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The Travellight World

Inspiração, informação e Dicas de Viagem

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Qui | 27.08.20

Pastelinhos de polvo de Peniche

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Estes pastelinhos são uma especialidade gastronómica de Peniche, região onde são confeccionado, desde os tempos mais remotos, com os polvos mais pequenos apanhados ao longo da costa ou como forma de aproveitamento das partes mais delgada dos tentáculos, depois de utilizadas as partes principais do polvo na confecção de outras receitas.
 
Semelhantes a pataniscas, estes pastelinhos são perfeitos para petiscar ou para servir como entrada.

Partilho aqui a receita para quem quiser experimentar.

INGREDIENTES

200 a 250 g de sobras de polvo cozido
1 batata grande
1 cebola roxa
1 dente de alho
2 ovos
1 malagueta
100 g de farinha
1 colher (de sopa) de salsa picada
Sal e pimenta q.b.
Óleo para fritar

PREPARAÇÃO

Descasque a batata, coza-a em água temperada com sal, escorra-a e esmague-a. Descasque e pique a cebola roxa e o dente de alho. Pique também a malagueta e corte o polvo cozido em pedaços pequenos. 


Numa tigela, misture a cebola, o alho, a malagueta, a salsa picada, a batata, a farinha, os ovos e o polvo e tempere com sal e pimenta. Leve ao frigorífico durante cerca de 1 hora. 


Depois frite colheradas do preparado anterior em óleo bem quente e abundante até ficarem douradinhas. Deixe escorrer sobre uma folha de papel de cozinha e sirva como entrada ou acompanhe com arroz de feijão.

 

Receita original retirada do site www.teleculinaria.pt 

Qua | 26.08.20

Escapadinha de verão em Peniche

Peniche é perto de Lisboa, fica a cerca de 1h de carro, por isso não é raro eu ir até lá para almoçar, dar uma volta ou mesmo ir até à praia, mas este verão eu quis fazer algo diferente. Quis passar uns dias nesta antiga vila piscatória e ficar mesmo lá hospedada. Queria aproveitar a região com calma, conhecer melhor a sua história e herança cultural, visitar os museus, os monumentos, fotografar… Ser uma verdadeira turista!

fullsizeoutput_4f37Fotos: Travellight e H. Borges

No dia em que cheguei o tempo estava maravilhoso. O sol brilhava e o calor convidava a banhos, mas optei por deixar a praia para o dia seguinte. Comecei antes por explorar o centro histórico.

A imponente Fortaleza de Peniche foi o meu ponto de partida. Foi construída entre o séc. XVI e o séc. XVII para, juntamente com o Forte da praia da Consolação e o Forte das Berlengas, fazer a defesa da costa portuguesa. Teve um papel importante em vários momentos da nossa História, mas o seu passado mais recente está cheio de sombras…
Entre 1934 e 1974 a fortaleza funcionou como prisão política do Estado Novo (após ter sido presídio durante as invasões francesas e sanatório para tuberculosos no início do século XX).

O edifício principal abriga atualmente o Museu Nacional Resistência e Liberdade, onde encontramos muitas evidências sinistras dessa época. As celas, agora abertas, dão aos visitantes um pequeno vislumbre do que terá sido a vida dentro da prisão.

Na exposição designada “Por teu livre pensamento” podemos também ver cartas censuradas dos prisioneiros, desenhos e até alguns jogos simples criados por estes, durante o cativeiro.

Álvaro Cunhal esteve aqui preso e conseguiu, com a ajuda de um guarda, escapar desta cadeia em 1960, juntamente com um conjunto de membros do Partido Comunista Português. Foi uma fuga aparatosa, digna de um filme de acção.

A exposição também inclui várias fotografias da libertação dos presos políticos após o triunfo da Revolução dos Cravos em Abril de 1974.

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Com o peso do passado histórico nos ombros, saí do Forte para encontrar um presente que não podia ser mais diferente. Ali mesmo ao lado, na belíssima Prainha de São Pedro, um grupo de jovens rapazes aproveitava o calor para mergulhar das rochas que ficam sob os arcos amarelos da Fortaleza.

Todo aquele cenário de cartão postal trouxe-me de volta à alegria dos dias quentes de verão e não resisti a ir molhar os pés na água verde esmeralda da pequena praia.

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Veio a hora de almoço e a (difícil) escolha de um restaurante para comer. As opções são tantas e tão boas que nem sabes onde ficar. Acabei por optar pelo Restaurante Katekero e por pedir um arroz de tamboril que era de “comer e chorar por mais”. Sendo Peniche um porto de pesca, o peixe e o marisco são sempre frescos e deliciosos!

De barriga cheia e alma feliz, continuei a deambular pelas  ruas de Peniche. Passei pela Igreja de São Pedro e pela Igreja da Misericórdia que pertence à Santa Casa e é anexa ao antigo hospital da referida instituição. No seu interior alberga painéis de azulejos seiscentistas e um teto tão bonito, que só por si justifica a visita.

A próxima paragem foi no Museu da Renda de Bilros.

Muitos não sabem mas Peniche, juntamente com Vila do Conde, foi um conhecido centro de produção de rendas de alta qualidade e no século XIX contava mesmo com cerca de 1.000 rendeiras especializadas. Nos dias de hoje as rendas feitas à mão já não são tão procuradas, mas felizmente este oficio não morreu completamente e a Renda de Bilros continua a ser considerada o ex-libris do artesanato de Peniche e parte da herança cultural das suas gentes.

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Terminada a visita ao centro histórico, segui (de carro) para o Cabo Carvoeiro, um lugar que oferece vistas deslumbrantes para o mar e para as ilhas Berlengas.
A sua beleza é realçada e aumentada pelas curiosas formações geológicas que o tempo e o mar esculpiram. A Nau dos Corvos — um enorme rochedo que faz lembrar uma embarcação naufragada — é um exemplo disso.

Vi ainda o farol, o Miradouro da Varanda de Pilatos e o Santuário da Nossa Senhora dos Remédios.
A data de construção do Santuário é desconhecida, mas diz a lenda que foi edificado no local onde, no séc. XII, foi encontrada uma imagem da Virgem Maria.

No regresso para o centro, já o sol se estava a pôr por isso acabei por não ir até à Cova de Dominique, também conhecida por Furninha, uma gruta natural que foi habitada pelo Homem de Neandertal e pelo Homo Sapiens, durante o Neolítico.

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No dia seguinte não fiz absolutamente nada, só fiquei na praia a relaxar 😎. Afinal as praias são a principal atração de Peniche.
Estão todas muito bem sinalizadas e basta seguir a costa para escolher uma. Aqui destaco três:

A famosa Praia de Medão Grande, conhecida como Supertubos por causa das suas grandes ondas de forma tubular. Foi nomeada uma das “7 Maravilhas de Portugal” e é palco do grande campeonato mundial de surf Rip Curl Pro, uma prova que integra o World Surf League Tour;

A praia do Baleal, que fica a cerca de 5 km do centro de Peniche e tem dois lados, Baleal Sul e Baleal Norte. Tem a curiosa característica das duas partes estarem viradas para direções opostas o que significa que quando o vento se torna muito forte num dos lados, geralmente as condições estão perfeitas no outro;

E a Praia da Consolação, a sul de Peniche. É uma longa faixa de areia dourada, conhecida pela riqueza do seu iodo, especialmente na sua extremidade mais rochosa. É ideal para quem tem problemas de ossos e sofre de reumatismo.

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O meu último dia foi passado nas Berlengas, pelo que esta visita a Peniche não podia ter terminado melhor!

E o que mais vos posso dizer? Só isto:

Se o verão vos lembra o mar e a praia, se só de pensar em férias sentem o cheiro da maresia e de um belo peixe fresco a assar na grelha… então uma estadia em Peniche vai vos deixar muito, mas muito feliz :-)

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Tchau!

Travellight

Ter | 25.08.20

A valiosa lição que aprendi no Miradouro do Portinho da Arrábida

fullsizeoutput_4f32Foto:  H. Borges

Num destes dias, numa visita à Arrábida, dei por mim sentada na beirinha do miradouro do Portinho, um lugar que parece resumir numa imagem toda a beleza natural da serra.

Depois da excitação dos primeiros minutos em busca da foto perfeita — aquela que todos publicam no Instagram — dei por mim a parar e a refletir sobre a vida e sobre a atração dos humanos pelo abismo.
Tal como eu, mais pessoas estavam sentadas naquela rampa, arriscando uma valente queda… umas mais do que outras. Eu tive cuidado, não me aventurei muito em poses perigosas, mas fiquei a observar os outros e vi alguns a tomarem atitudes bem corajosas (talvez até irresponsáveis?)

O que levaria as pessoas a agir assim? Seria mesmo só por causa de uma fotografia?

Penso que não.
A atração pelo abismo existe porque somos seres curiosos. O desconhecido assusta, mas ao mesmo tempo excita. Desperta em nós sentimentos poderosos e confusos.

A forma como cada um encara o abismo e o risco de uma queda, no meu entender, diz muito sobre a sua personalidade e sobre a sua maneira de enfrentar os desafios da vida.

Algumas pessoas aceitam conscientemente os riscos, olham o medo de frente e superam-no sem hesitações. Vivem o momento e no momento.
Outros são irresponsáveis, nem pensam no perigo, agem por impulso.
Outros ainda, pesam os prós e os contras, fazem contas de cabeça e avançam… mas sempre com cuidado.
Finalmente há aqueles que não arriscam nada. São aqueles que nem sequer se sentam na plataforma. Podem ter vertigens, talvez…

Ninguém é melhor do que ninguém, apenas somos todos diferentes.

A verdade é que a incerteza dos tempos que vivemos pode causar (à maioria das pessoas) uma ansiedade tremenda. Distanciamento social, máscaras, proibição de viagens, taxas de mortalidade…
O nosso cérebro entra em modo “sobrevivência” e está constantemente a fazer julgamentos sobre o que é seguro e o que não é. Tal como quando ficamos pendurados à beira de um abismo.

Para a nossa mente, incerteza pode equivaler a perigo. Se o nosso cérebro não sabe o que está para vir, ele não consegue manter-nos fora de perigo. Pode pressupor o pior, personalizar demasiado as ameaças e tirar conclusões precipitadas — Tudo em nome da sobrevivência.
Li recentemente num artigo que a incerteza no emprego, por exemplo, tem um impacto maior na nossa saúde do que perder efetivamente o emprego.

No entanto, algumas pessoas parecem lidar melhor com estas situações. Um amigo meu costuma dizer que essas pessoas “duram até aos 200”, nunca se preocupam com nada, levam a vida “na brisa”…
Os otimistas também estão protegidos. Para eles o risco existe, a incerteza está lá. Eles estão conscientes disso, mas no seu intimo sabem que tudo vai ficar bem.

Eu estou mais na categoria dos que pesam os prós e contras. Não deixo de viver, de fazer aquilo que acho importante, forço-me a avançar, mas sou cuidadosa, às vezes até medrosa… e sofro, sofro muito por antecipação e por causa disso acabo por não aproveitar bem o momento.
Tenho tentado melhorar esse traço de personalidade, e achava que tinha conseguido, mas uma simples foto no miradouro do Portinho da Arrábida fez-me refletir sobre a vida e mostrou-me que ainda estou longe disso...

Foi uma lição valiosa :-)

O grau mais elevado da sabedoria humana é saber adaptar o seu caráter às circunstâncias e ficar interiormente calmo apesar das tempestades exteriores.
— Daniel Defoe

Qui | 20.08.20

Tortas de Guimarães

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Este doces tradicionais vimaranenses, com a forma de uma concha e recheio de doce de chila, ovos e amêndoas, são uma herança da riquíssima doçaria conventual portuguesa.

A receita original foi criada na Casa Costinhas — uma conhecida confeitaria de Guimarães — e tem uma história curiosa por trás.

Conta-se que há muito tempo, uma freira do Convento de Santa Clara (atual edificio da Câmara Municipal de Guimarães) acolheu duas sobrinhas que ficaram órfãs precocemente. Com a implantação da República, estas deixaram de ter autorização para viver no convento com a tia e esta, para não as deixar sozinhas, decidiu arranjar uma casa perto do Convento.
Nasceu então a Casa Costinhas – chamada assim porque todas tinham o apelido “Costa” e eram conhecidas como “as Costinhas”. Para ter sustento, as três mulheres começaram a fabricar doces que logo ganharam fama e fazem sucesso até hoje.

É essa receita das deliciosas tortas de Guimarães da Casa Costinhas que partilho hoje convosco.


INGREDIENTES
Para a massa

1 pitada de sal
água fria q.b.
farinha de trigo q.b.
pingue dos rojões (gordura de porco, apurada da confeção dos rojões, regionalmente designada de pingue)

Para o recheio
1 pau de canela
115 g de amêndoa pisada
20 gemas batidas
350 ml de água
460 g de açúcar
doce de gila

Para a calda da cobertura
Açúcar e água q.b.

PREPARAÇÃO
Amasse a farinha em água fria temperada de sal, de modo a que a massa fique dura.
Depois de bem amassada a farinha, estenda a massa sobre uma superfície lisa e continue a amassar, dando-lhe voltas, de forma a trabalhá-la bem, até que comece a fazer bolhas. Atingindo este ponto, faça um rolo com a massa e unte-o de todos os lados com o pingue frio dos rojões (pode usar banha em substituição) e deixe descansar durante 2 ou 3 horas.

Passado o período de repouso, estenda a massa em fita, pouco a pouco, com um rolo de cozinha.
Feito um pedaço de fita, alargue-a, puxando a massa para os lados com as mãos o máximo que puder.
Depois de alargada, enrole a massa com cuidado e forme um rolo, que untará com pingue quente. Deixe repousar durante algumas horas, envolvendo o rolo em película aderente.

Entretanto, prepare o recheio.
Deite o açúcar e a água num tacho, deixando ferver até atingir o ponto de espadana baixo (a calda corre em fitas, com o aspeto de lâmina). Retire a calda do lume e deixe arrefecer.
Junte-lhe depois a amêndoa pisada, as gemas e o pau de canela, levando de novo ao lume até engrossar.
Retire o pau de canela, deixe arrefecer um pouco e misture o preparado com o doce de gila. Reserve.

Corte o rolo de massa em fatias, aproximadamente da largura de um dedo, de forma a ficarem bem separadas umas das outras.
Abra a massa das fatias e cubra-a com o recheio. Dobre depois a massa, dando-lhe a forma de pastéis, fechando-os em forma de torcidos.

Coloque os pastéis num tabuleiro e leve ao forno (200º C), cerca de 40 minutos.

Leve outro tacho com açúcar e água ao lume, deixando ferver até atingir o ponto de espadana.
Quando saírem do forno, mergulhe os pastéis na calda, retirando-os depois com uma escumadeira.

Receita original retirada do site: www.docesregionais.com

Qua | 19.08.20

Casa do Juncal | Guimarães

Nestas recentes andanças por Portugal tenho tido tantas surpresas boas! A Casa do Juncal, em Guimarães foi uma delas.

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Localizada dentro das muralhas da cidade berço, em pleno centro histórico, esta unidade de turismo de habitação ocupa uma casa senhorial do século XVIII que foi cuidadosamente recuperada, mantendo contudo a traça setecentista própria das casas brasonadas típicas de Guimarães.

Encontrar a Casa foi muito fácil. Fica na Praça Condessa do Juncal, a poucos passos da muralha com a icónica inscrição, “Aqui Nasceu Portugal”, e está perto dos Largos do Toural, da Misericórdia e das Praças da Oliveira e de Santiago.

Como vim para Guimarães de comboio, o estacionamento não foi problema, mas penso que a Casa disponibiliza um parque gratuito para quem precisa.
O check-in foi rápido e simples e seguiu todos os cuidados de higiene agora exigidos. Álcool gel estava disponível e todos estávamos de máscara.

Um ponto que pesou na minha decisão de reservar este espaço, foi o fato de a Casa do Juncal ter apenas 6 quartos. A possibilidade de nos cruzarmos com muita gente era reduzida e foi exatamente isso que aconteceu. Enquanto estive lá hospedada, vi apenas uma funcionária e nenhum outro hóspede.

Existe porém um aspeto que pode ser negativo para muitas pessoas: A Casa não tem elevador para chegar até aos pisos superiores, onde se encontram os quartos. Segundo percebi, o piso térreo também não possui quartos, por isso tens sempre de subir escadas. Esta não é portanto, uma acomodação adequada para quem tem problemas de mobilidade.

A mesma questão voltou a colocar-se dentro do quarto que me foi atribuído: Uma suite espaçosa e luminosa, muito bonita, dividida em duas áreas: um piso inferior com sala de estar e casa de banho e um piso superior com uma mezzanine, onde ficava a cama. Eu adorei o design moderno e os originais degraus japoneses, mas para quem tem a mobilidade condicionada, eles são realmente um problema...

A casa de banho tinha um bom chuveiro e produtos de higiene pessoal de qualidade. Roupões e chinelos também estavam disponíveis, o que foi simpático porque isso nem sempre é muito comum no turismo de habitação.

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Os espaços comuns da Casa do Juncal, nomeadamente a sala de refeições e o pequeno jardim interior, eram muito acolhedores e agradáveis, mas o melhor de tudo (para mim, é claro 😃) foi o pequeno almoço. Uma verdadeira maravilha!!
Tinha panquecas, morangos, queijo, pão fresco, croissants, ovos… tudo fresco, tudo muito saboroso.

Para garantir o distanciamento social, no momento do check-in devemos indicar o horário em que queremos tomar o pequeno almoço e também escolher de uma lista, aquilo que queremos comer.
Como sobrou muito das coisas que tínhamos escolhido, (porque não percebemos que vinham dois itens por pessoa) pedi para a funcionária, que era super simpática e eficiente, embrulhar o que sobrou para levar. Assim ficamos com um belo lanche para o meio da manhã 😃

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A receção não funciona 24h, por isso, no inicio da estadia, entregam-te, juntamente com a chave do quarto, a chave da porta da frente. Assim tens toda a liberdade de ir e vir no horário que entendes e se tiveres algum problema, tens sempre um número de telefone para onde podes ligar.

Eu gostei muito da Casa do Juncal e quando regressar a Guimarães não me importo nada de voltar a me hospedar lá! 😊

 

 

Ter | 18.08.20

Dois dias em Guimarães (que souberam a pouco)

Guimarães, a bela cidade berço de Portugal, Património da Humanidade desde 2001, é um destino que nunca desaponta. As praças, o bonito casario, a gloriosa história, doces conventuais, boa comida e até um restaurante com estrela Michelin. Tudo nos convida a ficar, a apreciar e a sentir!

fullsizeoutput_4edeFotos: H.Borges e Travellight

Cheguei de comboio, vinda do Porto. Segui pela rua que conduz ao centro até chegar ao que resta da muralha que outrora protegeu a cidade e rapidamente me deparei com a icónica inscrição “Aqui Nasceu Portugal” Não pude deixar de sorrir. Lugares assim emocionam-me, juntam o passado ao presente e fazem-me sentir que estou muito perto da História.

Instalei-me na Casa do Juncal, um alojamento maravilhoso em pleno centro histórico, e depois saí para explorar a cidade.

Comecei no Largo do Toural, uma das principais praças de Guimarães. Existe desde o século XVII, altura em que era um largo extramuros junto à principal porta da vila. Era aqui que se realizava a feira de gado bovino e outras feiras onde se vendiam produtos diversos. Os prédios que hoje vemos foram construidos mais tarde seguindo uma planta, que segundo dizem, veio de Lisboa. No Largo chama a atenção a pequena Basílica de São Pedro, que tem uma fachada simples, mas que no interior guarda um bonito retábulo decorado em tons de azul e talha dourada.

Continuei pela Rua de Santo António até a Rua General Humberto Delgado e virei à direita até entrar no Caminho do Castelo.

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O Castelo de Guimarães é o maior símbolo da cidade e a sua maior atração. Foi construído durante o século X e sofreu inúmeras modificações ao longo dos tempos, mas é mais conhecido por ter visto nascer o primeiro rei de Portugal — Dom Afonso Henriques — que daqui partiu para a reconquista das terras que estavam nas mãos dos mouros.

A história do castelo remonta à Condessa Mumadona Dias, que após ter ficado viúva, mandou construir na sua herdade de Vimaranes - hoje Guimarães - um Mosteiro. Os constantes ataques por parte dos mouros e normandos levou à necessidade de construir uma fortaleza para guardar e defender os monges e a comunidade cristã que vivia em seu redor. Surgiu assim o primitivo Castelo de Guimarães.

No século XII, vêm viver para Guimarães o Conde D.Henrique e D.Teresa que mandam realizar grandes obras no Castelo de forma a amplia-lo e torna-lo mais forte. É neste período que nasce Dom Afonso Henriques.

Entre os séculos XIII e XV vários reis contribuíram com obras de melhoramento e restauro deste Castelo ligado a façanhas heroicas do período da fundação da nacionalidade, como é o caso da Batalha de S.Mamede. Mais tarde porém, perdida a sua função defensiva, o Castelo entrou num processo de abandono e degradação progressiva até ao século XX, altura em que é declarado Monumento Nacional e são efetuadas obras de restauro.

Próximo do Castelo fica a Igreja de São Miguel, pequenina e quase vazia, salvo por um Cristo crucificado e uma pia batismal onde — diz a tradição popular — D. Afonso Henriques foi batizado (apesar da data da construção da igreja, mais de um século depois do nascimento do primeiro Rei de Portugal, refutar esta ideia).

Não muito longe encontramos o Paço dos Duques, outro belo e interessante edifício que hoje abriga um museu. Vale a pena visitar.

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Concluída a visita ao Paço, voltei para o centro histórico e decidi parar para almoçar. As opções eram muitas e as esplanadas convidativas. Acabei por ficar no Largo da Misericórdia.

Terminada a refeição, excelente por sinal (porque se come muito bem em Guimarães 😁) voltei a minha atenção para os monumentos que embelezam o Largo: Uma igreja com fachada maneirista; uma fonte de granito do século XVIII e uma escultura original que representa o primeiro rei de Portugal. 

Perdida pelas bonitas ruas de Guimarães, fui parar ao Largo Doutor João da Mota Prego onde encontrei a Casa das Rótulas — um edifício erigido possivelmente na primeira metade do século XVII, que chama a atenção pela fachada do seu piso superior ser revestida, na sua totalidade, por rótulas de madeira (tiras compridas e estreitas de madeira colocada no vão de janelas ou portas para proteger da luz e do calor, e através da qual se pode ver sem ser visto)

Continuando a andar, chego até ao Largo dos Laranjais, que deve o seu nome às laranjeiras que ainda hoje ocupam o seu lugar e recordam a influencia árabe na Península Ibérica.
O solar barroco do século XIV designado por Casa dos Laranjais, merece uma atenção especial. Tem portas em estilo manuelino e uma torre com uma gárgula em forma de leão.

A próxima paragem é na Travessa da Senhora Aninhas — uma homenagem da cidade a Ana Joaquina de Magalhães Aguiar, que viveu entre os séculos XIX e XX e que todos consideram a Madrinha dos Estudantes. Diz a tradição popular que Aninhas era uma senhora com um coração generoso, que “adotou” os estudantes de Guimarães, dando aconchego e comida aos mais necessitados.

Ela vivia perto da Travessa que agora leva o seu nome, na Rua de Santa Maria, uma das ruas mais antigas e bonitas de Guimarães. Tem origem medieval e ligava a antiga Vila de Baixo à antiga Vila de Cima. Já foi escura e suja, mas com o tempo transformou-se e começou a atrair moradores ilustres. Algumas lojas e lugares como a Casa do Arco, um solar do século XIII, que dizem, chegou a hospedar Dom Miguel, irmão de Pedro I, ocupam atualmente os bem conservados edifícios da rua.

Tive de parar na Casa Costinhas uma confeitaria tradicional, que fica nesta rua, para provar o toucinho do céu e as tortas de Guimarães. Os doces conventuais deste espaço são os mais famosos e tradicionais da cidade e quando os provas, entendes logo porquê.

O Largo Cónego José Maria Gomes ou Largo da Câmara é mais um dos largos onde vale a pena perder (ou ganhar) uns minutos. Abriga dois edifícios lindos: a Biblioteca Municipal Raul Brandão e a Câmara de Guimarães, construções dos séculos XIX e XVI, respetivamente.

Segue-se a bonita Praça de Santiago, mais um lugar cheio de história. Diz a lenda que em tempos idos o próprio São Tiago, trouxe para Guimarães uma imagem da Virgem Maria e colocou-a num templo pagão que existia nesta praça.
A cidade então resolveu construir uma capela em homenagem ao santo. A dita capela já não existe, mas ainda é possível ver no chão o local que ela ocupava e o símbolo de São Tiago — uma concha.

fullsizeoutput_4ee5fullsizeoutput_4ee6fullsizeoutput_4efafullsizeoutput_4eebfullsizeoutput_4eedfullsizeoutput_4efffullsizeoutput_4ef4fullsizeoutput_4ef501 Foto: Casa Costinhasfullsizeoutput_4f03

Terminei o primeiro dia de visita a Guimarães em grande, com um jantar memorável no primeiro restaurante da cidade a receber uma estrela Michelin — “A Cozinha, por António Loureiro", que fica no Largo do Serralho (perto do Largo da Misericórdia).


O Largo da Oliveira foi o local que escolhi para começar o passeio no segundo dia. É talvez a praça mais simbólica da cidade e atualmente está cheia de esplanadas, bares e restaurantes, mas como tantos lugares de Guimarães, guarda muitas lendas e histórias. Uma das mais conhecidas é aquela que conta o milagre da oliveira: Diz o povo que, certo dia, a oliveira, que dá o nome ao Largo, perdeu todas as suas folhas e murchou. O azeite produzido pelas azeitonas desta oliveira era usado para iluminar a imagem de Santa Maria de Guimarães, pelo que a árvore tinha uma grande importância para a cidade. Tentando salvar a árvore, Pero Esteves, um comerciante vimaranense, decidiu colocar por baixo do Padrão do Salado (símbolo da vitória portuguesa sobre os muçulmanos) uma cruz. As suas preces foram atendidas e a dita oliveira voltou à vida, continuando no centro da praça até hoje.

Outro ponto de interesse deste local é a Igreja da Oliveira, que data do século X ou seja, do início dos tempos de Guimarães. Foi reedificada no século XIV por D. João I em agradecimento a Nossa Senhora pela vitória na batalha de Aljubarrota. A torre, que pela sua altura se sobrepõe ao casario circundante, prende o nosso olhar. Tem detalhes manuelinos e um relógio. Ao seu lado encontra-se a capela de São Nicolau, o santo protetor dos estudantes e um pouco mais à frente o Paço do Conselho, um edifício com belos arcos e janelas e uma curiosa escultura no topo — um guerreiro de duas caras a quem os vimaranenses chamam de “o Guimarães“.

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Saíndo do Largo da Oliveira, segui depois para o Parque das Hortas e apanhei o teleférico para o Monte da Penha, que oferece panoramas de tirar o fôlego da cidade velha de Guimarães e do castelo. Também tem uma igreja e bonitos percursos pedestres por onde podemos caminhar e apreciar as vistas, as formações graníticas, os penedos, grutas e desfiladeiros deste miradouro natural.

De regresso ao centro histórico, visitei o Museu de Alberto Sampaio, uma paragem obrigatória para quem quer conhecer melhor o passado de Guimarães. Fica localizado no lugar onde Mumadona Dias mandou construir o mosteiro que depois deu origem à Antiga Vila de Baixo. O museu abriga uma coleção de arte sacra oriunda das igrejas da cidade e arredores.

De frente para o Museu está a belíssima Igreja de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos. Edificada no século XVI, é uma igreja pequena, mas com o seu jardim consegue dominar a paisagem e é um dos cartões postais da cidade.

O meu tempo em Guimarães estava a terminar, mas no regresso para a estação ferroviária, parei ainda no Centro Cultural Vila Flor. Um palácio, mandado construir por um fidalgo no século XVIII, que possui belos jardins e já serviu diversos fins até ser finalmente designado como centro cultural e restaurado, passando a integrar um novo edifício para teatro, de grandes dimensões, que se conjuga perfeitamente com o palácio oitocentistade de estilo barroco.

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Foi uma visita rápida, que soube a pouco, mas que me deixou um sabor muito doce (e não, não me refiro apenas às tortas e ao toucinho do céu 😁).

Já não visitava Guimarães há muitos anos e foi um enorme prazer reencontrar uma cidade tão bonita, tão cheia de História e tão jovem ao mesmo tempo.

E vocês? Há quanto tempo não visitam o berço de Portugal?

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Tchau!

Travellight

Qui | 13.08.20

Merendeiras de Canela e Passas de Mira de Aire

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Hoje partilho convosco mais uma receita regional portuguesa que descobri recentemente. Para variar é outra vez um doce (mil desculpas a quem está de dieta 😜)

INGREDIENTES
75 g manteiga amolecida
75 g açúcar branco
75 g açúcar amarelo
1 ovo
1 gema
50 g farinha trigo
100 g farinha milho
1 colher (de chá) de fermento em pó
2 colheres (de chá) de canela
½ colher (de chá) de erva doce
½ colher (de chá) de raspa de limão
75 g passas
1 ovo para pincelar


PREPARAÇÃO
Amolecer a manteiga, adicionar o açúcar branco e o açúcar amarelo e misturar bem.
Adicionar o ovo e a gema e voltar a misturar.
Adicionar as farinhas, fermento, canela, erva doce e raspa de limão e envolver. Depois juntar as passas e voltar a mexer.

Polvilhar uma mesa com farinha e fazer um rolo com a massa. Cortar a massa em pedaços iguais e depois dar a cada um o formato de uma broa.

Colocar as merendeiras num tabuleiro forrado com papel vegetal e achatar com suavidade com a palma da mão, ou ponta dos dedos. Pincelar com o ovo.

Cozer a 180ºC durante 12 minutos.

Tirar do forno, deixar arrefecer antes de retirar do tabuleiro (para não se partirem) e servir.

 

Receita retirada com pequenas adaptações do site https://mira-minde.pt

Qua | 12.08.20

Cooking and Nature Emotional Hotel | Alvados

Nas voltas que tenho dado por Portugal neste ano de 2020, tenho descoberto algumas pérolas da nossa hotelaria que, acho, já todos conhecem ou pelo menos já ouviram falar. Mea culpa, eu sei… mas estou a fazer por recuperar o tempo perdido e foi nesse espírito que, enquanto visitava o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, me hospedei no Cooking and Nature Emocional Hotel, em Alvados.

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Este design hotel, rural e intimista tem um conceito muito interessante que pretende combinar, tal como o nome indica, o contacto do hospede com a natureza e com a cozinha. Que espetáculo certo?

Eu, assim que entrei, adorei!

O espaço é praticamente todo revestido a vidro, o que o torna muito luminoso e parece transportar para dentro a natureza que está lá fora. A decoração é acolhedora, rural, com detalhes modernos e vintage. Tudo tão bonito, tão pitoresco. Cheio de boas vibrações. Apetece mesmo ficar por ali a relaxar…

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A funcionária que fez o check-in era muito eficiente e super (mas mesmo super) simpática. Mostrou-nos as áreas comuns do hotel, a cozinha, a sala de refeições, as salas de estar, o honest bar (onde te podes servir à vontade e depois anotas o que consumiste para pagar mais tarde) e depois indicou-nos o quarto.

Existem 12 quartos diferentes, inspirados em diferentes emoções. Os hóspedes podem selecionar Meditação, Destino, Sensualidade, Paixão, Proteção, Surpresa, Melancolia, Descoberta, Diversão, Nostalgia, Fantasia ou Glamour. Eu na verdade não escolhi, porque quando fiz a reserva o quarto escolhido não era garantido, logo deixei ao acaso e apostei na surpresa. Calhou-me o glamour!

Devo confessar que o tema, inspirado em Maria Antonieta, com candelabros no teto, papel de parede florido e moveis antigos, não fazia de todo o meu género, mas enfim… não é todos os dias que podes tomar banho numa banheira cor de rosa 😂.

O melhor daquele quarto para mim, são as janelas enormes do teto ao chão e a pequena varanda virada para a Serra. Acordar cercada daquele verde todo é absolutamente maravilhoso!

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O espaço exterior também é fantástico. Uma piscina linda, muitos lugares confortáveis para deitar, mesas para sentar e pequenos detalhes encantadores como casinhas de pássaros ou um balde a servir de chuveiro no jardim.

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Cozinhar (e comer) pode transformar-se numa atividade central durante a estadia dos hóspedes. A maioria dos ingredientes sazonais são provenientes dos jardins e as refeições preparadas no hotel incluem uma variedade de especialidades portuguesas e produtos frescos da região. O hotel disponibiliza estações de cozinha para os visitantes e cada experiência pode ser totalmente personalizada. Enquanto cozinham e, mais importante ainda, enquanto comem, os hóspedes podem saborear alguns vinhos locais ou cocktails, caso desejem.

Ao almoço, não sei se em virtude dos constrangimentos causados pela pandemia, a oferta é simples e os pratos servidos são básicos (mas deliciosos). Ao jantar devemos escolher com antecedência se pretendemos o modo “Lição de Cozinha” — onde os hóspedes são convidados a confecionar os seus próprios pratos em conjunto com a equipa da cozinha; ou o modo "Petiscos Informais" — uma seleção de petiscos de inspiração portuguesa, para desfrutar em conjunto e sem qualquer tipo de formalismos.

O pequeno almoço é bom e variado. É servido em buffet e algumas coisas (como os ovos) podemos pedir diretamente à cozinha. Para evitar a concentração de pessoas e manter o distanciamento social exigido por estes novos tempos, todas as refeições são marcadas com antecedência e em diferentes horários.

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Atividades como passeios a cavalo, tours pela região ou workshops de olaria, são disponibilizadas pelo hotel, a pedido dos hóspedes.
Também é possível pedir cestas de piquenique e alugar bicicletas para passear por um dos 10 percursos sugeridos.

A outra opção é simplesmente passar os dias na piscina ou no jardim a balançar numa rede :-) 

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Foi uma estadia maravilhosa. Eu não hesitaria em voltar para lá já amanhã! 

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Tchau!
Travellight

Ter | 11.08.20

Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros: Grutas, praias fluviais, dinossauros e tanta coisa mais!

Sempre adorei conhecer lugares novos, mas nunca desprezei as memórias daquelas primeiras férias de verão, já tão distantes, onde de mãos dadas com os meus pais percorria parques, praias e monumentos históricos deste nosso Portugal…

Acredito, de coração, que o prazer de viajar é uma das melhores dádivas que um pai pode dar a um filho e agradeço até hoje aos meus progenitores por este presente.

Mas, perguntarão vocês, porquê tanta nostalgia? …Bem, esta conversa vem a propósito de uma recente visita ao Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, um lugar por onde passei muitas vezes durante a minha infância, sempre no caminho para o Santuário de Nossa Senhora Fátima (por quem os meus pais tinham grande devoção).

Estava curiosa de saber se a realidade correspondia à minha lembrança, uma vez que há muitos anos não parava por lá, e fiquei feliz por ver que não só correspondia, como era até melhor do que eu me recordava :-)

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Este parque natural, outrora reduto de dinossauros, é famoso pelas suas maravilhosas grutas, mas tem também trilhos perfeitos para caminhadas e é rico em paisagens deslumbrantes.
Aqui podemos explorar debaixo da terra, percorrer a natureza verde ou descansar em praias fluviais.

Mira de Aire, que se estende pela vertente do Planalto de S. Mamede e tem a nascente a serra, é um bom sitio para começar uma visita ao Parque. A primeira paragem pode ser no Polje Mira - Minde, também conhecido como o "Mar de Minde" porque nos invernos e primaveras mais chuvosas enche-se de água e transforma-se numa grande lagoa. “Polje”, para quem não sabe, é uma enorme depressão calcária que acumula água à superfície, sempre que os níveis de água subterrânea estão completamente preenchidos.

fullsizeoutput_4e3aO Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros é considerada área protegida desde 1979 e possui paisagens diversas e inúmeros percursos pedestres bem marcados.
Em Mira de Aire, podemos simplesmente escolher uma estrada e caminhar. Rapidamente vamos descobrir que essa estrada transforma-se num caminho, que depois se transforma num trilho que finalmente nos leva até à fenda montanhosa dos Candeeiros.

Quem procura algo mais fácil, pode optar por seguir um dos muitos caminhos que se entre cruzam no “Mar de Minde”.

Fazer o Percurso Pedestre Fórnea – Alcaria é mais uma opção e uma forma de conhecer uma das zonas mais bonitas do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. O percurso é uma espécie de “anfiteatro” natural com milhões de anos, que está rodeado por cursos de água e cascatas.

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Entrando cada vez mais no Parque Nacional, os caminhos levam-nos a locais como os Olhos de Água — uma praia fluvial de águas cristalinas, que irrompe de um desfiladeiro rochoso e de um rio subterrâneo. Nos fins de semana de verão muitas pessoas vem até aqui, mas uma pequena caminhada rio abaixo pode levar-nos a outras praias mais escondidas e a quedas de água.

A nascente dos Olhos de Água do Alviela, também não deve ser esquecida. É uma das nascentes mais importantes do nosso país e podemos conhece-la através de um percurso onde, entre outros locais de impressionante beleza, encontramos o Canhão fluvio-cársico e a Ressurgência da Ribeira dos Amiais, a Janela  Cársica e o Poço Escuro — grutas onde um dos afluentes do Alviela se transforma num rio subterrâneo e, depois, o caminho pelo qual regressa à superfície.

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…E por falar em grutas, tenho agora de mencionar as famosas grutas de Mira de Aire, a razão pela qual a maioria dos turistas visita esta região.
Foram descobertas em 1947, são enormes e constituem um maravilhoso mundo subterrâneo, tão profundo que, quando chegamos ao fim temos de apanhar um elevador para subir!
Em 2010 as grutas de Mira de Aire foram eleitas uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal e a razão é evidente: belos espelhos de água; estalactites e estalagmites que parecem esculturas de uma catedral gótica; pequenos regatos e o Rio Negro, que desagua, em cascata, no Grande Lago. Neste local, no final da vista, tem lugar um espetáculo de água, luz e som, absolutamente fantástico.

O complexo de grutas de Alvados e de Santo António fica próximo e também merece uma visita.
A localidade de Alvados é mesmo conhecida como “Vale Encantado”, pelas suas grutas naturais consideradas as mais bem preservadas de Portugal.

As Grutas de Alvados, descobertas em 1964 e as Grutas de Santo António, descobertas em 1955, são, apesar da proximidade geográfica, muito diferentes entre si. Em Alvados, as grutas destacam-se pelos longos corredores que se transformam em pequenas salas e em vários lagos naturais, para além dos seus inúmeros túneis interrompidos por profundos algares. Já as Grutas de Santo António são impressionantes acima de tudo pela enorme “sala”, percorrida por pequenos cursos de água e lagos naturais, totalmente decoradas por estalactites e estalagmites.

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Vale igualmente a pena visitar as Salinas da Fonte da Bica ou de Rio Maior, também conhecidas como Marinhas de Sal de Rio Maior. São um ex-libris da cidade e uma maravilha da natureza porque afinal o mar encontra-se a mais de 30 quilómetros daqui. A água utilizada para encher as salinas tem origem num poço bem profundo e, segundo consta, é 7 vezes mais salgada do que a água do oceano Atlântico. 

As pequenas casas em madeira, em volta da salina que vendem lembranças e artigos regionais, são pitorescas e transportam-nos para outros tempos.
É interessante perceber como funciona esta produção, e aproveitar para comprar sal para depois usar na nossa cozinha no regresso a casa 😊

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Outra atração do Parque, que não era conhecida ou divulgada quando eu era criança e que por isso foi novidade para mim (apesar de já estar aberto ao público desde 1997), é o Monumento Natural das Pegadas dos Dinossauros — rastros que os saurópodes deixaram no lado ocidental da Serra de Aire há cerca de 175 milhões de anos.
Situado nos concelhos de Ourém e Torres Novas, existem cerca de 20 trilhos (um com cerca de 147 metros de comprimento) numa jazida que data do Jurássico Médio. As pegadas são profundas e com as impressões dos dedos ainda visíveis. O terreno, que então era uma zona pantanosa – e daí as pegadas terem ficado imortalizadas – tornou-se bastante irregular com o passar dos milénios: o passeio a pé faz-se por subidas e descidas, escadas e terra batida.

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Travellight

 

Sex | 07.08.20

Nice, um charme de cidade!

Aninhada entre o mar e as montanhas, com um céu azul interminável a servir de moldura ao cintilante Mediterrâneo, Nice é a imagem perfeita da cidade-postal.

fullsizeoutput_38beA cidade de Nice é abençoada por um cenário maravilhoso, que já foi filmado, fotografado, descrito em livros e pintado com tanta frequência que sempre que a visito parece-me familiar e intemporal. Basta um vislumbre do resplandecente Mediterrâneo quando o avião sobrevoa a Baie des Anges para o meu coração disparar. Nice é como uma paixão que nunca arrefece!

Poderia presumir-se que o brilho e o glamour com que frequentemente é associada, ofuscariam o seu charme e autenticidade, mas rapidamente descobri que esta é apenas uma parte da imagem. Na verdade, a Riviera francesa consegue conjugar o charme e a história com riqueza e luxo como nenhum outro lugar.

Por um lado, há uma aura indiscutível de glamour quando olhamos para as esplanadas cheias de gente bem vestida, a beber vinho rosé e a comer marinières servidos numa grande "marmite" preta (panela de ferro fundido). A ostentação está sempre presente, seja na roupa de design, nos óculos escuros de marca ou nas malas Birkin da Hermès.

Mas essa imagem não é incompatível com uma outra completamente descontraída e despretensiosa onde pessoas comuns, sem qualquer interesse, pelo “bling bling” exibido por alguns turistas, fazem compras nos coloridos mercados locais e enchem nos finais de semana e nos finais de tarde, os cafés e a famosa praia de seixos.

O que torna Nice particularmente atraente, na minha opinião, é que historicamente ela é o resultado de dois países. Nice foi devolvida à França pela Itália em 1860 e acho que até hoje a cidade não se sente verdadeiramente nem francesa nem italiana, sendo antes uma maravilhosa mistura franco-italiana, em que cada lado traz o que tem de melhor para criar uma identidade única que se traduz na chamada ”la vie niçoise”.

Esta dualidade reflete-se tanto na gastronomia da região quanto na sua arquitetura.

VIEILLE VILLE

Um dos melhores pontos para começar a explorar a cidade é o Parc du Chateau, um parque exuberante, com vistas de 360 graus sobre Nice e muitos lugares para relaxar e passear.

Há recantos bonitos com árvores que florescem em cima de ruínas romanas e uma espetacular queda de água.

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Quem não quiser subir a colina a pé pode ir de elevador, mas aconselho fazer a descida a pé porque o passeio é bonito e agradável e no caminho encontram-se as pequenas e charmosas ruas da cidade velha de Nice (Vieille Ville), o seu bairro mais histórico.

Na Vieille Ville, entre as atrações a não perder, estão a Catedral Sainte-Réparate; a Capela de la Miséricorde, considerada uma das mais belas capelas barrocas do mundo e o Palais Lascaris, que funciona como um museu de instrumentos musicais e é também conhecido pelas suas pinturas, tapeçarias e luxuosas decorações.

Alguns dos melhores restaurantes, cafés e gelatarias de Nice também encontram-se na Vieille Ville e quem gosta de autêntica culinária francesa, vai adorar o Bistrot d'Antoine.

O restaurante Oliviera também merece destaque porque oferece pratos deliciosos feitos a partir de produtos de origem local e tem uma loja onde vende azeites próprios.

Nenhuma refeição pode ficar completa sem a sobremesa e a gelataria Fenocchio, na Place Rosetti é o lugar ideal para quem não dispensa um docinho. Tem os melhores gelados e sorvetes da região e inúmeros sabores que vão dos mais clássicos como chocolate e morango, até aos mais estranhos como tomate e manjericão ou infusões florais como lavanda e jasmim.

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MERCADOS

Nice tem vários mercados que vale a pena visitar, o mais conhecido é o Mercado Cours Saleya.

O Cours Saleya é um ótimo lugar para “sentir” a cidade. Este mercado diário vende produtos frescos e flores, mas em certos dias da semana converte-se num mercado de antiguidades. No mercado, pode-se experimentar socca, uma especialidade local feita à base de farinha e grão-de-bico. Quentinho, acabado de preparar é delicioso! Também algo que deve experimentar é o vinho Bellet. As uvas usadas na produção deste vinho são cultivadas na cidade de Nice e têm um sabor único. Pode comprar uma garrafa no mercado de Cours Saleya ou em uma das muitas lojas da Vieille Ville

LA PROMENADE DES ANGLAIS

A Promenade des Anglais é a avenida mais conhecida de Nice e o seu passeio estende-se por 7 km ao longo do Mediterrâneo. Turistas e moradores vem para aqui correr, andar de bicicleta ou simplesmente para descansar num dos muitos bancos com vista para o mar.

PRAIAS

As praias de Nice não possuem areia, mas sim pequenos seixos, mas não deixam de ser maravilhosas na mesma.

As mais bonitas são a Praia Blue Beach — ótima para famílias, porque tem águas calmas e pouco profundas; a Praia Neptune — que fica em frente ao hotel Negresco e oferece um ambiente fantástico, infraestruturas de primeira e é um lugar ótimo para comer à beira-mar, descansar e apreciar a vista; a Praia Coco Beach — praia perfeita para dar um mergulho porque tem poucas ondas e o mar tem habitualmente uma temperatura agradável. A paisagem é muito bonita e não é tão concorrida como outras praias em Nice; a Praia Castel — é uma praia que começa quando termina a Promenade d’Anglais e não tem uma grande estrutura, mas disponibiliza espreguiçadeiras; a Praia Florida Beach — tem uma das melhores localizações da cidade e conta com uma boa infraestrutura e um ambiente agradável e finalmente a Praia Opéra que difere das outras por ser uma praia privada com entrada paga, mas tem a vantagem de ser a mais tranquila e calma das praias de Nice.

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Travellight

Texto patrocinado pela TAP, publicado originalmente no SAPO Viagens

 

Qui | 06.08.20

7 vinhas e adegas que podemos visitar perto de Lisboa

A excelente qualidade dos vinhos portugueses é sempre uma boa desculpa para visitar as vinhas e adegas onde estes são produzidos. Opções não faltam e mesmo perto de Lisboa temos lugares fantásticos onde podemos provar e aprender mais um pouco sobre esta bebida secular.

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Quinta do Gradil

A Quinta do Gradil é considerada uma das mais antigas, senão a mais antiga, herdade do concelho do Cadaval. Pertenceu ao Marquês de Pombal e tem uma forte tradição vitivinícola.
A propriedade é composta por uma capela nobre ornamentada por um torreão artisticamente decorado, um núcleo habitacional, uma adega e uma área agrícola de 200 hectares ocupados com produções vinícolas e frutícolas.
Aos visitantes a Quinta do Gradil oferece uma série de programas pensados à volta do vinho. Há degustações e experiências de fim-de-semana que podem ser consultadas e marcadas online.

Morada: Estrada Nacional 115 Vilar, 2550 - 073 Vilar | Cadaval

 

Casa Santos Lima

A Casa Santos Lima é o maior produtor de “Vinho Regional Lisboa” e “DOC Alenquer” e nos últimos anos tem sido um dos mais premiados produtores portugueses nas principais competições nacionais e internacionais de vinhos.

Conta com um portefólio muito alargado de vinho, produzindo todos os anos e em 5 regiões diferentes, vinhos tintos, brancos, rosés, espumantes, frisantes, leves e colheitas tardias. Este variado leque de opções permite à empresa grande dinamismo no mercado nacional e internacional e tem permitido um crescimento constante ano após ano.

A Casa Santos Lima está na mesma família à gerações pelo que uma visita guiada à sua propriedade começa sempre pelo museu, que retrata a sua história centenária. Segue-se um passeio pelo Jardim das Castas (na vinha), adega e sala de barricas. No fim é feita uma prova de vinhos acompanhada por aperitivos e pela prova de azeite premium. Também é possível fazer passeios de buggy e de charrete pelas vinhas da Quinta da Boavista. A marcação de visitas é feita online.

Morada: Quinta da Boavista, Aldeia Galega da Merceana
2580-081 Aldeia da Galega da Merceana, Portugal

 

Lisbon Family Vineyards: Quinta de Chocapalha, Quinta de Sant’Ana e Quinta do Monte d’Oiro

Lisbon Family Vineyards são a Quinta de Chocapalha, a Quinta de Sant’Ana e a Quinta do Monte d’Oiro, três produtores familiares da região vitivinícola de Lisboa que se juntaram num projeto comum em prol da promoção e valorização dos seus vinhos. Produzem em conjunto vinhos gastronómicos de qualidade premiada e partilham todos da mesma abordagem à vinificação. A vontade de se aproximarem do consumidor final partilhando a paixão e o conhecimento da região permite que as três Quintas, que se encontram a menos de 1h da cidade de Lisboa, possam ser visitadas.

A Quinta de Chocapalha, fica na Serra de Montejunto e organiza visitas às vinhas e à adega. Também há provas de vinho (sempre por marcação através do site).

Morada: Quinta de Chocapalha
Rua Carles Duff, 2580-081 Aldeia Galega da Merceana

A Quinta de Sant’Ana oferece 3 tipos de experiência que incluem a visita às vinhas, à adega, sala de barricas e capela do sec XVII, mas diferem na prova de vinhos: a Wine lover oferece a prova de uma seleção de 5 vinhos, brancos e tintos, acompanhado por queijos regionais e azeitonas); a Wine Expert é uma visita guiada por um enólogo ou sommelier e inclui prova de uma seleção de 6 vinhos, acompanhado por 7 tapas gourmet especificamente emparelhadas; a Wine Adventurer é uma visita guiado pelo proprietário e produtor de vinho James Frost com diversas paragens para provar uma cuidadosa seleção de 6 vinhos, quer reservas, novos lançamentos, ou vintages mais antigos, harmonizados com 4 pequenos pratos.
As marcações podem ser feitas através do site da Quinta.

Morada:: Quinta de Sant'Ana
Rua Direita 3, Mafra, 2665-113 Gradil

A Quinta do Monte d’Oiro é uma referência desde o séc. XVII na produção de vinhos conhecidos pela sua frescura, elegância e equilíbrio.
As visitas à Quinta iniciam-se na Vinha, passam pela Adega de Vinificação e terminam na Sala de Provas, onde decorre a prova de vinhos, com vista para a Adega das Barricas. Esta adega de paredes de pedra e teto de madeira está “protegida” por duas esculturas que representam o Engenho e a Arte, traves mestras da filosofia de produção da Quinta do Monte d’Oiro. 
Podem marcar a visita aqui.

Morada: Quinta do Monte d’Oiro
Freixial de Cima. 2580-404 Ventosa ALQ

 

Quinta da Lagoalva de Cima

A Quinta da Lagoalva de Cima é uma zona natural de beleza única que se estende pela margem sul do Tejo, a cerca de 2 km de Alpiarça. As suas características históricas, humanas e agrícolas conferem a quem a visita uma experiência inesquecível de sensações e experiências ligadas ao mundo rural. A sua história remonta ao séc.XII, quando o rei de Portugal entregou estas terras à Ordem de Santiago de Espada, após os seus heroicos feitos na conquista de Santarém. Pertenceu a esta ordem durante 6 séculos e depois passou para a propriedade do 2º Conde de Palmela.

Na Quinta da Lagoalva há passeios pela vinha e visitas à adega. Passa-se pela cavalariça, picadeiro e capela até se chegar à prova final, aquela onde se degustam três tipos de vinho. A visita inclui ainda um almoço típico ribatejano. A visita pode ser marcada online

Morada: Quinta da Lagoalva de Cima 2090-222 Alpiarça

 

Adega Viúva Gomes

A Adega Viúva Gomes, foi fundada em 1808, em Almoçageme, na freguesia de Colares, num perímetro vinícola demarcado em 1908, caracterizado pelas dunas e solos arenosos, que resistiu às investidas da filoxera, o inseto invasor que dizimou as vinhas europeias no século XIX. As raízes das suas vinhas, que podiam chegar aos oito metros, ditaram a sua sorte e a particularidade do terroir – arenoso, salgado pelo vento e humedecido pela neblina –, o seu sabor. Os vinhos usam as castas autóctones Ramisco e Malvasia de Colares, entre outras tradicionais da região de Lisboa.
Podem conhecer a quinta de Almoçageme todas as quarta-feiras, num open day com provas que decorrem às 11.00 ou 15.00, assim como nos primeiros sábados de cada mês, às 16.00. As reservas devem ser feitas através de e-mail.

Morada: Largo Comendador Gomes da Silva,
2 e 3, Almoçageme
2705-041 COLARES

 

Qua | 05.08.20

Poncha de maracujá da Madeira

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Preparada com aguardente, sumo de fruta e mel, a poncha madeirense é a bebida perfeita para refrescar os dias quentes de agosto.

É uma receita antiga e não há consenso sobre a sua origem. Uns dizem que foram os marinheiros portugueses e castelhanos que a criaram no tempo dos Descobrimentos para aproveitar a fruta que se estragava com facilidade durante as viagens marítimas, outros afirmam que a receita foi trazida da Índia por Ingleses que se estabeleceram na Ilha. Enfim, provavelmente nunca vamos saber quem realmente tem razão, o que importa é que a Poncha Madeirense existe e eu posso partilhar convosco a receita deste néctar dos deuses 😉


INGREDIENTES

200 g de polpa maracujá com sementes
20 cl de sumo laranja
50 cl de rum
5 cl de sumo de limão
150 g de açúcar

PREPARAÇÃO

Coar para dentro de um jarro os sumos de laranja e limão e adicionar a polpa de maracujá com sementes, o rum e o açúcar. Mexer tudo muito bem até o açúcar se dissolver.

Servir com bastante gelo.

Ter | 04.08.20

Respirar de novo nas Berlengas

Acho que a maioria de vós já visitou ou já viu fotografias das Berlengas e sabe que é um pequeno arquipélago que fica perto da cidade costeira de Peniche. Alguns saberão que a UNESCO declarou as suas ilhas Reserva Mundial da Biosfera e que o “The Times” elegeu o parque de campismo da Berlenga Grande o mais “cool” da Europa, por isso hoje não estou aqui para vos falar daquilo que é do conhecimento geral, mas antes daquilo que eu senti ao revistar este lugar.

fullsizeoutput_4df7Fotos: Travellight e H.Borges

Nos últimos meses, uma sensação de falta de ar tem atormentado os meus dias…

A pandemia, o confinamento, o uso constante de máscara, a morte de George Floyd e o movimento mundial que daí resultou, a incerteza do futuro e a crise económica que aí se adivinha… Tudo isso mexeu muito com a minha cabeça, e encheu o meu espírito de sombras. Há dias em que o ar me parece mais pesado e a respiração fica mais difícil (crises de ansiedade, talvez).

A natureza, já se sabe, é sempre o melhor remédio para afastar a escuridão dos pensamentos, por isso visitar os nossos Parques e Reservas Naturais está, ultimamente, na minha lista de prioridades.  Passar nas Berlengas, era assim obrigatório.

Este santuário natural, quase selvagem, do litoral português, povoado por milhares de gaivotas, tem  águas cristalinas, vistas deslumbrantes, pequenas praias e grutas escondidas. É um cenário único, onde por momentos, todas as preocupações do mundo deixam de existir e tu consegues “respirar bem” outra vez.

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Não estava praticamente ninguém na pequena praia do Carreiro do Mosteiro quando entrei na água. Fechei os olhos, virei-me de costas e deixei-me ficar a flutuar durante um minuto… Abri os olhei e olhei para cima. Vi o azul do céu e os penhascos altos que abraçam a praia, uma gaivota sobrevoou o mar. Jurei que estava no paraíso... e estava mesmo!

As Berlengas tem um património biológico e geológico extremamente interessante, que engloba espécies de plantas únicas, aves marinhas, habitats protegidos e um dos mais ricos ecossistemas marinhos das águas portuguesas.
Já em 1465 D. Afonso V, reconhecia a sua riqueza natural e a necessidade de preservação da fauna e da flora no arquipélago, ao escrever numa carta: “nas Berlengas do mar, pessoa alguma vá caçar”.

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Eu, depois de “voltar a respirar” no mar, estava pronta a perder o fôlego novamente, mas desta vez a andar pelos belos trilhos da ilha.

A  trilha da Ilha Velha, é um percurso circular, fácil de fazer, que nos leva perto de ninhos de gaivotas (não devemos sair do trilho para não perturbar as aves nem danificar a frágil vegetação da ilha). Daqui podemos observar também o Cerro da Velha, o Ilhéu da Ponta, o Ilhéu do Meio e o Ilhéu Maldito. 

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O outro percurso da ilha é a Trilha da Berlenga, que vai do Bairro dos Pescadores até à Fortaleza de São João Batista e passa pelo Farol.

As paisagens que encontramos pelo caminho são incríveis!

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Não há dúvida que as atividades ao ar livre tem efeitos positivos na saúde, humor, auto-estima, nível de stresse e energia e nesse aspeto uma visita às Berlengas fez maravilhas por mim.

O Arquipélago é um perfeito sonho de verão. Para além da praia e das caminhadas, podemos fazer passeios de barco pelas grutas, ver golfinhos, praticar canoagem, fazer stand up paddle, mergulho e snorkling.

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A mim, esta visita colocou-me de volta nos eixos!

To lift your spirits spend time with Nature. She will lend you her power until you become aware of your own

 

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