O Convento da Graça e a Procissão do Corpo de Deus
Uma das melhores coisas de agora passar tanto tempo em Lisboa é ter mais vagar para (re)descobrir alguns dos espaços mais bonitos da cidade. O Convento da Graça estava na minha lista de coisas a fazer desde que, em 2017, foi restaurado e reabriu ao público, mas por uma ou outra razão, adiei sempre a visita. No inicio de Julho deste ano, finalmente, consegui lá ir e fiquei encantada!
Esta igreja, que se encontra virada para um miradouro com uma vista extraordinária para a cidade, pertenceu à Ordem dos Agostinianos Eremitas, conhecida por Ordem dos Gracianos.
Inicialmente, o convento foi edificado no Monte de São Gens, no local onde D. Afonso Henriques acampou com as suas tropas durante o cerco a Lisboa de 1147 e apenas no século XIII, mais precisamente em 1291, é que a Igreja e o convento passaram para o Largo da Graça.
Mais tarde foram reedificados no século XVI e após o terramoto de 1755, restaurados em estilo barroco, embora tenham preservado o núcleo manuelino, constituído pelo baptistério e pela capela, assim como o claustro maneirista.
Após a extinção das ordens religiosas, o convento foi transformado em quartel de diversas unidades do exército e uma das salas chegou a funcionar como creche.
No interior da Igreja da Graça destacam-se os azulejos dos séculos XVI, XVII e XVIII; o trabalho em talha dourada dos altares em estilo rococó e as esculturas setecentistas das capelas intermédias, a decoração barroca da sacristia, com o teto alegórico, o grande painel das Relíquias e o túmulo de D. Mendo de Fóios Pereira.
A visita ao convento é gratuita e começa por uma capela, cuidadosamente restaurada, segue depois para a Sala do Capítulo, que dá passagem para o claustro.
A Sala do Capítulo, apresenta painéis de azulejos que retratam vários mártires e tem em exposição, no seu centro, uma maravilhosa réplica da Procissão do Corpo de Deus como seria no século XVIII, composta por centenas de figuras de barro concebidas por Diamantino Tojal, em 1948.




O detalhe e a graça destas 1.587 miniaturas, por si só, já justifica a visita a este Monumento Nacional, mas o conjunto do convento e da igreja, mais o miradouro, assim como o Jardim Augusto Gil — um pequeno oásis de paz, com uma fonte central e uma estátua de bronze — fazem deste lugar, uma atração imperdível de Lisboa.
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