Localizado em Miranda do Corvo e envolvido pelo Parque Biológico da Serra da Lousã, o Hotel Parque, revelou-se, a partir do momento em que ali cheguei, o lugar perfeito para fugir da rotina diária e do stress da grande cidade.
O fim-de-semana que lá passei, foi como um bálsamo de calma e serenidade... Ainda estávamos a estacionar o carro, quando na encosta à minha frente vi um lama! 😁
Pode parecer um exagero, mas aquela visão fez-me sorrir e transportou-me imediatamente ao Vale Sagrado dos Incas, no Peru, e à sensação de paz que senti quando o visitei.
O Hotel tem como tema os Deuses da mitologia greco-romana, e cada um dos quartos tem o nome de uma destas entidades. O meu quarto era - muito apropriadamente - dedicado à Deusa Harmonia.
Espaçoso e luminoso, o quarto estava decorado de forma simples, mas confortável. Tinha uma pequena varanda e amenidades como roupão, chinelos, uma chaleira elétrica, mini-bar (vazio) e chá para quem quisesse preparar uma chávena no quarto.
A casa de banho era grande e tinha um bom chuveiro. Também estava adaptada para pessoas que se deslocam em cadeira de rodas ou tem dificuldades de locomoção.
O colchão era confortável e acordar aqui foi um prazer, porque de manhã ouvem-se os passarinhos a cantar! 😍
O bufett de pequeno-almoço é variado e tem várias qualidades de pão, croissants fresquíssimos, frutas, salada, ovos mexidos, bacon, sumos de fruta, etc… alguns dos produtos, como o queijo fresco e o queijo curado, são produzidos localmente.
Os funcionários do hotel são atenciosos e simpáticos, e qualquer dúvida ou pedido é prontamente respondido e atendido.
Havia muitas famílias com crianças hospedadas no hotel o que não é de estranhar visto que, no que toca a atividades, há imenso que fazer — tanto no interior como no exterior.
Nas áreas públicas interiores, gostei muito da decoração e dos recantos confortáveis que convidavam à leitura e ao convívio, mas o espaço favorito foi com certeza a piscina interior e o jacuzzi 😃
O hotel tem também um pequeno SPA, sauna, banho turco e um ginásio bem equipado.
No exterior, existem vários espaços para a prática de desporto: campo de ténis, campo de squash, um mini-campo de relva sintética onde vi miúdos a jogar futebol e um centro hípico.
Mas o maior destaque é sem dúvida o Parque Biológico, onde encontramos a mais completa coleção de vida selvagem nacional. Espécies raras como o urso pardo, o lince ou a raposa, tem casa aqui e proporcionam ao visitante a oportunidade única de ver estes animais de perto. A criança que há em mim delirou com este parque e em breve vou fazer um post dedicado apenas a ele 😃
Em frente ao parque está outra boa surpresa: O Restaurante Museu da Chanfana — uma merecida homenagem à gastronomia tradicional.
Como o nome indica, a especialidade da casa é a chanfana, que é extraordinariamente bem preparada. Outros pratos, como plumas de porco preto, que também tive oportunidade de provar, estavam igualmente magnificos.
O doce principal é a “nabada”, uma especialidade conventual do mosteiro das Monjas de Semide, feito à base de nabo, e cuja confeção esteve extinta até que o Museu da Chanfana a recuperou, e em boa hora o fez, porque a nabada é de-li-ci-osa!!! 😋
Também merecem referência a Loja de Artesanato, que promove e divulga o Parque Biológico da Serra da Lousã, através da inclusão social, valorizando as aptidões de pessoas com deficiências e incapacidades, e o Museu Vivo de Artes e Ofícios Tradicionais, que tem artesanato produzido por pessoas com deficiência e doença mental.
É importante referir que o Hotel Parque é um projeto da Fundação ADFP, uma intituição sem fins lucrativos, cujo objetivo principal é a solidariedade social. A fundação contribui para a formação de pessoas com deficiência e doentes mentais, apoia doentes crónicos, crianças, jovens, mulheres grávidas ou com filhos, vítimas de maus tratos, refugiados, sem-abrigo e idosos.
O Espaço da Mente, que se encontra na entrada do Parque Biológico, merece também uma visita. Dedicado à liberdade, é um Ecomuseu etnográfico que pretende criar uma reflexão sobre o Homem e sobre a sua evolução.
Um pouco mais distante do Hotel fica o Templo Ecuménico. Uma construção bastante interessante que pretende celebrar a importância e o peso que a tolerância e o respeito pelo diferente tem na construção da Paz.
Quem está interessado em conhecer as maravilhosas aldeias do xisto, como a Aldeia de Gondramaz, do Talasnal ou a Aldeia do Casal Novo, não pode escolher melhor lugar para se hospedar. O Hotel do Parque tem uma localização privilegiada e perfeita para partir à descoberta destes locais e de outras paisagens incríveis da Serra da Lousã!
Areias brancas, águas azul turquesa, palmeiras imponentes, ruínas maias, cenotes, lagoas e deliciosa gastronomia mexicana, são apenas alguns das coisas que transformam Tulum num dos mais belos locais de férias do mundo.
Grande parte da fama de Tulum assenta na Playa Ruinas — uma praia fabulosa, que alberga uma das mais belas e bem preservadas ruínas do Império Maia da América central.
Com vista para o Mar do Caribe, a torre de vigia construída no século XIII, em cima da falésia Castillo, é agora o terceiro sítio arqueológico mais visitado do México.
A primeira vez que visitei Tulum o lugar era muito menos popular do que é hoje. Era tão calmo que os turistas podiam subir e andar pelas ruínas como quisessem, mas atualmente, a melhor maneira de explorar o local sem ter que lutar contra as massas, é estar lá antes do horário de abertura (08h00).
Uma escada dá acesso à bonita praia que fica diretamente sob as ruínas.
Outro destaque da região é a Playa Paraíso — nome adequado para este majestoso trecho de areia, cercado por enormes palmeiras e penhascos altos.
A praia é grande o suficiente para podermos ficar à vontade sem ter o vizinho do lado a ouvir a nossa conversa e tem muitos restaurantes e simpáticos bares e clubes de praia onde podemos comer peixe fresco e provar o melhor da gastronomia local.
É também um lugar popular para entusiastas de yoga e tem barcos que oferecem excursões de mergulho e snorkel. Infelizmente, nos últimos tempos esta praia tem sido afetada por um excesso de algas que chegam a deixar a água turva 🙁.
A Playa Akumal (a 30 minutos de carro do centro de Tulum) é outra boa opção para almoçar e jantar. Tem uma ampla seleção de bares e restaurantes e muitos chapéus de sol disponíveis para alugar.
Las Palmas é mais um ponto lendário de Tulum. É mais distante e mais isolada do que a Playa Paraíso e não tem restaurantes nas imediações por isso é o lugar ideal para os turistas que procuram paz e sossego. Uma toalha, protetor solar, óculos de sol e um cesto de piquenique é tudo o que precisamos para passar um dia perfeito em Las Palmas.
Mas, a maior pérola de Tulum talvez seja a Praia Secreta. Localizada nas profundezas da Reserva da Biosfera de Sian Ka'an — área declarada Património Mundial pela UNESCO — esta praia faz jus ao seu nome. Pouco conhecida pelos turistas, tem águas calmas e está muitas vezes deserta.
O México (e a Península do Iucatão principalmente) tem centenas de cenotes — lagoas profundas, localizadas em grutas, com águas cristalinas onde podemos mergulhar.
Tulum tem alguns que vale a pena conhecer: destaco o Gran Cenote (muito popular e sempre cheio de gente); o Tamcach-ha (que tem águas profundamente azuis) e o Choo-ha (que fica numa linda caverna e tem a água a uma temperatura mais agradável do que a dos outros cenotes).
Tulum é uma excelente opção para passar as férias de verão. É uma cidade encantadora com pessoas amigáveis, boa comida, e belas paisagens. A mistura de selva e praia e o compromisso da indústria local com o eco turismo e a sustentabilidade, proporciona uma atmosfera mágica que é difícil de encontrar nos dias de hoje.
Os restaurantes são muito bons, os hotéis tem um design interessante e em cada esquina há algo bonito para tocar, sentir e admirar.
Yakissoba — que significa literalmente “macarrão frito” — é um prato de origem chinesa, muito popular neste país e também no Japão.
É um prato muito simples, feito com macarrão, legumes e carnes, temperados com um molho específico, similar ao molho inglês, mas mais espesso.
Apesar da sua origem chinesa, o yakissoba criou raízes no Japão e, atualmente, é tão popular, que aparece obrigatoriamente em festas, restaurantes e supermercados.
Querem aprender a fazer? Sigam a receita que partilho em baixo e deliciem-se com este saboroso e tradicional prato oriental.
INGREDIENTES (4 porções)
500 gr de peito de frango cortado em cubinhos 500 gr de frango (parte da perna) cortada em cubinhos 1 chávena (de chá) de molho de soja shoyu 3 colheres (de sopa) de saquê 1 kg de macarrão cozido 2 colheres (de café) de alho triturado 2 colheres (de sopa) de cebola triturada 200 gr cogumelos cortado em quadradinhos 100 gr de acelga cortada em quadradinhos 100 gr couve-flor cortado em quadradinhos 100 gr brócolos cortados em quadradinhos 100 gr cenoura cortada em quadradinhos 1 pimento verde cortado em quadradinhos 1 pimento vermelho cortado em quadradinhos 1 pimento amarelo cortado em quadradinhos óleo
PARA O MOLHO BASE
500 ml de água morna 1 cubo de caldo de galinha 1 chávena (de chá) de molho de soja shoyu 4 colheres (de sopa) amido de milho ou maisena
PREPARAÇÃO
Tempere a carne de frango com shoyu e saquê e deixe a marinar no frigorífico durante uma hora
Aqueça óleo numa panela grande e frite o alho e a cebola até ficarem lourinhos.
Frite as carnes. Adicione os legumes e os cogumelos e cozinhe até que fiquem moles.
Prepare o molho base misturando, com uma varinha mágica, a água, o caldo de galinha, o molho shoyu e a maisena.
Coloque o caldo numa panela em fogo brando, mexendo até engrossar. Numa frigideira anti-aderente, deite um fio de óleo e frite o macarrão (que já tem de estar cozido) até ficar dourado.
Junte ao molho, o macarrão frito, as carnes, os cogumelos e os legumes e mexa bem antes de servir.
Localizado na bonita praia de Nai Yang, em Phuket, Tailandia, o The Slate é um resort 5 estrelas com um design industrial elegante, quartos à beira-mar (alguns com piscina privada), um SPA com arquitetura e tratamentos originais, restaurantes maravilhosos e 3 piscinas ao ar livre.
O resort é único e simplesmente lindo. A arquitetura — inspirada numa mina de estanho que outrora existiu naquele local — é complementada com detalhes de design arrojados e contemporâneos. O projeto é obra do aclamado arquiteto Bill Bensley e combina o metal industrial com a tradicional decoração tailandesa.
Esculturas de metal feitas a partir de maquinas antigas contrastam com o verde da vegetação tropical e exuberante que cerca o resort.
O serviço é atencioso e simpático. Assim que chegamos, e enquanto fazemos o check-in servem-nos um chá frio e trazem uma toalha gelada para nos refrescar do intenso calor Tailandês.
O quarto onde fiquei era espaçoso e confortável. Abria para um pátio onde havia uma pequena piscina (não aquecida), uma mesa para refeições e uma bela banheira. Era o espaço perfeito para relaxar e aproveitar o clima tropical de Phuket.
O pequeno almoço era servido no restaurante Tin Mine, que tem uma excelente vista para o jardim. O buffet tinha tudo o que precisamos para começar bem o dia: fruta fresca, cereais, várias qualidades de pão, queijos, fiambre, ovos, saladas, sumos… e até super alimentos como bagas goji.
Locais para comer e beber não faltam neste resort que oferece um total de oito restaurantes e bares. Destaco o Black Ginger, que é um lugar especial onde podemos provar o melhor da gastronomia Tailandesa.
The Slate tem três piscinas - uma piscina familiar e duas piscinas de borda infinita apenas para adultos, super agradáveis.
À frente do resort encontramos a bonita praia de Nai Yang, uma praia de areia branca e águas quentes que nos recorda porque escolhemos a Tailândia como destino de férias 😃.
A praia é muito limpa e tem um pôr do sol memorável!
O resort fica próximo do Parque Nacional Sirinat, e proporciona aos seus hóspedes uma variedade de atividades que podem ser praticadas ao ar livre como mergulho, paddle boarding e caiaque. Quem escolher ficar na propriedade também não se aborrece porque pode fazer aulas de culinária tailandesa e aulas de ioga, kickboxing, muay-thai e pilates.
O SPA do resort — O Coqoon SPA — é um dos melhores que visitei na vida. É um espaço premiado que oferece tratamentos de luxo num ambiente surreal onde podemos esquecer o mundo e mergulhar no paraíso. Se decidirem hospedar-se neste resort não deixem de reservar uma massagem no Coqoon, vale mesmo a pena!
Sempre tive curiosidade de visitar o Museu da Marioneta, mas só recentemente tive oportunidade de ir conhecer este local e fiquei apaixonada!
O Museu da Marioneta é o primeiro museu nacional inteiramente dedicado ao universo da marioneta, à sua história e interpretação e à divulgação deste tipo de teatro.
Percorrer as suas colecções é como fazer uma viagem pelo mundo. Começa na Ásia e, depois de uma passagem pela tradição europeia, passa pela África, pelo Brasil, pelo México e acaba em Portugal. É também uma viagem no tempo, apresentando as tradições mais antigas do teatro de máscaras e marionetas, bem como marionetas de criação contemporânea.
Logo na entrada do Museu descobrimos que foi provavelmente na Ásia que apareceram as primeiras marionetas. A Índia e a China terão sido o seu berço, mas rapidamente se expandiram por todo o continente asiático e em cada local onde se implantaram, adquiriram características próprias.
Achei particularmente engraçadas as marionetas originárias de Myanmar que revelavam um fantástico sentido de humor 😁
Já a marioneta em África exprime os usos e costumes das tribos, está ligada ao culto dos antepassados e profundamente marcada pelo espírito religioso. Existem referências bem antigas à sua longa existência neste continente. No século XIV, por exemplo, um viajante árabe refere ter visto esta forma de arte no Mali e no século XVII existem referencias da sua existência no Congo.
A tradição oral era de grande importância nestes espetáculos e ainda hoje os marionetistas africanos “mergulham” nos mitos, contos e lendas que sobrevivem no imaginário popular.
Um mito originário do sul da Nigéria, revela que o teatro de marionetas nasceu no mundo dos mortos e que foi trazido para a Terra quando um homem (vivo) desceu até ao mundo subterrâneo e assistiu a um espetáculo. Quando regressou ao mundo dos vivos, ensinou aos outros essa arte e, por tê-lo feito, morreu.
Em Angola contam outra lenda: morre uma mulher; quando vai ser enterrada, o cadáver ganha vida e começa a falar. A ressuscitada regressa à aldeia, vai a casa do escultor e apodera-se de uma estatueta que impregna de substâncias mágicas. Assim preparada, a figura ganha vida e começa a produzir imagens que revelam coisas escondidas, transformando-se desta forma numa vidente.
Na Guiné, a marioneta começa com o aparecimento de um misterioso objeto falante encontrado na água. Uma “fazedora de potes” leva-o consigo para a aldeia para a mostrar às mulheres idosas. A aldeia reúne-se, mas o objeto deixa de falar. Mandam-se sair os homens e aí o objeto volta a falar e diz que lhe falta o marido, que ficou na água 😄
A marioneta tradicional está presente em todos os momentos importantes da vida social: ritos de iniciação e fertilidade, culto dos antepassados, ritos funerários, celebrações dos ciclos agrários, comemoração das chegada das chuvas. Chegam até a ser utilizadas como auxiliares de justiça. Noutros casos, a marioneta acompanha o curandeiro e participa no diagnóstico. Manipulada por um adivinho, ela prediz o futuro e aconselha o consultante sobre a estratégia a seguir. A sua ação pode ser igualmente maléfica, quando se encontra nas mãos de um feiticeiro.
Instrumento pedagógico por excelência, as marionetas são mostradas aos adolescentes por anciãos, como meio de transmissão da sabedoria ancestral. Desempenham igualmente um papel na sexualidade e na fertilidade
Também na Europa a marioneta assume vários papeis e desempenha funções muito diversificadas. Durante o século XVII, principalmente, este tipo de teatro expande-se e tornar-se num espetáculo de grande aceitação popular.
As personagens da Commedia dell’Arte, transformadas em marionetas, obtém enorme sucesso e aos poucos conquistam toda a Europa. Surge então o Pulcinella em Itália que se transforma em Polichinelo e Guignol em França, Punch e Judy em Inglaterra, Kasperl na Alemanha e Áustria, Don Cristobal em Espanha e D. Roberto em Portugal…
Estas representações de marionetas de luva, essencialmente dedicadas a um público popular, conseguiam, com frequência escapar à dura censura a que eram sujeitos outras formas de entretenimento por recorrerem a diálogos improvisados, dificilmente submetidos a controle prévio.
São os europeus que levam o teatro de marionetas para o Brasil e restante América latina, onde encontramos a influência da Comedia dell’Arte no personagem de Briguela, em Minas Gerais, João Minhoca em São Paulo, ou João Redondo no Rio Grande.
O teatro de marionetas em Portugal não se resume aos bonequeiros populares. Com eles coexistem os primeiros teatros de marionetas de carácter mais literário e erudito, como o Teatro de Mestre Gil, o teatro da Branca Flor ou as Marionetas de São Lourenço. No século XX surgem os primeiros teatros de marionetas com carácter artístico e literário, como o de Augusto Santa Rita, Lília da Fonseca, Henrique Trindade e Henrique Delgado.
Para além da coleção permanente o Museu da Marioneta tem em exibição exposições temporárias, como a atual “Magia dos Estúdios Aardman” que em parceria com a Monstra – Festival de Animação de Lisboa, apresenta até 21 de Abril de 2019 a primeira exposição em Lisboa dos britânicos Estúdios Aardman, fundados em 1976 por David Sproxton e Peter Lord e responsáveis por filmes como A Ovelha Choné, A Fuga das Galinhas, Wallace e Gromit, entre muitos outros.
A exposição é super interessante e incluí cenários, bonecos e outros elementos de produção de alguns dos mais famosos filmes dos Estúdios Aardman. Quem gosta de animação vai amar ver tudo!
Eu adorei o museu e a exposição temporária e recomendo a todos 😃
A minha primeira tentativa de visitar Machu Picchu correu mal. Inundações de proporções assustadoras fecharam os caminhos que conduziam até ao mais desejado destino do antigo Império Inca e não consegui lá chegar.
Porém, à segunda vez tive mais sorte e valeu bem a pena a espera… Oh se valeu!
Mal coloquei os olhos em Machu Picchu senti uma felicidade profunda a invadir-me. Vistas como aquela e lugares como este são a razão pela qual eu decidi viajar pelo mundo 😊.
Não é à toa que Machu Picchu — “a Montanha Velha”, em quechua — é considerada uma das 7 maravilhas do Mundo moderno e a mais bela atração turística do Peru.
Lugar de rara beleza e agora Património Mundial da UNESCO, a cidade, construída no século XV, esteve esquecida durante muitos anos e foi “re-descoberta” pelo antropólogo americano, Hiram Bingham, que a promoveu e estudou.
Situada no topo de uma montanha, a mais de 2.000 metros de altitude, Machu Picchu, é uma obra prima da arquitetura e uma criação urbana incrível composta por casas de habitação, praças, templos, armazéns, túmulos, um extenso sistema de distribuição de água e terraços agrícolas.
A cidade perdida dos Incas — onde se acredita não terem vivido mais de 200 ou 300 pessoas pertencentes ao mais elevado escalão social do Império — tem um grande valor arqueológico porque demonstra o engenho e a técnica da cultura Inca, que no seu apogeu dominou aquela parte da América do Sul.
Muitos visitantes relatam sentir uma estranha energia quando caminham por entre as ruínas de Machu Picchu. Eu não posso dizer que isso tenha acontecido comigo, mas sem dúvida a extrema beleza da área afetou-me.
Estar nos Andes, no topo de uma montanha, rodeada por neblina e uma exuberante floresta tropical, com o sinuoso rio Urubamba a correr lá em baixo e cercada por misteriosas ruínas de pedra onde pastam alpacas, não pode deixar ninguém indiferente. É um cenário mágico, cheio de poesia que inspirou até Pablo Neruda!
“Machu Picchu, puseste pedra na pedra, e na base, farrapos? Carvão sobre carvão, e no fundo a lágrima? Fogo no ouro, e nele, temblando a vermelha goteira do sangue? Devolve-me o escravo que enterraste! Sacode das terras o pão duro do miserável, mostra-me os vestidos do servo e sua janela. Diz-me como dormiu quando vivia. Diz-me se foi seu sonho rouco, entreaberto, como um buraco negro feito pela fatiga sobre o muro.”
Pablo Neruda - “Alturas de Machu Picchu” Tradução: Igor Fracalossi
DICAS: Para chegar a Machu Picchu podemos optar por seguir a Trilha Inca (4 ou 5 dias de caminho, não recomendado para pessoas que não estejam em boa condição física ou que tenham algum problema de locomoção) ou apanhar o comboio de Cusco (estação de Poroy) ou de Ollantaytambo, para Águas Calientes e depois de lá ir a pé (2 horas) ou apanhar um autocarro até às ruínas (30 minutos).
Existem duas empresas de caminho de ferro a operar em Águas Calientes — PeruRail e IncaRail, que oferecem 3 classes de serviço: a classe de luxo “Hiram Bingham”, a classe “Expedition” ou a classe "Vistadome” (a mais barata). A viagem de Cusco até Águas Calientes dura cerca de 3 horas e meia. É recomendado reservar os bilhetes de comboio ida e volta on-line e com antecedência para não correr o risco de ficar sem lugar.
Os comboios tem um limite de bagagem por pessoa (5 Kg), por isso se tiverem mais do que isso, vão ter de guardar em Cusco ou no vosso hotel em Águas Calientes e levar apenas uma mochila com o essencial.
Desde que visitei este lugar soube que entraram em vigor novas regras: Agora é obrigatório visitar acompanhado por um guia e quando se compra o bilhete devemos escolher se queremos entrar de manhã ou à tarde.
Se escolherem o período da manhã, e quiserem ir de autocarro, levantem-se bem cedo para o apanhar, porque as filas são enormes!!! O primeiro autocarro parte às 05h30 e os restantes a cada 5 ou 10 minutos. Os bilhetes podem ser comprados numa bilheteira próxima da estação de comboio de Águas Calientes (para adquirir o bilhete temos de apresentar o passaporte).
A China é um dos destinos de viagem mais fascinantes do mundo. É um país com uma cultura milenar, monumentos e atrações espantosos.
Cada vez mais turistas visitam a China por isso resolvi compilar algumas dicas e conselhos básicos para quem está a pensar viajar para este maravilhoso país.
1- Documentação necessária
Passaporte com validade de 6 meses e visto.
Para obter o visto de entrada na República Popular da China, deverá deslocar-se à Secção Consular, situada na Rua de São Caetano Nº2, Lapa, em Lisboa. A emissão do visto demora 4 dias úteis.
Quem viaja em turismo deve solicitar o visto “L – Viagem turismo” e necessita de apresentar os seguintes documentos:
- Formulário devidamente preenchido;
- Passaporte com validade de pelo menos 6 meses além de validade de visto pretendida;
- Fotocópia da folha de identificação do passaporte;
- Uma fotografia original atualizada;
- Cópia da reserva de voo de ida e volta com o nome do próprio solicitante;
- Declaração da entidade patronal comprovativa da profissão, timbrada, carimbada e assinada. No caso de ser trabalhador independente ou desempregado deverá apresentar uma declaração a explicar o seu tipo de profissão, qual o motivo da viagem e juntar o saldo bancário disponível no valor igual ou superior a 1.000,00€, que permita suportar a despesa mínima de 80,00€.
Pode solicitar o visto de 1 ou 2 entradas.
Hong Kong, Macau e Taiwan são regiões especiais da China.
Se sair da China Continental para visitar Hong Kong, Macau ou Taiwane voltar a entrar de novo precisa de um visto com duas entradas.
Um cidadão Português pode permanecer em Hong Kong e Macau 90 dias sem visto; em Taiwan 30 dias sem visto.
Entrou em vigor a isenção de vistos para 59 países, incluindo Portugal, para estadas até 30 dias na província de Hainan.
Não são exigidas vacinas obrigatórias para viajar de Portugal para a China. Vacinas para Hepatite A, Hepatite B e outras podem ser recomendadas dependendo da zona do país que vão visitar. Podem fazer a consulta do viajante on-line aqui.
3 - Dinheiro
Nas transações em cash apenas é aceite uma moeda — o Yuan Renmimbi — a moeda oficial da China, também designada por CNY ou RMB. Embora mais e mais empresas (principalmente as grandes cadeias hoteleiras e restaurantes) aceitem cartões Visa e Mastercard, existe ainda a preferência pelo pagamento em cash no comercio local. Existem ATM’s (caixas de multibanco) disponíveis em todas as grandes cidades, mas podem ser mais difíceis de encontrar em zonas menos turísticas.
4 - Língua
Nas cidades maiores, como Pequim ou Xangai, é possível encontrar quem fale inglês (principalmente nos hotéis e restaurantes mais caros), mas por regra a comunicação é difícil para quem não fala a língua local.
A aplicação Google Translate e a sua possibilidade de usar a câmara do telemóvel para fazer traduções instantâneas pode ser de grande valia. Mesmo em modo offline, a app traduz as frases escritas, para o chinês e ajuda bastante na hora de comunicar com os locais. Demora, mas funciona, e é uma forma curiosa de quebrar a barreira da língua e entrar em contacto com a população. Não se esqueçam de fazer o download da aplicação antes da viagem, já que, uma vez em território chinês, os produtos do Google deixam de estar disponíveis.
5- Comida e água
A comida chinesa é realmente bem diferente daquela que estamos acostumados, mas apreciem a gastronomia sem medo provavelmente vão se surpreender pela positiva. Os pratos variam de cidade para cidade, refletindo a diversidade cultural do país. Muitos misturam o doce e o salgado, o agridoce e o picante, o frio e o quente. Experimente o famoso yakisoba, os rolinhos de primavera e o tofu recheado, três especialidades do país.
A água da torneira na China não é potável, mas a água engarrafada é muito barata e pode ser comprada na maioria dos locais.
6 - O que visitar
Há 5 cidades que devem fazer parte de qualquer roteiro pela China: Pequim, Xi’an, Shanghai (com Suzhou e Hangzhou), Guilin e Chengdu.
Em Pequim visite a Cidade Proibida, a Grande Muralha da China e o Templo do Céu — Património da Humanidade.
Na cidade de Xi’An conheça o enorme exército de guerreiros de terracota mandado construir pelo Imperador Qin, saboreie a cozinha tradicional chinesa num jantar da Dinastia Tang, acompanhado com um espetáculo típico, e visite ainda a impressionante muralha da cidade, o Pagode do Grande Ganso Selvagem e o Quarteirão Muçulmano.
Em Shanghai não deixe de visitar o Tempo de Confúcio e Suzhou e Hangzhou (que ficam apenas a uma hora de distância de comboio).
Guilin é o sítio ideal para escapar à agitação da cidade e mergulhar na vida do campo. Visite as plantações de arroz de Longsheng e conheça a minoria étnica Yao. O destaque de Chengdu são os pandas gigantes, a Ópera de Sichuan (famosa pelas suas máscaras) e o Grande Buda de Leshan.
7- Transporte público
A China é servida por uma fantástica rede de autocarros e comboios, incluindo os G-Trains de alta velocidade que podem levar-nos por todo o país em questão de horas. As tarifas são acessíveis e para comprar um bilhete é preciso apresentar o passaporte e para viagens de longo curso convém reservar com 2 ou 3 dias de antecedência.
Por vezes fica mais barato viajar de avião dentro do país, mas não contem com pontualidade. Os aviões na China são conhecidos por chegarem e partirem sempre atrasados.
O metro funciona bem nas grandes cidades, é barato e pontual e muitas estações tem placas e explicações em inglês.
Os táxis na China são baratos e abundantes, mas a maioria dos motoristas não fala inglês, por isso, é bom pedir ao rececionista do seu hotel para escrever em chinês o endereço de destino.
8- Internet
A Internet chinesa é controlada através de uma firewall, que bloqueia o acesso a sites como Facebook, Twitter, YouTube, e Google, Instagram ainda pode ser usado. Apenas Hong Kong e Macau não são abrangidos pelo bloqueio.
9- Segurança
A China é bastante segura mas é preciso atenção com alguns “esquemas” usados para enganar os turistas. O mais usual é o chamado “golpe do chá” e acontece em cidades como Pequim e Xangai. Ele funciona mais ou menos assim: o turista está a passear na rua quando é abordado por uma simpática menina chinesa. Ela começa a conversar dizendo que só quer praticar o seu Inglês e que gosta de conhecer estrangeiros e passado um tempo sugere que a acompanhem a uma casa de chá. Depois de terminar o chá, o turista recebe uma conta altíssima e percebe que foi enganado, mas nessa altura já está rodeado por um grupo de homens fortes e mal encarados que insistem que a conta seja paga.
10- Poluição
As maiores cidades chinesas têm problemas sérios de poluição, particularmente Pequim. Muitos locais usam máscaras, mas para quem não está habituado é mais seguro evitar grandes esforços (como correr ou andar de bicicleta).
11-Casas de banho públicas
Uma das coisas a saber antes de ir para a China é que a maioria das casas de banho públicas não tem papel higiénico e muitas não tem sabão. Hotéis e restaurantes disponibilizam, mas fora, é sempre boa ideia levar um rolo de papel higiénico ou uma embalagem de lenços de papel e uma pequena embalagem de desinfetante para as mãos
12- Questões culturais
Os chineses não dão gorjeta e não é esperado que os turistas o façam. Nos mercados e lojas de comércio local é aceitável regatear. Nunca aceite o preço marcado ou o primeiro preço oferecido.
A China é um lugar super povoado e os locais se acostumaram a um espaço pessoal muito menor do que estamos acostumados no ocidente por isso não se surpreendam se forem empurrados numa fila - é apenas parte da cultura chinesa.
Quando cumprimentarem um grupo de pessoas, dirijam-se primeiro à pessoa mais velha. é um sinal de respeito.
Os apertos de mão na China tendem a ser suaves e um aperto de mão demasiado firme pode ser interpretado como um sinal de agressão.
Há vários tipos de pão na Suíça, mas o Zopf é o mais delicioso de todos! Quando quentinho então, é perfeito!O pão lembra uma trança (zopf é trança em alemão) e tem um sabor amanteigado que combina perfeitamente com queijo ou outro tipo de recheio.
Partilho aqui a receita para quem quiser experimentar:
INGREDIENTES
1 kg de farinha 10 gramas de sal fino 100 gramas de açúcar 6 dl de leite gordo 150 gramas de manteiga (não pode ser magra) 30 gramas de fermento padeiro 1 gema de ovo
PREPARAÇÃO
Numa taça, junte o fermento padeiro, partido aos bocadinhos, com o açúcar, o sal e um bocadinho de leite. Mexa tudo.
Numa segunda taça coloque a farinha e junte a mistura de fermento, açúcar, leite e sal. Mexa tudo até ficar com uma massa homogénea;
Derreta a manteiga com o restante leite, e junte à massa;
Amasse tudo muito bem. Quanto mais amassar mais fofo vai ficar o pão.
Deixe a massa descansar durante uma hora. Se for inverno e tiver a lareira acesa pode deixar lá ao lado, se não tiver também não é problema, deve só tentar que a massa fique num lugar quente para crescer rápido.
Pré-aqueça o forno a 180 ºC
Divida a massa em 3 partes e faça uma trança. Quando terminar, pincele a trança com uma mistura de gema de um ovo e duas colheres (de sopa) de leite.
Coloque no forno, num tabuleiro com papel vegetal, durante 45 minutos ou até ficar com uma cor dourada.
Tantas vezes esquecidas, as mulheres que participaram nos Descobrimentos Portugueses, foram espíritos aventureiros que destruíram estereótipos e fizeram história. Eram mulheres incríveis que nos continuam a inspirar e a fazer acreditar que se não tivermos medo podemos ir sempre mais longe.
Painel de Azulejos "A Heroína de Mazagão – Antónia Rodrigues de Aveiro" de Marcos Muge
As mulheres sempre estiveram presentes nas aventuras marítimas, mas poucos saberão por exemplo, que o Infante D. Henrique levou uma moura como intérprete nas suas viagens a África ou que Bartolomeu Dias, no momento em que contornou o Cabo das Tormentas, tinha quatro mulheres na sua tripulação.
Sempre houve e sempre haverá mulheres corajosas e com espírito de aventura, isso todos sabemos, mas na época dos Descobrimentos, nem a sociedade estava preparada para essas audácias femininas, nem a lei o permitia. Contudo, algumas mais ousadas, cortavam o cabelo, vestiam-se de homem e embarcavam, enganando as autoridades. Se por acaso eram desmascaradas, a sorte destas mulheres dependia do capitão. Podiam ser castigadas, ficar prisioneiras num compartimento fechado ou toleradas com benevolência. Se ainda navegavam perto das ilhas da Madeira e Açores, geralmente eram deixadas lá.
Vasco da Gama, por exemplo, mostrou-se sempre muito rigoroso quanto à presença de mulheres a bordo e chegou a decretar que as passageiras clandestinas, encontradas nas naus da Carreira da Índia, recebessem açoites em públic, logo que chegassem a Goa. Este castigo chegou a ser aplicado pelo menos a três mulheres aventureiras.
O espetáculo acabou por impressionar negativamente Vasco da Gama, que mais tarde se arrependeu e quis compensar as raparigas da humilhação sofrida. Deixou-lhes uma boa quantia em testamento que lhes serviu de dote e permitiu que arranjassem marido. Ficaram todas a viver na Índia.
Antónia Rodrigues é um dos casos mais conhecidos e documentados de entre as mulheres que se destacaram nessa época. Esta mulher, nascida em Aveiro numa família muito pobre, foi entregue pela mãe a uma tia que morava em Lisboa e que a maltratava muito. Antónia resolveu então fugir e tentar a sua sorte o mais longe possível. Cortou o cabelo, comprou roupas de homem e foi oferecer-se ao mestre de uma caravela que ia zarpar para o norte de África, carregada de trigo destinado a abastecer os portugueses que viviam no castelo de Mazagão. O mestre aceitou “aquele rapaz” que dizia chamar-se António Rodrigues e distribuiu-lhe tarefas de grumete.
Durante a viagem trabalhou com muito afinco e recebeu elogios de toda a gente. Ao chegar a Mazagão porém, viu-se envolvida numa rede de intrigas e não pôde voltar para bordo. Como não era pessoa que se atrapalhasse, assentou praça como soldado e depressa se distinguiu pela sua destreza e valentia. O pior era à noite… a única hipótese de continuar a desempenhar o seu papel sem ser descoberta era dormir vestida! Deitava-se sempre de camisa e ceroulas.
Os bons serviços prestados valeram-lhe ser promovida a cavaleiro e nessa qualidade tinha de sair do castelo para combater em campo aberto. De arma em punho, notabilizou-se pelas proezas cometidas e ganhou fama.
Como associava à bravura uma simpatia natural e um trato amigável, começou a despertar paixões entre as poucas raparigas que viviam em Mazagão. Nessa altura é que tudo se complicou. Uma família que tinha uma filha solteira começou a convidar aquele jovem e amável cavaleiro para jantar e passar o serão, cobrindo-o de presentes, na esperança de que ele quisesse casar com a filha. Receando ser descoberta, Antónia preferiu confessar toda a verdade. Um casal bondoso recolheu-a e as candidatas a namoradas tornaram-se suas amigas. Algum tempo depois arranjou noivo e regressou a Lisboa casada e feliz.
Filipe II tomou conhecimento da sua história e, de acordo com o mencionado no documento Alvará de Mercê do Rei, recompensou-a com uma tença (pensão vitalícia) de “cinco mil réis”, pelos feitos que durante cinco anos alcançou na praça-forte de Mazagão, em Marrocos, enfrentando os ataques diários dos mouros, como “espingardeiro de cavalo e de pé, em trajos de soldado”.
Se quiserem saber mais sobre as mulheres da época dos Descobrimentos leiam o livro ”Mulheres Navegantes no tempo de Vasco da Gama” da historiadora Fina d’Armada — prémio Mulher Investigação Carolina Michaelis de Vasconcelos em 2005.