício barroco que pertenceu aos jesuítas, e a Igreja da Misericórdia. Segui até à Avenida dos Duques de Bragança e rapidamente avistei o castelo e a muralha bem preservada. Passei pelo belo Pelourinho manuelino. Tem oito metros de altura e é seguramente um dos mais extraordinários exemplares do seu estilo, reflecte bem não apenas a categoria do concelho, mas também a importância do Ducado de Bragança.
Uma das entradas para o castelo é ladeada por dois canhões do século XVII, que provavelmente foram usados na Guerra da Restauração que conduziu à independência de Espanha.
Ao transpor esta porta, acedemos a um jardim bem cuidado, por onde dá prazer caminhar. Daqui podemos admirar o castelo com a sua ponte levadiça, visitar o museu de arqueologia e caça e observar as muralhas, mandadas erguer pelo rei D. Dinis no séc. XIII. As muralhas estão muito bem preservadas e envolvem toda a parte velha da cidade onde ainda hoje vivem famílias. No interior das muralhas encontra-se também a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal.
Depois do almoço, o regresso pela Avenida dos Duques de Bragança leva-me de volta ao ponto de partida: O Paço Ducal.
Desta vez tenho mais sorte e consigo o bilhete para a visita guiada. Todas as horas de espera valeram a pena. O palácio é maravilhoso e mesmo de longe impressiona. Tem uma imensa fachada de mármore que enquadra lindamente a estátua equestre de João IV, colocada no centro do Terreiro do Paço. De um dos lados fica a Capela Real e do outro o Convento das Chagas, atualmente convertido em Pousada.
O interior é opulento, e faz adivinhar os seus dias de glória. Há tapeçarias, móveis e faianças, retratos de família e outros quadros (alguns pintados pelo próprio Rei Carlos I). A entrada é feita por uma grande escadaria adornada com magnificas pinturas que retratam os feitos de D. Jaime, Duque de Bragança. Durante a visita passamos por diferentes salas que mostram a grandiosidade do palácio e todo o luxo em que vivia a família real. No final passamos pela cozinha que tem uma coleção descomunal de panelas e utensílios de cobre.
Antes de sair pela Porta dos Nós, símbolo da Casa de Bragança, podemos dar uma volta pelos jardins, visitar a capela e o claustro e, se tivermos adquirido o bilhete antecipadamente, visitar o Museu Nacional dos Coches (núcleo de Vila Viçosa) que inclui o carro que transportava a Família Real no dia do regicídio.
... E assim terminou a minha visita à “Princesa do Alentejo”. Só posso dizer que correspondeu (e ultrapassou até) as minhas expectativas ❤️
O comboio é um dos meios de transporte mais agradáveis do mundo. As linhas de alta velocidade são práticas e úteis para quem está com pressa, mas as linhas panorâmicas, onde os comboios andam mais devagar são perfeitos para relaxar e aproveitar a paisagem.
Descubram aqui as mais belas e espreitem os videos para ver se concordam com as escolhas 😃
Glacier Express - Suíça
O Glacier Express, é conhecido por ser o “expresso mais lento do mundo”. Numa viagem que dura cerca de 8 horas, transporta os passageiros pelos Alpes suíços, passando por 35 pontos de interesse, 91 túneis e mais de 290 pontes.
A Linha Ferroviária do Alasca oferece diversas rotas que permitem descobrir algumas das paisagens mais inspiradoras do estado do Alasca. O Coastal Classic, por exemplo, passa por glaciares, quedas de água e montanhas incríveis. Dependendo do tipo de bilhete escolhido, é possível observar tudo isto a partir de plataformas externas ou grandes janelas panorâmicas.
O Tren del Fin del Mundo é uma das atrações mais incríveis de Ushuaia. O comboio de época, com locomotiva a vapor, entra numa parte do Parque Nacional Terra do Fogo e permite desfrutar das magníficas paisagens criadas pelo Río Pipo, pela cascata La Macarena e pelo majestoso Bosque de Lengas.
O comboio de luxo Transcantábrico realiza passeios pelo nosso país irmão que parecem verdadeiras viagens no tempo. Na melhor tradição e conforto dos grandes expressos do século XX, viaja por quatro regiões de Espanha e tem como destaques, entre outras, cidades como Santiago de Compostela, Oviedo, Bilbao, San Sebastian ou Santander.
A travessia da Linha Transiberiana é uma experiência única. É uma viagem cultural, histórica e gastronómica marcada por belas paisagens. É possível escolher entre quatro comboios: Rússia Imperial Transiberiana, Grande Expresso Transiberiano, Zarengold Transiberiano e Golden Eagle Transiberiano) e rotas diferentes (Moscovo a Pequim; Moscovo a Ulan Bator e Moscovo a Vladivostok). A rota principal é a que vai de Moscovo a Vladivostok, tem 9.288 km de extensão e pode durar 8 dias.
Este comboio faz uma viagem inesquecível pelas Terras Altas da Escócia, passando por campos, lagos, rios e castelos medievais. As paragens são perfeitas para descobrir aldeias, edifícios históricos e para fazer degustações nas tradicionais destilarias escocesas. As janelas do Royal Scotsman são panorâmicas e a decoração é luxuosa e sofisticada.
A linha ferróviária Rovos conecta alguns dos principais destinos do Sul de África como Pretória (Africa do Sul) até Victoria Falls (Zimbabué) , Pretória até Swakopmund (Namíbia), Pretória até Durban (com opção de safari), entre outros. Cada comboio da Rovos Rail oferece acomodações luxuosas, restaurante e uma carruagem de observação com varanda.
O comboio da Serra Verde Express, que sai de Curitiba em direção à cidade histórica de Morretes, conta com mais de 150 quilómetros de belas paisagens. Passa por 30 pontes e 14 túneis escavados na montanha e permite descobrir as cidades históricas de Morretes e Antonina, visitar o casario colonial de influência portuguesa e saborear a culinária típica da região.
O comboio Hiram Bingham é uma homenagem ao explorador que (re)descobriu as ruínas de Machu Picchu. A viagem leva os passageiros de Cuzco até à cidadela Inca em carruagens decoradas ao estilo dos anos 20 do século passado. As janelas panorâmicas garantem que durante todo o percurso, a prioridade é dada às paisagens magnificas.
O Maharaja Express leva os seus passageiros em expedições de luxo a alguns dos melhores destinos da Índia como Mumbai, Ajanta, Udaipur, Jodhpur, Bikaner, Jaipur, entre outros. Durante a viagem o passageiro tem a oportunidade de experimentar todo o conforto das suites de luxo e a alta cozinha dos restaurantes.
O percurso realizado entre Flåm a Myrdal já foi eleito pela National Geographic uma das viagens de comboio mais bonitas do mundo e também uma das mais íngremes. O comboio percorre paisagens espetaculares, encostas vertiginosas, quedas de água e 20 túneis.
Não podia faltar nesta lista um comboio português. O Comboio Presidencial não é apenas uma viagem de comboio pelas majestosas paisagens do Douro, é muito mais do que isso, é uma experiência gastronómica luxuosa que acontece duas vezes por ano - na primavera e na altura das vindimas - sendo cada edição desenhada ao pormenor para surpreender os passageiros com (entre outras coisas) as iguarias dos melhores chefs do mundo!
A culinária norueguesa é caracterizada por ser rica em receitas de peixe e frutos do mar. É principalmente famosa pelo seu salmão, que é consumido no país a todas as horas do dia e de todas as formas: Fumado, curado, marinado, grelhado…
A receita que hoje partilho, é uma das variações dos tradicionais bolinhos de salmão servidos como entrada em muitos restaurantes de Oslo e Bergen.
INGREDIENTES (para 6 pessoas)
2 chávenas de quinoa cozida 2 lombos de salmão desfiados ½ chávena de cebola picada 3 colheres (de sopa) de cebolinho fresco, picado 2 dentes de alho picados 1 chávena de pão ralado ½ chávena de leite magro 2 ovos, ligeiramente batidos 2 claras de ovo, levemente batidas 2 colheres (de sopa) de azeite 1 iogurte grego 1 colher (de sopa) de mostarda dijon 2 colheres (de chá) de sumo de limão 1 pitada de pimenta moída na hora 6 chávenas de rúcula 1 limão cortado em fatias finas
PREPARAÇÃO
Pré-aqueça o forno a 180 º C. Numa tigela grande, misture a quinoa cozida, o salmão, a cebola, 2 colheres (de sopa) de cebolinho e o alho. Noutra tigela, misture o pão ralado, o leite, os ovos, as claras e o azeite. Tempere a gosto com sumo de limão e pimenta. Mexa bem até estar tudo bem incorporado.
Adicione a mistura de pão ralado à mistura de salmão e continue a mexer até ficar tudo bem combinado.
Unte generosamente 12 formas pequenas com azeite (podem ser formas de muffins). Divida a mistura de salmão/pão ralado, preparada antes, pelas 12 formas. Asse por cerca de 25 minutos ou até que as bordas estarem douradas. Deixe esfriar por 10 minutos.
Enquanto isso, prepare o molho. Misture o iogurte grego, a mostarda, o sumo de limão, a pimenta e 1 colher (de sopa) de cebolinho.
Para servir, divida a rúcula por seis pratos. Passe uma faca nas bordas de cada forma para soltar os bolinhos de salmão e coloque-os em cima da rúcula. Sirva com rodelas de limão e o molho de iogurte grego e mostarda. Se desejar, polvilhe com mais cebolinhos picado.
Os mais de 1.100 fiordes da Noruega foram criados há milhares de anos, exatamente durante a última Era do Gelo, quando os glaciares começaram a derreter e a recuar, revelando a terra esculpida pela erosão. São tão belos que estão classificados como Património Mundial da Humanidade, e uma viagem pela Noruega nunca fica completa sem visitar pelo menos uma destas maravilhas naturais.
A época recomendada para conhecer os fiordes é o verão, mas eu acho que há um encanto especial em fazer este passeio no inverno. Os fiordes e as montanhas são tão bonitos quanto no verão, mas todo o ambiente é mais silencioso, sereno, selvagem...
Porém, visitar a Noruega no inverno pode ser uma tarefa complicada. A maioria das atividades, rotas e trilhas para caminhada estão fechadas ou indisponíveis. Por sorte os passeios até aos fiordes continuam a existir, apenas são em menor número.
A partir da cidade de Bergen — considerada a porta de entrada para alguns dos mais belos fiordes noruegueses como por exemplo Hardangerfjord, Aurlandsfjord, Sognefjord e Nærøyfjord — podemos, em qualquer altura do ano, comprar bilhetes para um tour designado por “Norway in a Nutshell” que é todo feito com recurso a transportes públicos.
Há quem faça a viagem toda num único dia, embarcando no primeiro comboio de madrugada e terminando em Bergen de noite. Saem no escuro e voltam no escuro (isto porque a Noruega no inverno tem poucas horas de sol), mas é bastante cansativo e acho que aproveitas pouco se estiveres sempre a correr para apanhar o próximo comboio, autocarro ou barco... Eu prefiro fazer as coisas com mais calma.
A primeira etapa é realizada de comboio e leva-nos de Bergan até Voss, uma vila escondida entre montanhas cobertas de neve, vales, rios, lagos e quedas de água. Tem uma posição privilegiada entre Bergen, o Sognefjord e o Hardangerfjord.
Duas estâncias de esqui: Myrkdalen Fjellandsby e Voss Resort, fazem de Voss um dos melhores destinos de inverno da Noruega (no resto do ano, a paisagem é ideal para caminhadas, escaladas, canoagem, ciclismo e muito mais).
Da estação de comboio é possível chegar às montanhas em cerca de nove minutos, apanhando a Gôndola Voss (um teleférico) e no topo do Monte Hangurstoppen, 820 metros acima do nível do mar, podemos almoçar no maior restaurante da vila. Não é por isso má ideia passar pelo menos um dia em Voss antes de apanhar o autocarro até Gudvangen, para a segunda etapa do passeio.
É de Gudvangen que parte o cruzeiro que percorre o fiorde Nærøy até à pequena cidade de Flåm. O autocarro que vem de Voss deixa-nos ao lado de um grande café/loja de souvenirs e o centro de visitantes de Gudvangen fica localizado na foz do rio que dá acesso ao fiorde de Nærøy.
Há uma pequena aldeia, uma ponte e uma réplica de um barco viking que parece abandonado, que vale a pena ver. A espera em Gudvangen é de cerca de uma hora, por isso é o lugar perfeito para um almoço rápido antes de embarcar.
O passeio pelo fiorde é espetacular. O Nærøy é famoso por ser o fiorde mais estreito do mundo e um dos mais bonitos da Noruega. É dominado por enormes montanhas, que se refletem nas águas escuras do rio Nærøydalselvi e escondem florestas e inúmeras quedas de água.
Espalhadas ao longo das margens, podemos ver ainda várias pequenas aldeias com casas típicas de madeira, pintadas com cores vivas, que fazem contraste com o branco puro da neve. Parecem completamente isoladas no inverno, mas acrescentam muita beleza à paisagem.
Durante o cruzeiro faz um frio de rachar, mas podes sempre abrigar-te dentro do barco se sentires que é demais.
Ao fim de duas horas de navegação, chegas a Flåm. A pequena vila fica localizada na extremidade do majestoso fiorde Aurlands e é um local tranquilo com paisagens de tirar o fôlego. Vale a pena passar aqui uma noite.
A plataforma de observação Stegastein que fica suspensa 650 metros acima do Fiorde de Aurlands é a atração a não perder em Flåm. A vista é espetacular!
A penúltima parte da viagem é feita de comboio. São cerca de 20 km de linha que ligam a vila de Flåm a Myrdal. Esta é uma das viagens de comboio mais famosas do mundo e já foi eleita pelo National Geographic Traveler Magazine uma das 10 melhores da Europa.
Ao longo de uma hora, o comboio leva-nos desde o nível do mar em Flåm até à estação ferróviária da montanha Myrdal, que se localiza 867 metros acima do nível do mar. Segundo me disseram, esta linha é uma das linhas ferroviárias mais íngremes do mundo, com 80% da viagem a ser efetuada numa inclinação de 5,5%.
O comboio percorre paisagens espetaculares, encostas vertiginosas, quedas de água e 20 túneis. Antes de chegar a Myrdal faz também uma pequena paragem na cascata Kjosfossen.
Já em Myrdal, depois de um curto tempo de espera na plataforma, vem outro comboio que, em cerca de duas horas, nos leva de volta para Bergen.
Apesar do (muito) frio que tens de suportar, acho que este é um passeio único que te dá a conhecer o lado mais selvagem, mais belo e até mais poético da extraordinária Noruega.
Bergen é uma cidade fascinante. Henrik Ibsen trabalhou aqui como dramaturgo e encenador. Produziu mais de 145 peças no Teatro Der Norske, mas não admira… Há algo de teatral e cenográfico na segunda maior cidade da Noruega, mas também de real, de cru... Talvez sejam os seus edifícios de madeira colorida, as suas ruas charmosas ou talvez sejam as montanhas e fiordes dramáticos que lhe servem de moldura. Seja o que for, é uma cidade que fica na nossa memória. É como um filme clássico que gostamos de rever vezes e vezes sem conta.
É fácil ficar apaixonado por esta cidade que visualmente é tão impressionante e que à semelhança de Lisboa e Roma, tem sete colinas, ou melhor dizendo, sete montanhas. Um passeio por Bergen é sempre mais bonito no fim do Outono quando a neve começa a cair e a pintar de branco os picos das montanhas. É certo que o vento frio pode ser um pouco desagradável, mas o que se ganha em beleza compensa largamente o eventual desconforto.
Lembro-me bem da primeira vez que visitei a cidade. De chegar ali no final da tarde, de caminhar ao longo de Bryggen em direção ao meu hotel e de ficar encantada com as cores das pitorescas casas de madeira... Tinha vindo de Oslo (que é bem mais cinzenta) e aquele colorido todo animou-me a alma 😊.
O velho cais é a vista mais icónica da cidade e evoca a importância de Bergen na Liga Hanseática — um império comercial que entre o séc. XIV a meados do século XVI, estabeleceu e manteve um monopólio comercial sobre o Báltico e quase todo norte da Europa. Muitos incêndios, o último dos quais em 1955, devastaram as características casas de madeira da área, mas a cidade investiu na sua reconstrução e, obedecendo a padrões e métodos tradicionais recuperou um total de 62 edifícios. O cuidadoso trabalho preservou a antiga estrutura urbana de madeira e hoje, este local, classificado como património mundial pela UNESCO, pode ser admirado tanto pelos noruegueses como pelos turistas que visitam o país.
Quem estiver interessado em saber mais sobre o modo de vida dos mercadores hanseáticos de Bergen pode visitar o Museu Hanseático que está instalado num dos edifícios históricos de Bryggen. É um museu pequeno, mas interessante.
Perto da entrada do porto, outro marco histórico: A Fortaleza de Bergenhus. Data de 1240, embora haja evidências da existência de uma estrutura naquele mesmo local desde antes de 1100. Chegou a servir de palácio real na época em que Bergen era a capital da Noruega, mas agora é usada para banquetes e concertos. Os visitantes podem ver o Haakon's Hall e a Rosenkrantz Tower, ou simplesmente passear pelos jardins.
Visitar o mercado de peixe (Fisketorget), um dos mercados ao ar livre mais importantes da Noruega, é obrigatório. A sua localização, próxima do porto, foi usada durante séculos como ponto de encontro por mercadores e pescadores por isso é divertido caminhar por ali e imaginar quantos negócios, grandes e pequenos, por ali passaram ao longo dos tempos. O mercado tem um espaço onde nos podemos sentar e fazer uma refeição se a fome apertar. Vale a pena, porque dificilmente encontramos um lugar que sirva marisco e peixe mais fresco.
Gosto muito de toda a área de Bryggen e do porto, mas o que mais me cativa em Bergen são as ruas estreitas que serpenteiam pela área residencial do centro da cidade… São um charme!
Assim que te afastas das ruas principais, tudo parece ficar tranquilo e silencioso, é quase como se estivesses numa aldeia. Tirando um ou outro morador, não passa ninguém e podes andar à vontade a apreciar todos os detalhes e a (muita) arte urbana que decora as paredes.
Adoro o estilo de construção nórdico e a forma como em Bergen os habitantes incorporam as cores. Muitas casas tem vasos de flor nas portas e nos alpendres... É muito bonito e acolhedor.
O centro da cidade tem outros pontos de interesse é claro, como por exemplo o KODE — um complexo de museus de arte, design e música que inclui quatro edifícios (KODE 1, 2, 3 e 4), e também várias casas de compositores famosos; A Igreja Fantoft Stave e o Museu da Cidade Antiga que apresenta mais de 50 casas de madeira dos séculos XVIII e XIX merecem igualmente visita.
…Mas a maior atração de Bergen é a natureza que a envolve e vale-lhe o título de “Capital Fjord da Noruega”, afinal alguns dos fiordes mais famosos do país, como Hardangerfjord, Aurlandsfjord, Sognefjord e Nærøyfjord, podem ser alcançados a partir daqui.
Hardangerfjord está localizado ao sul de Bergen e é o mais próximo dos famosos fiordes. O belo Sognefjord é o fiorde mais longo da Noruega, e tem enseadas espetaculares. Nærøyfjord, é o fiorde mais estreito do mundo, enquanto o adorável Aurlandsfjord abriga a encantadora cidade de Flåm.
Há muitas excursões e cruzeiros que saem de Bergen para conhecer todas estas maravilhas, é só investigar um pouco e escolher o que nos agrada mais.
Para além disso, quem viaja até Bergen pela sua beleza natural, pode apanhar o comboio ou alugar um carro para conhecer melhor as sete montanhas que abraçam a cidade ou ainda explorar a pé. A mais acessível das montanhas é o Monte Fløyen, que pode ser alcançado por funicular a partir do centro da cidade. As vistas do topo são verdadeiramente fantásticas, mas quem quiser subir ainda mais pode apanhar o teleférico que leva até à montanha Ulriken — a mais alta de Bergen.
A gastronomia norueguesa é, numa palavra, “interessante”. Em Bergen, eles são rápidos a recomendar pratos como "smalahove", mas provar a cabeça de ovelha, não é uma coisa que propriamente me agrade 😖, por isso fico-me sempre por opções mais seguras como peixe, carneiro curado em sal marinho ou costeletas grelhadas de cordeiro.
Já na pastelaria, nunca tenho dificuldades nenhumas 😜, a quantidade de doces e bolos com bom aspeto que são servidos nos cafés de Bergen é impressionante. O difícil é escolher…
Chamar algo de “sublime” cria logo uma série de expectativas. Ouvimos a palavra e ficamos imediatamente à espera de encontrar algo perfeito, encantador, grandioso… … e foi com isto em mente, que eu decidi hospedar-me no Sublime Comporta, Country Retreat & SPA. Queria descobrir se, o recentemente eleito Melhor Boutique Hotel da Europa, pelo World Travel Awards, estava à altura do seu nome.
Fotos: Travellight e H. Borges
Há lugares que conseguem inspirar em nós tranquilidade e paz e foi exatamente isso que eu senti quando, no início deste outono, atravessei o portão de entrada do Sublime e me vi cercada por pinheiros mansos e passarinhos a chilrear.
O edifício principal cria a primeira (boa) impressão que nos acompanha ao longo da estadia. Vigas de madeira expostas, abajures de palha, tons claros, ambiente minimalista, muita luz… É claramente inspirado na beleza e nos recursos naturais da Comporta e do Alentejo. Melhor ainda, o cuidado na construção e na decoração parece andar lado a lado com a preocupação ambiental, pois fiquei a saber que no projeto arquitetónico e paisagístico do hotel, deu-se prioridade à seleção de materiais sustentáveis que tivessem menor impacto na natureza. Evitaram o corte de árvores e, sempre que possivel, incorporaram-nas nos próprios edificios e respectivas áreas exteriores. Apenas o bloco central das vilas tem uma cave, o resto é construído sobre palafitas (construção de menor impacto). O hotel é 100% autónomo em relação à água potável e da rega, e todas as vilas, assim como o SPA têm painéis solares para aquecimento da água.
Depois de um check-in rápido, simpático e com todos os cuidados de higiene que a atual situação exige (máscaras, álcool gel, distanciamento social…), segui para o quarto onde ia dormir. À minha espera mais uma boa surpresa: Uma garrafa de vinho e uma caixa de doces!
A villa era grande, confortável e bem decorada. Tinha tetos altos e uma mezzanine, onde ficava uma das 2 casas de banho. O chuveiro estilo rain shower era muito bom, assim como os amenities da marca Claus Porto. Um detalhe agradável: na casa de banho, para além dos produtos de higiene diária habitualmente oferecidos pelos hotéis, existia uma pequena bolsa, com máscaras e álcool gel.
A propriedade é grande e podes andar à vontade sem te cruzares com ninguém. Existem muitas piscinas disponíveis para os hóspedes (incluindo biológicas), por isso nem aí se coloca o problema de aglomeração de pessoas.
Fiquei encantada com a horta orgânica, construída de acordo com os princípios da permacultura (sistema de planeamento social e ambiental que alia o conhecimento científico com o conhecimento tradicional e popular, assegurando dessa forma a permanência do ser humano como espécie no planeta Terra). A horta inclui mais de 300 variedades de plantas. Tem vegetais, flores comestíveis e ervas aromáticas. Os produtos biológicos depois de colhidos, são usados nos restaurantes, no bar e no SPA do hotel.
…E por falar em SPA… Este foi (sem surpresa) um dos maiores destaques da minha estadia 😊
É um espaço realmente sublime, que através de sons, cheiros e apontamentos de decoração, nos transporta para lugares e ambientes exóticos e orientais. Os tratamentos usam ingredientes provenientes da região, plantas colhidas todos os dias na horta orgânica, óleos essenciais e vegetais e produtos da marca Amala Organic Skincare — uma das marcas de cosméticos mais reconhecida a nível mundial.
A sauna e o banho turco, infelizmente, estão agora indisponíveis, mas a piscina aquecida é maravilhosa. É o lugar perfeito para respirar fundo, relaxar e recarregar (boas) energias.
Tenho de mencionar agora os restaurantes do Sublime.
Comer bem, é meio caminho para uma boa estadia, agora comer muuuito bem, dá-te imediatamente vontade de nunca mais sair do hotel.
Começa logo de manhã com o pequeno almoço servido em buffet no Restaurante Sem Porta: fruta, ovos, bacon, pão, croissants, salmão fumado, queijos variados, sumos naturais, doces, pasteis de nata e outros bolos, cereais, etc, etc, etc...Tudo fresco, tudo delicioso.
Atualmente, para garantir o distanciamento social e respeitar as regras de higiene, a hora do pequeno almoço tem de ser reservada com antecedência e quando nos vamos servir ao buffet, temos de usar luvas descartáveis.
Para o almoço e jantar o Restaurante Sem Porta, com a sua arquitetura inspirada nos antigos celeiros da zona, serve uma cozinha sazonal onde são apresentados pratos confecionados com produtos frescos regionais, adquiridos junto de pescadores, agricultores e adegas locais. O serviço, desde o atendimento até à escolha do vinho e ao acompanhamento durante a refeição, é simpático, personalizado e altamente profissional.
Para começar bem a noite, podemos parar no bar do hotel, que fica no lobby e experimentar um dos seus cocktails.
A Tasca da Comporta (quando está aberta) serve refeições mais leves e petiscos e o Food Circle (que não experimentei) promete uma experiência gastronómica única, de contacto directo com o Chef. Exige uma reserva com 48 horas de antecedência, por isso vai ter de ficar para a próxima…
No exterior da propriedade, mas bem perto do hotel, na praia do Carvalhal, fica o Sublime Comporta Beach Club que, num ambiente descontraído e super trendy, serve peixe grelhado, ostras e marisco, assim como variadíssimas opções internacionais que vão do tártaro ao tataki, passando pelo guacamole. Tudo isto com uma maravilhosa vista para o mar.
Depois de um passeio na praia, de regresso à villa no final do dia, quando o sol se põe e a temperatura esfria, sentada ao pé da lareira neste lugar encantado, só tenho uma palavra no pensamento: “sublime”.
Na nossa costa litoral, em locais como a Comporta, as grandes estrelas da cozinha são os peixes (e os frutos do mar) e pratos como a tradicional sopa de cação mostram bem a criatividade da culinária alentejana e das magníficas combinações de pão e ervas aromáticas, possivelmente herdadas da presença árabe. É muito simples de preparar, tem um aroma intenso e é perfeita para aquecer o corpo (e a alma) nos dias mais frios de Inverno.
Partilho aqui a receita para quem quiser experimentar.
INGREDIENTES (para 4 pessoas)
1⁄2 chávena (de café) de vinagre
1 colher (de sopa) de farinha de trigo
1 ramo de coentros
2 colheres (de sopa) de azeite + q.b. p/ cozer o peixe
2 folhas de louro
2,5 l de água
3 dentes de alho
4 fatias de pão alentejano
4 postas de cação
sal q.b.
PREPARAÇÃO
Coza as postas de cação num litro de água com azeite. Coloque ao lume azeite, com o alho esmagado, o louro, os coentros, 1,5 l de água e tempere a gosto.
Adicione, em seguida, as postas de cação e deixe-as cozer.
Desfaça a farinha no vinagre e junte-a à sopa, deixando ferver. Coloque uma fatia de pão alentejano por cada prato de sopa, regue-a com o caldo e, por último, disponha o peixe. Decore com folhas de coentros e sirva de imediato.
A Comporta é um lugar de encantos, onde as cegonhas cruzam os céus e a tranquilidade reina total. A paisagem é marcada por grandes arrozais que se estendem até às dunas da praia e mudam conforme as estações. Nos meses de abril e maio, a água enche os campos e estes parecem enormes espelhos a refletir o céu.
Depois o arroz germina e tudo fica verde.
Com o Outono chegam os tons amarelos e castanhos que contrastam com o azul profundo do mar e as areias claras da praia... As cores podem altera-se, mas a beleza serena deste lugar mantém-se sempre igual.
Localizada entre o estuário do rio Sado e o oceano Atlântico, a Comporta na verdade integra sete aldeias: Pego, Carvalhal, Brejos, Torre, Possanco, Carrasqueira e Comporta.
Foram as gentes destas aldeias, principalmente as da Comporta, da Carrasqueira, da Torre e do Carvalhal que, entre 1925 (ano em que a propriedade pertencente à Companhia das Lezirias, foi adquirida pela empresa inglesa Atlantic Company) e meados dos anos 50, retiraram ao estuário do Sado cerca de 800 hectares do sapal e ergueram “a comporta” , ou seja, os mais de 20 quilómetros de muro de terra e pedra que retém a maré, para que a água do mar não galgue as culturas do arroz.
Foi a partir daqui que a região conhecida até ali como a "África Metropolitana", pelas más condições de vida, excesso de mosquitos e extrema dureza do trabalho, começou a melhorar.
As aldeias da Comporta, tal como muitas outras do Alentejo, não perderam a sua autenticidade, nem os seus costumes. A modernidade, sem dúvida é bem acolhida nesta região hippie-chic, mas isso não significa que a história que a criou se perdeu completamente.
O turismo agora é importante, mas a rizicultura continua a estar no centro da vida na Comporta, tal como está no centro da sua história e para conhecer verdadeiramente os arrozais, é necessário perdermos-nos neles e passar algum tempo a observar as aves e a ver os cursos de água que hoje fazem parte da Reserva Natural do Estuário do Sado.
As praias são o principal atrativo da Comporta, e o motivo pelo qual ganhou fama internacional. Na “Hamptons Portuguesa” como foi apelidada pelo Finantial Times, o oceano parece mais azul e a areia mais branca e fina. As dunas cobertas de vegetação completam a paisagem de sonho que nos faz sentir como se estivéssemos nos limites da Terra.
De entre as praias, destaco a da Galé, uma das mais belas de Portugal. Tem enormes falésias de cor ocre e vermelho que quase nos levam a acreditar que estamos a passear na costa australiana. Mas quem não conhece bem a região e os seus arredores, pode percorrer os quase 60 km de costa, e conhecer todas as opções.
Comecem na Praia da Comporta. Fica situada a sul da península de Tróia, à saída da aldeia da Comporta e é um glorioso trecho de areia branca, preservado pelas dunas que o cercam e pelos campos de arroz que ficam do outro lado. No verão, tem espreguiçadeiras e chapéus de sol para relaxar. Tem também um bar e restaurantes como o Comporta Café Beach Club e a Ilha do Arroz.
Continuando para sul encontram a Praia dos Brejos. Chegar lá não é muito fácil. Só é acessível a pé ou de bicicleta atravessando os arrozais que se estendem entre a Comporta e o Carvalhal. Se forem de carro terão de estacionar junto do café Ti Glória ou do restaurante Gervásio e caminhar pelos arrozais. É uma caminhada longa, mas é agradável se se evitar os horários mais quentes do dia. No sopé da duna, encontram um caminho pavimentado que leva a esta maravilhosa praia deserta. Se voltarem no final do dia, lembrem-se de levar um repelente de mosquitos. É absolutamente essencial se não quiserem acabar todos picadinhos 😳. Pela dificuldade de acesso, esta praia raramente é visitada e no verão é o lugar perfeito para fugir dos turistas que “invadem” as praias vizinhas. A paisagem envolvente está particularmente bem conservada e da praia é possível admirar a reserva natural da Serra da Arrábida. Não há restaurantes ou bares na Praia dos Brejos, por isso, se forem até lá, levem uma cesta de piquenique.
A seguir fica a Praia do Carvalhal. Esta praia está localizada fora da aldeia do Carvalhal e tal como a praia da Comporta está cercada por dunas e campos de arroz. Abriga muitas espécies de insetos, pássaros e flores e está totalmente integrada neste ecossistema. É servida por restaurantes tradicionais como O Dinis - Dos Pescadores, onde podemos saborear deliciosos peixes grelhados, amêijoas e pratos típicos portugueses e por restaurantes de ambiente mais moderno e contemporâneo como o Sublime Comporta Bech Club, que para além do inevitável peixe grelhado, ostras e marisco, oferece variadíssimas opções internacionais como o tártaro, tataki ou guacamole e uma excelente secção de carne grelhada. A praia do Carvalhal é acessível a pessoas com mobilidade reduzida e tem espreguiçadeiras e chapéus de sol disponíveis para alugar durante o verão.
Depois fica a Praia do Pego. É considerada uma das mais belas praias da Europa, e a sua reputação cresceu quando a revista Condé Nast Traveller elegeu o restaurante local — Sal — um dos dez melhores restaurantes de praia do mundo. A Praia do Pego é ideal para a pratica de natação, surf, bodyboard e kitesurf, tem acesso para pessoas com mobilidade reduzida e espreguiçadeiras e chapéus de sol disponíveis para alugar durante o verão.
Continuando a percorrer a costa podemos descobrir as Praias da Raposa e do Pinheirinho, que são de mais difícil acesso e não tem infra-estruturas nenhumas. A Praia do Pinheirinho é lindíssima, mas chegar até lá é complicado e o ideal é ter um jipe com tração 4×4 para atravessar os trilhos de areia. Tem de seguir pela estrada nacional 261 que atravessa a Comporta e o Carvalhal em direção a Melides, passar pela prisão do Pinheiro da Cruz, encontrar uma saída à direita que dá acesso à Herdade do Pinheirinho, seguir por essa estrada até encontrar uma zona descampada onde podem estacionar e depois atravessar o mato a pé… eu disse que não era fácil 😅
A praia seguinte é a Praia da Galé. Para aceder a esta praia é necessário percorrer um caminho que parte do pequeno parque de estacionamento junto ao parque de campismo. A Galé é um pouco diferente das outras praias da Comporta, porque como referi em cima, é rodeada por falésias de arenito vermelho, ricas em fósseis e grandes dunas de areia com formas extraordinárias. Nos penhascos da Arriba Fóssil da Galé, podemos encontrar evidências de formas de vida com quase cinco milhões de anos. A paisagem é impressionante!
A Praia da Aberta Nova, é a última da lista. Tem cerca de 3,5 km de extensão, por isso é sempre fácil encontrar aqui um local tranquilo para pôr a toalha e desfrutar do cenário. É perfeita para os amantes da pesca desportiva e do alto das dunas, onde fica o Bar dos Tigres, tem-se uma vista fantástica sobre o oceano, sobre a praia e sobre a flora local envolvente. Espreguiçadeiras e toldos estão disponíveis para alugar durante o verão. Os mais pequenos também gostam desta praia porque tem uma zona onde a maré faz uma pequena lagoa que lhes permite brincar sem preocupações. O parque de estacionamento que serve esta praia está localizado a 200 m da costa e é preciso descer uma longa escadaria de madeira para chegar ao areal.
Depois das praias, um passeio pela Comporta exige uma paragem no Museu do Arroz.
Localizado à entrada da aldeia da Comporta, este espaço dedica-se, como o nome indica, à cultura do arroz e às tradições a ela ligadas. Uma visita leva-nos até ao passado e ajuda a compreender o impacto que a rizicultura teve na história e no desenvolvimento da região denominada Herdade da Comporta.
As instalações situam-se numa antiga fábrica de descasque de arroz, datada de 1952, e o edifício integra um dos melhores restaurantes da região — o restaurante Museu do Arroz.
Outro lugar imperdível numa visita à Comporta é o Cais Palafítico da Carrasqueira. Construído entre as décadas de 50 e 60 do século passado, é apoiado em estacas de madeira de aparência frágil e irregular. Atualmente tem como objetivo servir de embarcadouro aos barcos de pesca que ali acostam, tendo algumas centenas de metros nos quais é possível caminhar. Permite ver as embarcações de perto e algumas aves da zona do Estuário do Sado.
A Comporta é um verdadeiro paraíso, onde podemos deixar o tempo voar devagar…
Podemos aproveitar a praia no verão ou andar a pé ou a cavalo quando o tempo está mais frio. Podemos passear de barco para ver os golfinhos no mar ou quem sabe fazer um voo de balão de ar quente sobre a natureza selvagem do Sado... Basta escolher. Atividades divertidas não faltam neste local encantado onde a natureza é rainha!
“You can always count on Americans to do the right thing — after they’ve tried everything else.” — Winston Churchill
Esta frase de Winston Churchill resume na perfeição aquilo que penso e aquilo que sinto ao ver Joe Biden tomar a liderança nas eleições americanas.
Os Estados Unidos são um país que conheço bem. Seja por motivos pessoais ou por motivos profissionais, muitas foram as vezes que tive de viajar até à terra do Tio Sam. Tenho família por lá (republicanos) e fiz amigos (quase todos democratas). Pessoas que considero equilibradas e sensatas, mas que no último ano se atacaram e discutiram com paixão, numa guerra cega e de surdos mudos em que nenhuma das partes queria ver ou ouvir a outra.
Os meus amigos democratas ficaram surpresos, (diria até chocados) por a “onda azul”, tão esperada pelos democratas não se ter concretizado.
Eu não.
Este resultado não me surpreendeu de todo. Acho que quando estamos de fora temos uma visão mais clara das coisas.
Os EUA são enormes, a vastidão do país é avassaladora e profundamente desafiante. Podes passar horas e horas a conduzir e não sais do mesmo Estado. Viajar pela América é como visitar um conjunto de países, cada um com sua própria identidade e cultura. Rapidamente percebemos que a vida na zona rural do Nebraska tem pouco em comum com a vida nas cidades grandes como Nova York e Los Angeles e muito pouco em comum com as montanhas do Idaho. Isso para não falar no Alasca ou no Hawaii, que são outro mundo.
Cerca de 95% das terras dos EUA estão classificadas como rurais. O país é grande e cheio de “nada”. Assim que deixas as grandes cidades, só vês campo, campo e mais campo. É bonito, é inspirador, sim… mas também é avassalador. O rádio só apanha estações de country music ou de christian rock (rock cristão) e as pequenas cidades que cruzas, às vezes só tem 20 pessoas (ou menos). Pode haver poucas casas, lojas ou restaurantes, mas há centenas de igrejas e milhares de placas de "Jesus é o Senhor" ao longo da estrada. A grande maioria da América é profundamente cristã.
Viajar pelo interior ajuda a compreender por que é que o país se tornou, nos últimos anos, gradualmente mais conservador.
As pessoas que vivem nos meios rurais sentem-se incompreendidas e até desprezadas pelos americanos que vivem noutros tipos de comunidade. Cerca de dois terços ou mais nas áreas rurais dizem que aqueles que vivem nas cidades grandes não os entendem, nem valorizam os problemas que eles enfrentam. As áreas urbanas estão atualmente na vanguarda da mudança racial e étnica, com os não-brancos a ganharem cada vez mais espaço, enquanto a maioria da população nas áreas rurais se mantém branca.
Os americanos que vivem em comunidades urbanas e rurais têm, na sua maioria, visões muito diferentes sobre questões sociais e políticas. Podíamos dizer que isso se deve ao fato das áreas rurais tenderem a ter uma maior concentração de republicanos e independentes com tendência republicana, enquanto a maioria nas comunidades urbanas se identifica ou se inclina mais para o partido democrata, mas a verdade é que as diferenças entre os tipos de comunidade permanecem, mesmo depois de excluirmos o partidarismo. Os republicanos rurais, por exemplo, são mais propensos do que os republicanos nas áreas urbanas a dizer que a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma coisa má para a sociedade. Por sua vez, os democratas de todos os tipos de comunidade expressam diferentes pontos de vista sobre a imigração, com aqueles que vivem em áreas urbanas mais propensos do que os seus contrapartes rurais a dizer que o número crescente de recém-chegados fortalece a sociedade americana.
A América rural parece ter, definitivamente, voltado as costas à América urbana.
Durante décadas, um conjunto de valores, ideias e princípios básicos, foram a “cola” que uniu o país, mas agora isso parece ter deixado de existir. Donald Trump só veio tornar isso (mais) claro. Para as comunidades rurais (e para muitas comunidades suburbanas), ele é aquele que lhes dá voz, que lhes dá força, que os “vê”. Muitos ouviram esse “chamamento” em 2016 e quiseram apostar numa “wild card”. Estavam dispostos a mudar. Afinal como dizia Churchill, os americanos estão dispostos a tentar tudo. Resta saber a que preço.
Se Joe Biden, de facto ganhar, não será por muito, o Senado continua dividido, a maioria democrata na Câmara dos Representantes é fraca… As cicatrizes vão continuar abertas e as diferenças vão subsistir. No entanto, penso que a sua vitória vai demonstrar que ainda existe algo que une o país, ou pelo menos a maioria dos americanos: o sentido de decência.
Joe Biden, vai ganhar, não pelas suas ideias políticas ou brilhantes propostas, mas sim porque não é Donald Trump. Porque, no final de contas, um bully, não pode (não deve) ganhar. E isso é verdade, tanto numa comunidade de 20 pessoas como numa cidade com 5 milhões.
A classificação de Património Mundial da UNESCO tem por objetivo proteger o património cultural e natural do nosso planeta para que a história e a cultura nunca se percam. Portugal, com tanto encanto e riqueza histórica, tinha de estar bem representado e atualmente 17 lugares fazem parte desta lista. São lugares ou paisagens, de visita obrigatória espalhados pelo continente e ilhas, que todos deveríamos conhecer.
A mim falta-me conhecer dois destes locais e a vocês?
1 - Mosteiro da Batalha
Este mosteiro foi construído no final do século XIV para servir como monumento memorial da batalha de Aljubarrota e panteão régio. É um excelente exemplo da evolução da arquitetura medieval em Portugal, combinando traços de estilo gótico e manuelino. O seu claustro real é considerado uma obra-prima da arquitetura.
2 - Torre de Belém e Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa
Construídos no século XVI, durante o reinado de D. Manuel, estes dois edifícios são verdadeiras obras-primas da arquitetura portuguesa. A Torre de Belém, erigida inicialmente para defesa da cidade, tornou-se depois o local de onde partiriam as naus dos Descobrimentos. Já o Mosteiro dos Jerónimos foi erguido em memória do Infante D. Henrique e mantém até hoje grande parte das magníficas dependências conventuais que contribuíram para a sua fama internacional, incluindo o Claustro quinhentista, o antigo Refeitório dos frades e a sala da Livraria.
3 - Centro Histórico de Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Açores
Angra do Heroísmo era um porto de escala obrigatório para quem queria atravessar o Atlântico, e sofreu a influência de muitas culturas que deixaram na cidade um legado artístico inigualável de arquitetura, talha, porcelana, escultura, azulejaria e mobiliário. Embora tenha sido abalada por um terramoto em 1980, a cidade conserva ainda hoje importantes monumentos como as fortalezas de S. Sebastião, de S. Filipe, a Sé Catedral, a Igreja da Misericórdia ou o Palácio dos Capitães-Generais.
4 - Convento de Cristo, Tomar
A sua construção alongou-se por centenas de anos e acabou por refletir artisticamente a história de Portugal. Aqui está presente a arte românica, a simbologia templária, os estilos gótico e manuelino, a arte do renascimento, o maneirismo e por fim, o barroco. No monumento, são pontos de interesse, a Charola românica da igreja, o claustro de D. João III e a famosa janela manuelina da Sala do Capítulo.
5 - Centro Histórico de Évora
Com importância política e social desde a Antiguidade, Évora abriga um dos mais bem conservados vestígios da presença romana em Portugal — o Templo Romano de Évora. Chegou a ser residência dos reis no século XV, e em 1556 a instituição da Universidade veio reforçar ainda mais a sua importância cultural.
6 - Mosteiro de Alcobaça
Fundado no século XII, por ordem de D. Afonso Henriques, foi uma das primeiras fundações monásticas da Ordem de Cister em território português. À sua beleza acresce a importância arquitetónica e cultural, sendo um exemplo da evolução da arquitetura em Portugal. Aqui encontramos características da época medieval, combinadas com edificações posteriores dos séculos XVI a XVIII.
7 - Paisagem cultural de Sintra
É uma das paisagens mais bonitas do nosso país. Foi um dos primeiros locais europeus onde surgiu a arquitetura romântica, especificamente pelas mãos de D. Fernando II, que no século XIX transformou as ruínas de um mosteiro no atual Palácio da Pena, reunindo de forma genial elementos góticos, egípcios, islâmicos e renascentistas. Muitos outros lhe seguiram o exemplo, transformando a verdejante serra de Sintra numa das paisagens mais românticas da Europa.
8 - Centro Histórico do Porto
O centro histórico do Porto encerra muita da história de uma cidade que cresceu e evoluiu mas manteve-se sempre fiel à sua essência e características. A Ribeira, a Sé, a Torre dos Clérigos e o Palácio da Bolsa são alguns exemplos da riqueza patrimonial e cultural do Porto.
9 - Arte rupestre do Vale do Côa
A arte do Vale do Côa foi classificada como Monumento Nacional em 1997 e Património da Humanidade pela UNESCO em 1998. A maior parte das gravuras datam do Paleolítico Superior, ou seja, têm mais de dez mil anos. São considerados o conjunto de arte rupestre paleolítica ao ar livre mais importante da Península Ibérica.
10 - Floresta Laurissilva da Madeira
São quase 15.000 hectares de floresta húmida subtropical que ocupa cerca de 20% do território total da ilha. Deve o seu nome ao tipo de árvores que a compõe, a família das Lauráceas. É a mais extensa e bem preservada Laurissilva das ilhas atlânticas.
11 - Centro Histórico de Guimarães
Origem da nação, o centro histórico da cidade de Guimarães é um excelente exemplo de conservação e preservação do património, encontram-se aqui edifícios que remontam quase à fundação de Portugal.
12 - Alto Douro Vinhateiro
A Região Demarcada do Douro é a mais antiga região vitícola regulamentada do mundo e caracteriza-se por uma paisagem única, de enorme beleza. Criada por necessidade do Homem, de adaptar as suas necessidades agrícolas às encostas íngremes e solos acidentados do vale do Douro, é atualmente, uma das regiões de produção agrícola mais importantes do país.
13 - Cultura da Vinha da Ilha do Pico, Açores
A cultura da vinha da Ilha do Pico é mais um excelente exemplo da capacidade de adaptação do Homem que, num terreno rochoso, de origem vulcânica, aparentemente improdutivo, conseguiu produzir um vinho de excelente qualidade. As vinhas plantadas em pequenos cubículos separados por muros de pedra negra, que se estendem até ao mar, formam uma paisagem inigualável.
14 - Fronteira de Elvas
A sua localização fronteiriça e o constante “assédio” espanhol, obrigaram Elvas a construir aquela que é atualmente a sua característica mais marcante — as suas fortificações. É o maior, e melhor conservado, sistema de muralhas e fossos secos do mundo. No seu interior existe um bonito centro histórico, com edifícios militares, mosteiros e igrejas que vale a pena conhecer.
15 - Universidade de Coimbra
Fundada em 1290, por iniciativa do rei D. Dinis, é uma das universidades mais antigas da Europa e foi, durante muitos séculos, a única universidade portuguesa. O valor patrimonial e cultural e científico é inestimável. Quem a visita não deve deixar de ver a catedral de Santa Cruz, o Palácio Real de Alcáçova e a biblioteca Joanina.
16 - Santuário do Bom Jesus do Monte, Braga
É um conjunto arquitetónico e paisagístico reconstruido e ampliado ao longo de mais de 600 anos, sendo definido, essencialmente, por um longo e complexo percurso de via sacra, que se estende pela encosta do Monte Espinho e conduz o peregrino por entre capelas que abrigam fontes e conjuntos de esculturas evocativas da paixão de cristo.
17 - Real Edifício de Mafra
O Real Edifício de Mafra é formado pelo Palácio que cerca a Basílica, pelos Paços do Rei e da Rainha, por um Convento, um Jardim e uma Tapada. É uma das mais magnificentes obras de D. João V, que dispôs de condições privilegiadas, tanto culturais, como económicas para rivalizar com as restantes monarquias europeias. Dignas de destaque são, entre muitas outras coisas, a Basílica, que tem seis órgão “dialogantes” e é decorada com estátuas dos melhores artistas romanos da época; as duas torres na fachada, que albergam dois carrilhões mandados construir na Flandres e que constituem hoje um património sineiro único no mundo e a Biblioteca que é constituída por obras de grande interesse científico.