O FORTE DE AMBER | JAIPUR, INDIA
Quando te afastas do reboliço do centro de Jaipur, e te metes à estrada, começas passado pouco tempo, a ver muralhas que serpenteiam pelas montanhas. Depois, imponente, bem em cima da Colina das Águias, está uma das principais atracções da cidade: o Forte de Amber e o seu Palácio.
É uma vista e tanto…
A minha imaginação fértil perde-se logo em fantasias do que teria sido a vida atrás daqueles portões, há séculos atrás.
Sou arrancada, violentamente dos meus sonhos pela dura realidade de dezenas de vendedores de rua que de um momento para o outro me cercam e quase me impedem de avançar na direcção dos jipes que fazem a subida até ao forte.
Próximo dos jipes estão os elefantes. Pintados e engalanados como se ainda vivessem no tempo dos marajás. São lindos e dão uma bela foto, mas estas pobres criaturas são exploradas e mal tratadas enquanto carregam turistas despreocupados (e mal informados) colina acima, até ao Forte.
É uma cena, para mim, lamentável, porque os pesados assentos danificam as colunas dos animais e o asfalto quente queima as suas patas, isto para não falar de todo o processo que a “domesticação” do animal envolve. Mas graças a Deus, aos poucos, vozes insurgem-se contra a crueldade e mais pessoas consciencializam-se do errado que é permitir que estes sensíveis animais continuem a sofrer.
A subida pode ser feita a pé mas de jipe é mais rápida (e trepidante 😬).
Em pouco tempo chegas ao Portão do Sol, o portão principal do Forte.
Mandado construir em arenito vermelho e mármore em 967 pelo marajá Man Singh, O Forte, que entretanto sofreu várias melhorias e adições arquitectónicas, mistura harmoniosamente o estilo Hindu e Mogol (ou Mugal).
O palácio, acrescentado no séc. XVI, é atraente e opulento e está dividido em várias áreas individualizadas, cada uma com seu próprio portão de entrada e pátio .
Há muitos pontos interessantes mas destaco aqui alguns que me chamaram mais a atenção:
O templo de Sila Devi. É um templo pequeno mas que impressiona pela sua delicada e belíssima decoração.
foto de Adriana Silva
Jaleb Chowk ou Pátio Principal, que era a zona onde os exércitos do Marajás outrora exibiam os seus saques de guerra para toda a população ver.
Diwan-I-Am ou Salão de Audiência Pública, tem uma arquitectura bonita e atraente. Este salão onde o Marajá recebia os seus súbditos tem paredes e pilares em arenito vermelho decoradas com belos relevos.
Sheesh Mahal ou Palácio dos Espelhos, é talvez a área mais interessante porque consiste numa sala, toda decorada com espelhos que, segundo dizem, consegue ser iluminada por uma única vela ou raio de sol, porque o reflexo da luz (da chama ou sol) nos espelhos ilumina toda a divisão. Parece uma caixinha de jóias.
Sukh Niwas, ou Salão do Prazer, tinha a particularidade de ter um canal de água que corria dentro do palácio e fluia para o jardim, proporcionando um clima fresco e artificialmente criado por ventos que sopravam sobre a água corrente. Era uma espécie de ar-condicionado da antiguidade.😀
Um outro detalhe que achei interessante foi o Forte de Amber e o seu Palácio estarem conectados por uma passagem subterrânea ao Forte de Jaigarth. A ideia era proporcionar uma rota de fuga em tempos de guerra aos membros da família real.
Tanto o forte como o palácio, encontram-se em excelente estado de conservação e são considerados Património da Humanidade pela UNESCO.
É um lugar onde consegues vislumbrar o que era a vida e a riqueza dos Marajás. Onde histórias de príncipes e princesas das Mil e Uma Noites parecem ganhar vida.
É lindo! Sem dúvida é uma atracção incontornável para quem visita a Índia. Recomendo muito!
Tchau!
Travellight