A escarpiada, um ex-líbris da gastronomia de Condeixa, é um doce feito à base de massa de pão, com açúcar amarelo, canela e azeite. A sua textura única, entre o crocante da crosta dourada e as várias camadas de recheio, fazem lembrar as paisagens escarpadas (como sugere o nome do doce) da Serra de Sicó.
Segundo a lenda, as escarpiadas foram criadas numa altura de crise com aquilo que os padeiros tinham à mão, mas a verdade é que pouco se sabe acerca da sua origem, a não ser que a receita tradicional tem passado oralmente de geração para geração.
Comer estas delicias em Condeixa é do melhor que há, mas partilho aqui a receita, para quem quiser experimentar em casa 😊
INGREDIENTES
MASSA 1 kg de farinha 25 g de açúcar 25 g de manteiga 70 g de fermento de padeiro 1 pitada de sal água q.b.
RECHEIO açúcar amarelo (a gosto) canela (a gosto) azeite (a gosto)
PREPARAÇÃO
Num recipiente, coloque todos os ingredientes da massa e misture. Adicione água aos poucos até que a massa forme uma bola. Cobra com um pano e deixar levedar por umas horas - a massa aumenta para quase o dobro do tamanho.
Entretanto, misture o açúcar amarelo com a canela.
Divida a massa em pequenas bolas e depois abra cada uma, no formato de um pequeno quadrado (não é necessário usar rolo de cozinha, pode abrir a massa apenas com as mãos).
Espalhe em cima da bancada a mistura do açúcar com a canela e pressione cada quadrado de massa em cima dessa mistura. Polvilhe o interior com mais um pouco da mesma mistura e depois adicione um fio de azeite. Feche a massa, dobrando as laterais, e depois enrole-a novamente, mas no sentido contrário.
Coloque as escarpiadas já enroladas num tabuleiro e pré-aqueça o forno a 220ºC
Misture um pouco de água com uma pitada de açúcar e despeje essa mistura por cima das escarpiadas antes de as levar ao forno. É este procedimento que depois dá origem à calda que envolve os doces (se gostar de mais calda, ponha mais água com açucar).
Deixe cozer durante cerca de 15 minutos.
Retire do forno e envolva as escarpiadas na calda doce que fica no tabuleiro, antes de as servir.
Pode não ser tão grande como Pompeia ou estar tão bem preservada como Herculano, mas a antiga cidade de Conímbriga, é uma das mais interessantes ruínas romanas que podemos encontrar no mundo. Acreditem em mim, que já visitei muitas!
Conímbriga, como povoação, data de antes da chegada dos romanos a Portugal. Originalmente foi ocupada pelos celtas que deixaram poucos vestígios. A exceção é a palavra “briga”, que significa “área defendida” em celta.
As ruínas da cidade que atualmente podemos visitar, foram obra dos romanos que chegaram a esta região no século II a.C, durante o reinado do imperador Augusto. Bem posicionada na principal rota comercial entre Lisboa (Olisipo) e Braga (Bracara Augusta) a cidade floresceu e transformou-se numa próspera metrópole. Estima-se que no seu apogeu, durante o século I d.C, a população de Conímbriga chegou aos 10 mil habitantes.
A sua evolução é clara. À medida que a cidade se desenvolvia, maior era o número de edifícios públicos importantes. É por isso que hoje podemos encontrar vestigios de um Fórum, de Banhos Termais, de um Templo, de um Aqueduto… Todos, agora em ruínas, mas ainda capazes de nos fazer imaginar como seriam quando serviam a cidade em toda a sua grandeza.
Restam apenas três pilares e meio do Fórum de Conímbriga, mas é o suficiente para termos uma ideia de como ele pode ter sido impressionante.
Nos caminhos que saem da praça principal, podemos ver os restos das casas pré-romanas. Apesar de séculos de exposição, os mosaicos dos pisos desprotegidos destas casas, como a Casa das Suásticas e a Casa dos Esqueletos, mantêm a sua forma e cores vivas.
No entanto, a mim o que mais me impressionou foram as ruínas da Casa das Fontes e da Casa de Cantaber. Estas duas villas romanas guardam um passado de luxo. A primeira apresenta mosaicos muito bem preservados (os mais bonitos de Conímbriga) com desenhos que representam cenas de caça e das quatro estações do ano. No centro abriga um pequeno jardim central decorado com fontes. As ruínas da Casa de Cantaber mostram igualmente que esta foi uma villa opulenta e luxuosa. Centrada em torno de um jardim ornamental, com um pátio de colunatas, é considerada uma das maiores casas dos postos avançados ocidentais do Império Romano.
No recinto existem ainda vários banhos em ruínas (o maior foi parcialmente reconstruido para que possamos apreciar a sua escala) e próximo da porta principal da cidade, não muito longe do antigo aqueduto, há agora um anfiteatro com fileiras de bancos de madeira.
A estrada romana que leva ao muro de defesa inacabado também conta um capitulo importante da história de Conímbriga.
Nesta zona da cidade existiram casas que no século V d.C foram demolidas e utilizadas para a construção de um muro de proteção contra a invasão dos exércitos da Suábia. Essa medida drástica foi, no entanto, em vão porque simplesmente não havia tempo ou materiais suficientes para completar a parede e isso deixou a cidade vulnerável ao ataque. Os romanos foram derrotados e tiveram de fugir, abandonando Conímbriga para sempre.
Vale a pena conhecer o Museu Monográfico de Conimbriga, que fica no local e tem modelos e ilustrações que ajudam o visitante a ter uma ideia mais clara de como seria a cidade no seu apogeu. Além disso, há uma exposição com peças recuperadas durante as escavações arqueológicas, como moedas, joias, mosaicos e esculturas.
Depois de Conímbriga, recomendo visitar também o Museu Portugal Romano em Sicó, em Condeixa-a-Nova.
O PO.RO.S é um museu onde a história e tecnologia se unem para nos levar numa viagem fantástica ao tempo dos romanos. A exposição combina achados arqueológicos com ecrãs de interface tátil, soluções interativas gestuais, componentes 3D e outras soluções multimédia. Da visão ao olfato, é uma visita feita para despertar os sentidos. Ouve-se, toca-se e experimenta-se. É assim um pouco por todo o museu que nos conta de uma forma interessante e divertida a história da romanização.
No inverno passado, eu diverti-me imenso aqui! Recomendo muito uma visita ao PO.RO.S (e a Conímbriga) a famílias com crianças.
Esta tarte de sabores quentes, que hoje partilho convosco, é uma receita muito popular nas mesas norte americanas durante os meses de outono.
É "confort food" no seu melhor!
INGREDIENTES
450 g de carne picada
1 batata doce grande, cortada em pedaços pequenos
1 colher (de chá) de sal
1 cebola grande picada
1 jalapeño grande picado
2 dentes de alho picados
¼ chávena de água
½ colher (de chá) de mostarda em pó
½ colher (de chá) de cominho em pó
1 colher (de chá) de piri-piri em pó (opcional)
½ colher (de chá) de orégãos
¼ colher (de chá) de páprica
½ colher (de chá) de pimenta preta moída na hora
1 chávena de queijo ralado
1 embalagem de massa quebrada
PREPARAÇÃO
Pré-aqueça o forno a 230º C. Coloque a batata-doce picada numa panela pequena, cubra com água e adicione 1 colher (de chá) de sal. Deixe ferver, reduza o fogo, cubra com uma tampa e cozinhe até que as batatas estejam macias, cerca de 5 minutos. Escorra a água e reserve.
Aqueça uma frigideira anti-aderente grande em fogo médio até ficar bem quente. Adicione a carne picada e cozinhe por 8 a 10 minutos, mexendo ocasionalmente. Adicione a cebola e o jalapeño e deixe por mais um pouco no fogo antes de adicionar o alho. Quando a carne estiver bem cozida, escorra o excesso de molho numa peneira e depois volte a colocar a carne na frigideira.
Adicione água e os temperos. Mexa bem e cozinhe por mais 3 a 5 minutos. Retire do fogo, junte a batata doce e o queijo ralado.
Forre uma forma com uma folha de massa quebrada e adicione no centro a mistura de carne e batata doce. Cubra com uma segunda folha de massa e use um garfo para frisar a borda.
Asse por 45 minutos a 1 hora ou até estar dourado. Retire do forno e deixe descansar 10 minutos antes de servir.
Gosto muito desta época do ano, sempre gostei. Gosto das suas cores vermelhas, castanhas e amarelas, dos seus tons dourados… da nostalgia que me inspira. Foi durante esta estação que, em viagem, encontrei vários cenários maravilhosos. Um dos mais incríveis foi o Lago Caddo, nos Estados Unidos.
O Lago Caddo é o maior lago natural do Texas. Ladeado por uma ampla floresta, fica localizado na fronteira nordeste do Texas com a Louisiana (a cerca de 2h30 de Dallas) e grande parte da sua área é composta por cursos de água e pântanos de onde se erguem bonitos ciprestes americanos, cobertos de musgo.
O cenário, sereno e surreal, tira-nos o fôlego, principalmente de madrugada quando uma neblina forte cobre toda a região… Depois, quando o nevoeiro se dissipa e os raios de sol iluminam o local, podemos ver com mais clareza as árvores enormes a erguem-se diretamente da água. No outono, contra o céu azul, os seus ramos carregados de folhas coloridas, parecem renda delicada bordada no firmamento. Em baixo há jardins flutuantes de nenúfares e ao longo das margens, raízes curvas e pedaços de madeira emergem como esculturas naturais. É maravilhoso!
Alugar uma canoa ou fazer um passeio de barco com um dos guias locais é a melhor maneira de conhecer a região. Aprendemos, por exemplo, que o nome “Caddo” tem origem em “Caddoans”, uma tribo indígena que habitou a área até a sua expulsão no inicio do século XIX. O lago chegou a ser usado por barcos a vapor que navegavam de New Orleans a Jefferson, mas a queda acentuada do nível da água e a consequente perda de profundidade, pôs fim a esta atividade.
O lago hoje é um labirinto de canais que cortam caminho por entre os grandes ciprestes americanos. As copas das árvores, entrelaçadas no topo, criam um telhado frondoso que encanta quem viaja de barco. Passar por ali é como atravessar alamedas arborizadas, mas dentro de água.
Pelo caminho, podemos observar toda a fauna e flora local.
Caddo abriga mais de 200 variedades de pássaros, 90 espécies diferentes de peixes e répteis e 47 tipos diferentes de mamíferos. Esta região é também fértil em lendas. A mais famosa é a que diz que o “Sasquatch” ou “Pé Grande” habita as margens do lago. Outra história muito difundida é que alguns mexilhões de água doce do Caddo tem pérolas no seu interior, mas que não se consegue chegar até elas porque a construção de uma represa, há anos atrás, cobriu os leitos e tornou os mexilhões inacessíveis. Se isto é mesmo verdade ninguém sabe, mas eu duvido muito 😉.
Caddo é um Parque Estadual por isso tem lugares para acampar, abrigos ou cabanas que podem ser alugadas e vários quilómetros de trilhas de caminhada. Os desportos aquáticos também são populares. Há muitas atividades aqui para manter os visitantes ocupados, mas só o cenário proporcionado pela natureza deslumbrante, já vale a viagem!
O verão está mesmo a acabar e com a chegada do frio e dos primeiros dias de chuva, chega também aquela vontade de sentar no sofá com uma bebida quentinha e doce que aconchega a alma e aquece o coração.
Já experimentaram fazer um cappuccino com mel e canela?
INGREDIENTES:
2 doses de café forte ou expresso 1/2 chávena de espuma de leite 1 colher e meia (de sopa) de mel 1 colher (de café) de canela
2 colheres (de sopa) de licor de chocolate (opcional)
PREPARAÇÃO:
Numa caneca alta, coloque a colher e meia de mel e o licor de chocolate e despeje o café por cima, acrescente a canela e mexa até incorporar. Cubra com a espuma de leite e sirva.
A Bairrada é considerada a principal região de Portugal na produção de vinhos espumantes e numa visita recente a esta região descobri uma receita maravilhosa de mousse que usa o espumante como ingrediente.
Partilho aqui para quem quiser experimentar 😊
INGREDIENTES
4 gemas 3/4 chávena de açúcar refinado 3/4 chávena de espumante branco doce + 3 colheres (de sopa) de espumante para hidratar a gelatina 1 colher (de chá) de gelatina em pó sem sabor 300 ml de natas
PREPARAÇÃO
Numa tigela misture bem as gemas e 1/4 de chávena de açúcar. Adicione 3/4 de chávena de espumante à mistura e bata até a mistura ficar homogénea. Cozinhe a mistura em fogo baixo/médio, mexendo com frequência. Vai fazer bastante espuma, mas é normal. Tenha cuidado para a temperatura não subir muito. Não deixe ferver. Mantenha no fogo até engrossar, ganhar volume e a espuma diminuir. Depois retire do fogo, bata com a ajuda de um batedor de varas por cerca de 2 minutos e reserve. Numa tigela pequena, hidrate a gelatina com 3 colheres de sopa de espumante e reserve. Bata as natas com a meia chávena de açúcar restante, até que fique firme (em ponto de chantilly).
Junte a mistura das gemas com açúcar, a gelatina hidratada e o chantilly e misture lentamente até obter um creme uniforme. Despeje em taças de sobremesa e leve ao frigorífico, pelo menos por 4 horas, antes de servir.
Nestes meus recentes passeios por Portugal, tenho descoberto alojamentos fantásticos nos lugares mais insuspeitos. Um bom exemplo disso é a Casa de Mogofores.
Construída no século XIX, este alojamento local é uma bela casa senhorial, localizada a poucos quilómetros da Curia, da Mealhada e do centro de Anadia. A poucos passos da porta fica ainda a estação de comboios de Mogofores que nos permite chegar a Coimbra, por exemplo, em pouco mais de meia hora.
O edifício principal tem quartos neoclássicos restaurados e mobiliário tradicional. Algumas das camas são de dossel — perfeitas para os casais mais românticos 😉.
Eu fiquei hospedada num dos apartamentos independentes que existem dentro do extenso terreno da casa. O apartamento duplex tinha uma boa sala, duas casas de banho, uma pequena cozinha e uma quarto adorável com uma janela em arco que parecia ter saído de um conto infantil. O único detalhe que posso apontar é que a casa de banho do piso superior podia beneficiar de uma remodelação, principalmente a banheira, que se notava ser bastante antiga.
A piscina interior era maravilhosa! Com amplas janelas e vistas sobre o jardim, as suas águas frias são absolutamente perfeitas para relaxar num dia quente de verão. Informaram-me que no inverno a piscina é aquecida, por isso este é um espaço que os hóspedes podem usufruir durante todo o ano. A instalação inclui também um banho turco, que não cheguei a usar.
Perto da piscina e a passear pelos terrenos da propriedade, estava sempre uma gatinha muito meiguinha e simpática que animava ainda mais o ambiente.
O pequeno almoço, servido numa das salas do edifício principal, foi outro dos pontos altos da estadia. Uma mesa farta, com queijo, requeijão, enchidos, doces, croissants, bolos caseiros, iogurte, frutas frescas, sumo natural… tudo com bom aspeto e tudo muito saboroso. A simpatia da anfitriã também merece ser mencionada.
Encantou-me saber que a história da Casa de Mogoferes confunde-se com a história do Portugal do séc. XIX. Foi durante este período conturbado, em que a instabilidade política fez emergir das revoltas liberais uma nova elite que, no ano de 1876, Albano Coutinho (filho) decidiu fixar residência em Mogofores e foi nesta casa e nesta terra que combateu pelos ideais republicanos e regionalistas, as forças monárquicas do concelho e do distrito “que não acompanhavam o justo movimento do seu tempo”. Albano Coutinho foi o primeiro Governador Civil de Aveiro após o 5 de Outubro e participou na formação do Centro Democrático e no Diretório do Partido Republicano Português. Proprietário rural de largas posses, interessou-se pelo desenvolvimento agrícola da Bairrada, estudando e fazendo estudar os cultivo e as culturas, as doenças e os tratamentos, os fatores de inibição e progresso da lavoura da zona.
A adega de sua casa foi um verdadeiro centro experimental de técnicas e métodos de vinificação, verdadeiro laboratório enológico. A ele se deve ainda o desenvolvimento do ensino agrário da Bairrada.
A cerca de 1,5km da Casa de Mogofores, na Quinta de S. Mateus, fica a adega da família Campolargo, que os hospedes poderão visitar (desde que informem essa intenção com a devida antecedência) e provar os vinhos e espumantes, feitos exclusivamente a partir de uvas próprias e ali produzidos por processo natural e tradicional.
Fiquei apaixonada por este lugar e recomendo muito a quem procura um lugar tranquilo para passar um fim de semana relaxado.
Neste verão, regressei ao nostálgico ambiente do inicio do século XX e aos seus loucos anos 20 com um passeio pela Curia.
Fotos: Travellight e H. Borges
Localizada em pleno coração da Bairrada vitivinícola, a Curia continua a ser um lugar muito bonito onde a natureza é rainha e as águas com propriedades curativas — descobertas há muito pelos Romanos — o maior destaque.
Mesmo ao pé do Hotel das Termas da Curia e do seu magnifico parque, fica o histórico Curia Palace, uma joia arquitetónica em estilo Art Nouveau, autêntico cenário de cinema e exemplar admirável da hotelaria nacional. O projeto de construção datado de 1926, é do arquiteto Norte Júnior, autor de várias obras emblemáticas, entre as quais se destaca o café a "A Brasileira" do Chiado.
A fachada do Palace chama logo a atenção do visitante. É belíssima e tem detalhes extraordinários.
Entrar neste edifício faz a minha imaginação voar… Sinto-me a embarcar numa viagem até à dourada década de 1920. O enorme átrio com o chão de mármore ainda impressiona, assim como as portas trabalhadas, os vitrais, as madeiras exóticas, o ferro forjado, o antigo elevador, o relógio de parede Paul Garnier (encomendado em Paris de propósito para o hotel), os candeeiros em vidro de Murano e a escadaria que conduz aos andares superiores.
Penso em quantas pessoas terão passado por ali, quantos namoros aquelas paredes terão visto nascer e quantos casamentos ali se terão realizado. Imagino as grandes bandas a tocar e o salão de baile cheio de gente a dançar. … O que querem que vos diga? Sou uma romântica incurável 😌
Nas primeiras décadas de funcionamento, o hotel oferecia serviços que permitiam longas estadias, como estação de correios e telégrafo, consultório médico, bazar, cabeleireiro e barbearia, salão de jogos e salão de festas. Quando a ocupações estava no máximo, este espaço devia ser bastante animado!
Agora, por contraste, e em virtude da pandemia (penso eu), parecia deserto. Para o almoço, no enorme restaurante "Belle Époque", por exemplo, para além da minha, só mais uma mesa estava ocupada. O SPA, que foi integrado na remodelação de 2008, também estava encerrado, o que foi uma pena pois estava com esperança de usufruir das massagens e da sua maravilhosa piscina de jatos interior, do jacuzzi e de outros equipamentos como o banho japonês, a sauna ou o banho turco.
Um passeio pelos jardins encheu-me de sentimentos contraditórios. Se a parte da frente está muito bem conservada e emoldura o hotel como um cartão postal, outras áreas como a Garagem do Palace, estão degradadas e inspiram mais histórias de terror do que românticas. É uma pena ver património importante a perder-se assim…
A capela dedicada a Nossa Senhora do Livramento, apesar de fechada, pareceu-me estar em boas condições. Já a piscina olímpica exterior e os campos de ténis que no passado foram palco de tantas competições desportivas, mereciam maior atenção e cuidado.
Em todo o caso foi muito bom voltar à Curia, passear pela Avenida dos Plátanos, rever os bonitos jardins e aproveitar a proximidade com a Mealhada para comer o famoso leitão assado e conhecer melhor a região vitivinícola da Bairrada com uma visita às caves Aliança 🥂
Um clássico da cozinha Portuguesa, a receita do choco frito nasceu em Setúbal. Foi criada, segundo dizem, por um pescador chamado Manuel Coutinho que um dia decidiu deixar a vida dura do mar e montar uma taberna. Todas as manhãs o Manuel ia até à orla do rio Sado e comprava aos pescadores choco fresco que ali mesmo limpava e cortava em tiras. Na taberna lavava-os de novo e depois de os temperar, fritava-os e servia-os como petisco com o vinho. Pouco a pouco a taberna foi ganhando fama e este delicioso petisco transformou-se numa das receitas típicas da gastronomia setubalense.
Ingredientes
600 g de choco 2 ovos 100 g de farinha de trigo sem fermento Meia cerveja Óleo para fritar Sal Limão
Preparação
Depois de limpar o choco, corte-o em tiras ligeiramente grossas e deixe em salmoura durante uns minutos. Entretanto prepare o polme com a farinha, os ovos e a cerveja. Seque as tiras de choco e passe-as pelo polme.
Frite as tiras em óleo bem quente durante cerca de 8 minutos, dependendo da espessura do choco.
Retire da frigideira e sirva com limão, acompanhado de batatas fritas ou salada.
Receita retirada com pequenas adaptações do site iberismos.com
Durante anos, os Castelos de Palmela, Sesimbra e Setúbal foram pontos geográficos estratégicos fundamentais para a defesa e progresso de Portugal. Estes majestosos complexos de fortificação guardam muita história e são lugares que todos devíamos conhecer.
Fotos: Travellight e H. Borges
O Parque Nacional da Serra da Arrábida, não se resume apenas a praias paradisíacas e a paisagens de cortar a respiração... apesar destes elementos, por si só, justificarem uma visita.
Eu estava bem ciente disto, por isso, numa estadia em Sesimbra, mais longa do que o costume, e depois de uns dias a aproveitar a natureza deslumbrante da Serra, resolvi fazer o roteiro dos 3 castelos: Palmela, Setúbal e Sesimbra. Há muitos anos que não os visitava e estava com curiosidade de ver o seu atual estado de conservação.
Posso dizer que não fiquei nada desapontada 😊.
Comecei pelo Castelo de Sesimbra. De carro, estava muito próximo do hotel onde fiquei hospedada, o Four Points by Sheraton, por isso era a escolha lógica.
Dominando a vila de Sesimbra, o Castelo está rodeado pelas montanhas do maciço da Arrábida e oferece vistas magníficas sobre toda a região. O local já tinha sido povoado antes, mas foi durante o domínio muçulmano que se construiu aqui uma fortificação. Durante o avanço cristão a sul do Rio Tejo, a localidade de Sesimbra foi tomada por D. Afonso Henriques (logo a seguir a Palmela) mas em 1190 não resistiu à reinvestida dos exércitos do Califado Almóada e caiu novamente nas mãos dos muçulmanos. A conquista definitiva aconteceu em 1200 com o rei D. Sancho I, que então mandou reerguer o Castelo e concedeu foral à povoação.
Ao longo dos séculos, sobretudo depois do terramoto de 1755, a ruína foi-se instalando no castelo e apenas nas décadas de 30 e 40 do século passado é que o Estado tomou a iniciativa de o restaurar, dando-lhe a sua aparência atual.
Uma simples observação permite verificar que o edifício conserva ainda hoje os dois elementos fundamentais da fortificação medieval: a muralha e a alcáçova (cidadela).
A entrada no castelo fazia-se pela Porta do Sol, assim designada por estar virada a nascente. Esta porta, ladeada por duas torres, era servida por uma estrada de acesso à vila que ainda hoje mantém vestígios da calçada. A muralha forma um polígono irregular que se aproxima de um triângulo e está bem adaptada à topografia do terreno.
No interior da muralha, destacam-se também, duas cisternas (a nascente e a poente); as ruínas das casas dos vereadores, que ainda funcionavam nos inícios do séc. XVI, e a igreja de Santa Maria do Castelo que remonta a 1160.
De Sesimbra segui para Setúbal. Já era hora do almoço, por isso parei para comer a especialidade local — choco frito! 😋 Feliz com o petisco, segui para o Castelo que também é conhecido como Forte de São Filipe.
Este monumento, que segundo dizem, é inspirado no Castelo de São Telmo, em Nápoles, Itália, foi construído durante a ocupação espanhola, no reinado de Filipe I, como forma de reforçar a defesa de Setúbal contra a pirataria, que era uma grande preocupação na época. Em 1640, com a restauração da independência, D. João IV renovou a sua importância mandando ampliar as defesas e adaptar o Forte ao uso de artilharia.
Já durante o século XX, o castelo foi classificado como Monumento Nacional, restaurado e a antiga Casa do Governador adaptada para funcionar como pousada.
No interior do forte, existe ainda uma capela lindíssima, totalmente revestida de azulejos da autoria de Policarpo de Oliveira Bernardes, e um café com esplanada e fantástica vista para o mar.
Depois de admirar as vistas incríveis do Castelo de Setúbal, continuei a viagem até Palmela, a última paragem deste roteiro.
O Castelo de Palmela situa-se 240 metros acima do nível do mar e acabou de ser distinguido com o prémio Travellers Choice 2020 pelo site TripAvisor.
O monumento apresenta uma planta poligonal de forma irregular, com vários torreões quadrados e circulares e nos dias mais limpos, da sua torre de menagem, é possível avistar até Lisboa.
O Castelo de Palmela foi conquistado aos mouros por D. Afonso Henriques em 1147, mas, tal como aconteceu em Sesimbra, foi perdido e só recuperado mais tarde e em definitivo por D. Sancho I. A posição geográfica do castelo revestia-se da maior importância porque permitia um domínio estratégico de parte do estuário do Sado, de uma vertente da cordilheira da Arrábida e das planícies envolventes que a separam do Tejo. Foi sede da Ordem de Santiago até à sua extinção e está classificado como Monumento Nacional desde 1910.
Dentro das muralhas do Castelo podemos encontrar atualmente, a Pousada Histórica de Palmela (instalada no antigo convento da Ordem de Santiago); as ruínas da Igreja de Sta. Maria; a Igreja de Santiago; lojas de artesanato e um agradável café com esplanada.
O Museu Municipal de Palmela apresenta também diversos espaços dentro do Castelo que podemos visitar, como é o caso do Espaço Arqueológico, o Espaço de Transmissões Militares e a Reserva de escultura de São Tiago (esta com visita sujeita a marcação prévia).
Sigam a minha conta de Instagram e vejam nos destaques as pequenas stories que partilhei na Serra da Arrábida e nos 3 Castelos.
O famoso Travesseiro de Sintra é um doce feito à base de massa folhada, com creme de ovo e amêndoa e com a forma, tal como o próprio nome indica, de um travesseiro.
Este doce é um dos ex-líbris da Vila de Sintra e faz a fama da “Piriquita”, uma antiga padaria de Sintra fundada em 1862. Na altura trabalhavam lá Amaro dos Santos, padeiro de profissão e a sua mulher, Constância Gomes. O nome Piriquita surgiu da alcunha que o rei D. Carlos I deu a Constância Gomes, por esta ser uma mulher de baixa estatura. Foi próprio Rei D. Carlos I que encorajou o casal a confecionar queijadas, um doce que consumia regularmente durante os seus verões em Sintra. O sucesso foi enorme e depressa a padaria se transformou em pastelaria.
Anos depois, na década de 40 do século passado, enquanto grande parte do Mundo estava em guerra, em Sintra nasceu um novo tesouro. Constância Luísa Cunha, filha da fundadora, sentiu a necessidade de inovar, e, ao ler um livro de receitas antigas, encontrou a receita do Travesseiro, que hoje faz tanto sucesso entre os visitantes da Vila.
A receita original esconde um ingrediente secreto que a família que gere a Piriquita até hoje, nunca revelou a ninguém, mas para quiser arriscar e tentar fazer em casa, partilho aqui a receita (possível) dos Travesseiros.
Ingredientes 500 gramas de massa folhada caseira 1 chávena de creme de ovo com amêndoa
Preparação Comece por estender a massa folhada até atingir a espessura de 4mm. Vá polvilhando ligeiramente com farinha, sempre que necessário, para não pegar nem no rolo nem na mesa. A seguir, com uma faca, corte retângulos de massa com cerca de 12x 12 cm. No centro coloque 1 colher de sobremesa de creme de ovo, espalhando-o, mas sem chegar às bordas da massa.
Enrole cada pastel, com delicadeza e espalme-o ligeiramente de modo a que o fecho da massa fique virado para um dos lados – mas nunca para baixo.
Os travesseiros devem ser colocados num tabuleiro, espaçados uns dos outros e levados ao forno, bem quente, por cerca de 15 minutos.
Assim que estiverem com um aspeto dourado, retire os travesseiros do forno, polvilhe-os com açúcar e sirva-os quentes.
Palácios de sonho, jardins encantados, um castelo imponente a belas praias, Sintra tem muito para ver e descobrir por isso, se está a pensar vir até aqui, o melhor é organizar-se para não perder nada. Este itinerário de 5 dias pode facilitar-lhe a vida!
DIA 1 Comece o dia bem cedo, visitando algumas das principais atrações da vila. Explore primeiro o Palácio da Pena, depois o Castelo dos Mouros e de seguida desça em direção ao centro histórico para conhecer o Palácio Nacional da Vila e provar os doces típicos da região.
O Palácio Nacional da Pena, eleito uma das sete maravilhas de Portugal em 2007, representa uma das melhores expressões do Romantismo arquitetónico do século XIX, não só em Portugal, como no mundo. Foi o primeiro palácio romântico da Europa, construído cerca de 30 anos antes do Schloss Neuschwanstein, o famoso palácio da Baviera que serviu de modelo ao palácio da Bela Adormecida. Quem sabe se Walt Disney tivesse visitado Sintra, a sua inspiração não teria sido outra!
O Palácio de cores vivas, elementos mouriscos e manuelinos e o Parque da Pena, foram idealizados e concretizados como um todo. Compõe um conjunto mágico que facilmente apaixona quem percorre os jardins e fontes e vê esculturas, como a do guerreiro que se avista do Palácio e sente a fragrância de camélias e rosas de cepas invulgares e muito raras. Os lagos próximos da saída que dá para o Castelo dos Mouros são igualmente agradáveis e românticos, ideais para descansar um pouco antes de iniciar a subida até ao próximo monumento nacional.
O Castelo dos Mouros remonta ao século VIII e, como o nome indica, corresponde aos primórdios da ocupação mourisca da Península Ibérica. Instalado num dos cumes sobranceiros da serra de Sintra é um ponto privilegiado para admirar a vista que se estende até ao mar.
A fortificação construída após a conquista muçulmana inclui duas cinturas de muralhas que contornam de forma irregular os blocos graníticos da serra, passando por enormes penedos e íngremes penhascos. A sua configuração atual resulta de intervenções efetuadas ao longo de séculos, iniciadas por D. Afonso Henriques após a tomada de Lisboa e Santarém; passando pelo reinado de D. Fernando I; pelo terramoto de 1755 e pelas obras de restauro de D. Fernando II no século XIX (ao gosto romântico da época), até à implementação do projeto de requalificação global “À Conquista do Castelo”, conduzido pelos Parques de Sintra-Monte da Lua.
Depois da visita ao Castelo, regresse ao centro da vila. Aproveite para almoçar e de seguida pare na pastelaria Piriquita para provar os famosos travesseiros e queijadas de Sintra.
Durante a tarde, visite o Palácio Nacional de Sintra, um edifício extraordinário, com características medievais, góticas, manuelinas, renascentistas e românticas que foi utilizado pela Família Real Portuguesa praticamente até ao final da Monarquia, em 1910.
É considerado um exemplo de arquitetura orgânica, onde um conjunto de elementos, aparentemente individuais, fazem parte de um todo articulado entre si, através de pátios, escadas, corredores e galerias. Possui o maior conjunto de azulejos mudéjares do país e é dominado por duas grandes chaminés geminadas que coroam a cozinha e constituem o "ex-libris" de Sintra.
Termine o dia com um passeio pela Volta do Duche, um percurso que vai do centro histórico de Sintra até ao edifício da Câmara Municipal, muito perto da Estação de Comboios. A Volta está cheia de pontos de interesse como a Fábrica das Verdadeiras Queijadas de Sapa, a entrada para o Museu Anjos Teixeira, O Parque da Liberdade, a Fonte Mourisca, exposições temporárias de escultura e por vezes, feiras de artesanato.
DIA 2 No segundo dia visite a Quinta da Regaleira, o Palácio de Monserrate e o Chalet da Condessa d´Edla
A Quinta da Regaleira está situada na encosta da serra e fica a poucos metros de distância do centro histórico de Sintra. Carvalho Monteiro, o seu antigo proprietário, transformou, com a ajuda do arquiteto italiano Luigi Manini, uma simples quinta de veraneio, num autêntico palácio rodeado de jardins românticos e luxuriantes, bonitas grutas, esculturas, lagos, e construções estranhas como poços iniciatícos que evocam a maçonaria, os templários e a alquimia.
A Quinta da Regaleira é um lugar extremamente cénico, exótico, cheio de magia e espiritualidade.
Passe a manhã a descobrir os segredos deste lugar antes de se dirigir para o Palácio de Seteais. Admire o belo arco e se puder reserve mesa no restaurante do hotel para almoçar com vista para os belos jardins.
Reserve a tarde para visitar Monserrate e o Chalet da Condessa d´ Edla.
O Palácio de Monserrate insere-se no Parque com o mesmo nome e foi construído em 1858 por ordem de Sir Francis Cook, visconde de Monserrate, com base num projeto assinado pelos arquitetos Thomas James Knowles (pai e filho). Foi edificado sobre as ruínas de uma mansão neo-gótica pertencente a um comerciante inglês de nome Gerard de Visme, que a alugou em 1793 a William Beckford — o primeiro a criar um jardim paisagístico no local.
Atualmente os jardins albergam mais de 3.000 espécies exóticas de plantas que se adaptaram muito bem às particularidades micro-climáticas da Serra de Sintra.
O palácio, foi a residência de verão da família Cook, e é um exemplar perfeito do Romantismo português, teve hospedes distintos como Lord Byron, poeta anglo-escocês e figura importante do movimento Romântico, que inspirado pelas jardins, cascatas e lagos de Monserrate, cantou a sua beleza, no poema "Childe Harold's Pilgrimage".
De Monserrate siga para o Chalet da Condessa D’Edla.
Localizado de forma estratégica a poente do Palácio da Pena, este edifício, que se assemelha a um chalet alpino, foi criado na segunda metade do século XIX, por D. Fernando II e pela sua segunda mulher, Elise Hensler, Condessa d’Edla, como um refugio romântico para o casal.
Da decoração destacam-se as pinturas murais, os azulejos e o uso exaustivo da cortiça como elemento ornamental. No exterior, o jardim que envolve o Chalet apresenta espécies botânicas provenientes dos quatro cantos do mundo e espaços como a Feteira da Condessa, o Jardim da Joina, o Caramanchão e lagos que encantam os visitantes.
DIA 3 Guarde o 3 dia para começar a conhecer a orla marítima e as belas praias de Sintra. Há opções para todos os gostos: pequenas praias abrigadas ou grandes faixas de areia, praias para surfistas, entusiastas da pesca ou banhistas à procura do bronze perfeito. Existem também praias ocultas, com vistas incríveis e difícil acesso, mas perfeitas para quem gosta de aventura
Comece ao amanhecer, pela Praia de São Julião, passe pela Praia da Vigia e faça a primeira paragem na Praia da Samarra, uma das praias preferidas dos amantes da natureza. Para lá chegar, tem de descer por um caminho íngreme, mas no fim vale a pena.
Se gostar da Praia da Samarra, com toda a certeza vai gostar também da Praia do Giribeto, uma encantadora prainha no fundo das falésias, usada principalmente por pescadores.
Almoce à beira da Praia do Magoito, uma das mais populares de Sintra. É uma praia grande, rica em iodo e com excelentes vistas. Muito perto, fica a Praia da Aguda. Para chegar à areia, é necessário descer por uma escada, o que pode se tornar um pouco difícil. É uma praia habitualmente frequentada por nudistas.
Seguindo pela costa vai encontrar as Azenhas do Mar. Pare no miradouro e aprecie o cenário de cartão postal antes de voltar à estrada e chegar à Praia das Maçãs. Se tiver tempo, faça o passeio, ida e volta, no tradicional elétrico que desde 1904, liga a vila de Sintra à Praia das Maçãs.
A próxima paragem pode ser nas famosas Praia Pequena e Praia Grande do Rodízio. Se estiver com sede, passe no Bar do Fundo para se refrescar.
Continue até à bonita Praia da Adraga e aproveite o excelente restaurante que ali se encontra para jantar e ver o por do sol.
DIA 4 Continue a explorar a costa atlântica e os mais belos tesouros naturais de Sintra. Conheça a Praia da Ursa e o Cabo da Roca. Termine o seu passeio no Palácio de Queluz
Faça a primeira paragem do dia no Miradouro da Praia do Carneiro e depois siga até à Praia da Ursa, uma praia de beleza extraordinária. O difícil acesso é um obstáculo para qualquer visitante, no entanto, é também a razão pela qual este lugar continua a estar tão bem preservado e a manter as suas características selvagens. Tenha em atenção que a caminhada da zona de estacionamento até à praia, ao longo das falésias, leva cerca de 1 hora, mas definitivamente vale o esforço quando chegamos lá. O nome da praia tem origem na Rocha da Ursa, uma enorme formação rochosa que, vista do norte e contra o azul do mar, parece um urso com um filhote ao colo.
Relaxe o resto da manhã nesta praia de areia fina, você merece!
Depois do almoço siga para o Cabo da Roca e deslumbre-se com as vistas espetaculares do ponto mais ocidental de Portugal continental e da Europa. Situado na latitude 38º 47´ Norte e na longitude 9º 30´ Oeste, o Cabo da Roca é uma referencia importante para quem navega ao longo da costa. Registos históricos apontam para a existência de um forte nesta região, durante o séc. XVII, que teve um papel importante na vigia da entrada de Lisboa, mas atualmente existem apenas vestígios, para além do farol que continua a ser um ponto importante para a navegação.
Siga para o Palácio de Queluz, aquele a quem muitos chamam o “Versailles português” (apesar de ser muito mais pequeno que o original).
Este monumento Nacional, foi o lugar de isolamento da rainha D. Maria I, quando ficou demente e residência oficial do Príncipe Regente português, o futuro D. João VI e da sua família após o incêndio que atingiu o Palácio da Ajuda em 1794. Permaneceu assim até à fuga da Família Real para o Brasil, em 1807, em consequência das Invasões Francesas.
Após um grave incêndio ocorrido em 1934, o monumento foi extensivamente restaurado e hoje encontra-se aberto ao público. Uma das alas do Palácio, o Pavilhão de Dona Maria, construído entre 1785 e 1792 pelo arquiteto Manuel Caetano de Sousa, funciona atualmente como quarto de hóspedes para chefes de Estado estrangeiros em visita a Portugal.
Termine a sua visita a Sintra passando pela Casa dos Fofos de Belas para provar mais uma das delicias doces desta região.
O arròs brut é um arroz delicioso, cheio de sabor, típico da ilha de Maiorca. A receita tradicional é feita com carne de caça e com sobrasada (uma linguiça crua e curada das Ilhas Baleares, feita com carne de porco moída, pimentão, sal e outras especiarias). Atualmente o arròs brut é confecionado igualmente com outras carnes, mais fáceis de encontrar no mercado e mais acessíveis.
Partilho aqui a receita para quem quiser experimentar
INGREDIENTES
300 g arroz 150 g coelho cortado em pequenos pedaços 150 g frango cortado em pequenos pedaços 300 g costeletas de porco cortadas em pequenos pedaços 1 linguiça (opcional) 2 tomates maduros 2 cebolinhas 2 cabeças de alho 2 ou 3 alcachofras 4 ou 5 espargos 100 g feijão verde 100 g cogumelos (opcional) 3,5 lt água 0,5 g canela 0,5 g cravinho em pó 0,5 g pimenta preta 0,5 g pimenta da Jamaica 0,5 g noz-moscada Azeite de oliva extra virgem Sal a gosto
PREPARAÇÃO
Numa panela, coloque um fiozinho de azeite e frite as carnes. Uma vez dourado, retire e reserve. Na mesma panela coloque a cebolinha picada e o alho. Refogue por 10 minutos sem deixar dourar.
Adicione os vegetais, exceto os cogumelos e espargos. Refogue por cerca de 10 minutos. Em seguida, junte o tomate cortado em cubos pequenos e refogue por cerca de 5 minutos.
Adicione depois a linguiça e continue a mexer. Coloque as carnes novamente e junte a água. Tempere com o sal e as especiarias (canela, cravinho, pimenta preta e da Jamaica e a noz moscada).
Coloque agora os cogumelos e espargos e deixe cozinhar por 45 a 60 minutos. Tape a panela por 20 minutos para que o caldo não se evapore.
Por fim adicione o arroz e deixe cozinhar por mais 20 minutos. Se a panela for de barro, deixe só por 15 minutos. Retire e sirva imediatamente.
Praias bonitas, vilas pitorescas, uma capital histórica e maravilhas naturais — Tudo isto é Maiorca!
Localizada bem no coração do Mar Mediterrâneo, Maiorca é sol, montanha, mar, gastronomia e cultura. A ilha reúne tantas atrações que nem sei bem por onde começar: Qual praia é a mais bonita, qual é a enseada mais secreta, qual é a cidade com maior encanto?
A melhor maneira de descobrir Maiorca é de carro. Podemos alugar um assim que chegamos no aeroporto e isso permite-nos alcançar com facilidade as pequenas vilas e as praias mais isoladas e bonitas. Quem preferir não conduzir pode ainda optar por fazer visitas guiadas. Existem muitas que saem de Palma de Maiorca e que levam as pessoas a conhecer os locais mais bonitos da ilha.
A costa oeste de Maiorca e o norte são particularmente incríveis. Percorrendo a estrada podemos encontrar vilas pitorescas como Valldemossa, Deià ou Sóller.
Valldemossa é a base perfeita para começar a explorar a ilha. É muito turística, mas também é uma das mais bonitas vilas de Maiorca. Está situada num vale ao longo das montanhas Tramuntana e a sua principal atração é a Real Cartuja — Um grande e antigo mosteiro que já foi lar de reis, monges e mais tarde abrigou celebridades como Frédéric Chopin e George Sand.
A Serra de Tramuntana que cerca Valldemossa é Património Mundial da UNESCO desde 2011 e protege Maiorca dos ventos frios do norte. A cordilheira também é um sonho para os caminhantes. Paisagens rochosas e vistas de tirar o fôlego, bem como pequenas enseadas escondidas e grutas, são as recompensas que aguardam aqueles que gostam de andar a pé.
Passear pelas bonitas ruas de Valldemossa é um prazer. Por aqui não faltam cafés, galerias de arte e bons restaurantes onde comer. Diz-se que a Santa Catalina Thomas de Maiorca nasceu em Valldemossa e por isso muitas das casas da vila tem uma placa com as suas orações.
Port Valldemossa não é um lugar espetacular em si, mas a viagem de Valldemossa vale a pena. A estreita estrada que desce até este pequeno porto tem algumas vistas incríveis. Fora isso, não há muito mais para ver na pequena vila de pescadores, a não ser uma pequena praia de seixos e um restaurante.
Longe dos centros turísticos, Maiorca é paz e tranquilidade. Podemos sentir isso em lugares como Deià, uma charmosa vila de montanha cercada por oliveiras, limoeiros e amendoeiras. Aqui não há vestígios de grandes hotéis e resorts, apenas hotéis boutique, pequenos e exclusivos. As galerias da vila são obrigatórias para todos os entusiastas da arte e vale a pena subir a colina até à Igreja de São João Batista para apreciar a vista. O compositor Andrew Lloyd-Webber é um dos habitantes ilustres de Deià, mas o seu casario cor ocre, atrai regularmente famosos como Bruce Willis, Leonardo Di Caprio, o chef de cozinha Jamie Oliver e outras personalidades que atracam os seus iates na Cala Deià
Cala Deià é uma pequena praia rochosa, de águas cristalinas, nos arredores de Deià. Na descida para a praia encontramos a Rota de La Piedra en Seco, que liga Deià a Pollença, uma trilha espetacular com vistas deslumbrantes da costa de Maiorca.
Continuando pela estrada costeira chegamos a Sóller. Localizada num rico vale de laranjeiras, cercada pelas montanhas mais altas de Maiorca, Sóller é um destino muito popular entre os turistas e muitos chegam no histórico elétrico de Sóller (tranvía de Sóller). É também daqui que partem muitos amantes do trekking para explorar os diversos itinerários disponíveis. A Igreja de São Bartolomeu, Port de Sóller e a sua aldeia de pescadores merecem igualmente uma visita, e um passeio de barco nesta região permite-nos obter uma perspetiva diferente da Serra Tramuntana.
Saindo de Sóller rumo ao norte, a paisagem intocada começa a ficar cada vez mais espetacular. Torrent de Pareis — um desfiladeiro natural que possui uma praia cercada por penhascos, com águas claras — é um dos cenário mais belos. Logo após o lago Gorg Blau, há uma saída para Torrent de Pareis. A estrada é ventosa e do estacionamento ainda temos de caminhar uns 20 minutos, mas vale a pena, principalmente ao fim do dia para ver o pôr do sol.
Para mais um pôr do sol épico, temos de ir até à bonita península Cap de Formentor e visitar o Mirador d'es Colomer, situado a mais de 300 metros acima do nível do mar.
De Cap Formentor é fácil chegar a Pollença, mas antes de alcançar esta cidade podemos visitar uma das grutas de Maiorca. São cinco e destas destacam-se as Cuevas del Drach — As maiores grutas da ilha, famosas pela sua iluminação e pelo grande lago Martel, um dos maiores lagos subterrâneos do mundo. Aqui, depois de assistir a um concerto de música clássica ao vivo, podemos dar um passeio de barco.
Em Pollença, para alem da paisagem, há outros motivos de interesse. A Praça Mayor, a Igreja de Mare de Déu Dels Àngels, do Séc. XVIII, o Convento de Santo Domingo e a Ponte Romana, são apenas alguns. Para almoçar ou jantar podemos ir até Port de Pollença e ficar numa das esplanadas à beira-mar.
Nenhuma viagem a Maiorca pode ficar completa sem uma visita a Palma, a sua capital. O seu centro histórico está recheado de tesouros como a Catedral, o Palácio de La Almudaina e os Banhos Árabes. Os museus, as lojas, os bares e os restaurantes são igualmente destaque nesta cidade e convidam-nos a mergulhar na cultura maiorquina.
Por fim, falta mencionar Alcúdia, o segundo destino mais popular de Maiorca, a seguir a Palma, e onde encontramos as praias de maior dimensão. São 30 km de zona costeira bem preservada. No centro histórico da cidade não faltam bons restaurantes e esplanadas onde provar os sabores da cozinha espanhola e maiorquina e em termos arquitetónicos, destaca-se a muralha renascentista, a Igreja de Sant Jaume e a Capela de Santo Cristo. Os melhores bares da cidade estão em Port d’Alcúdia, onde há praias e inúmeras opções de entretenimento e desportos náuticos.